segunda-feira, 24 de junho de 2013

Você é feliz? Por que você acha é? Ou por que acha que não é?


Hoje você se sente alegre... amanhã está triste...

Mas, alegria é felicidade?

Conhecemos mesmo isso que chamamos 'felicidade'?

Dia desses, alguém perguntou: 

Por que é  tão difícil ser feliz? 



Para entender bem toda essa questão, vamos partir dos conceitos básicos: 

a tristeza é uma emoção! ponto.


Como qualquer emoção, pode portanto, ser estimulada e até mesmo mensurada quimicamente. Seus sintomas são até perceptíveis fisicamente. Há até drogas que simulam ou estimulam as condições fisicoquímicas e hormonais que nosso cérebro experimenta quando está 'processando' emoções!


Outro detalhe! O surgimento de uma emoção qualquer (tristeza, alegria, medo, paixão, raiva...) está  sempre condicionada à presença de estímulos que muitas vezes não estão sob nosso controle.  

Tais fatores (chamados exógenos) geralmente advém do ambiente que nos cerca. Algo modifica a química de nosso corpo físico e pronto: lá estamos nós chorando, sorrindo, com medo ou com raiva... pode ser algo que nos disseram, talvez algo no clima, algo que comemos (ou que não pudemos comer), uma música, um filme, um acidente ou qualquer circunstância agradável/desagradável. 

Assim, alguns poderão deduzir que tais acontecimentos geraram as condições para que a emoção aconteça em nosso corpo, embora a gente sinta a emoção também a nível psicológico... quando rimos, choramos, nos apaixonamos, ficamos com medo, assustados, com raiva... dizemos: 'isto' ou 'aquilo' foi a causa.


Mas, e quanto a tal felicidade? Podemos dizer o mesmo dela? 
Comecemos pela questão mais básica: Por acaso, algum cientista já "mediu" a felicidade? Ou já conseguiu definir suas causas físicas? 
Você poderia definir sintomas específicos de sentimentos como felicidade, liberdade ou paz? Não... você não pode. 
Nem você, nem ninguém. Felicidade, paz, amor ou liberdade, são sentimentos indescritíveis! Todo mundo que já sentiu, sabe que é assim.
O problema então começa na confusão, proposital ou não, que se faz com os termos “emoção” e “sentimento”. Tal confusão é proposital  em alguns casos, pois assim se ganha mais dinheiro (você já parou prá pensar em quanto dinheiro se gasta com as famosas pílulas de felicidade?).
Pois é! há hoje muitas drogas químicas que prometem anestesiar a dor da sua alma. Será que conseguem?

Felicidade, como a paz ou a liberdade, não são simples estados emocionais, mas sentimentos que estão bem além da dimensão meramente animal/corporal. É por isso que "ser feliz" não se confunde com "estar alegre". Do mesmo modo, "infelicidade" (outro nome para o vazio existencial) não se confunde com "estar triste".

Qualquer animal (inclusive o bicho humano) pode vivenciar momentos de alegria ou de tristeza, pois é assim que nosso corpo, nossa estrutura biológica reage ante acontecimentos prazerosos ou dolorosos.

Por que toda essa conversa sobre emoção e sentimento?

Considerando que felicidade não se confunde com emoção, é valiosíssimo compreender, por exemplo, que podemos experimentar felicidade ou paz, mesmo em condições adversas: posso até estar enfermo, em dificuldade financeira, posso estar preso em um campo de concentração, e mesmo assim sentir felicidade (embora as circunstâncias não me permitam estar alegre). 

Do mesmo modo, posso ter todo o conforto que o dinheiro possa comprar, posso ter boa comida, boa educação e bons amigos, mas ainda assim experimentar infelicidade.

É por isso que felicidade não é sinônimo de alegria. Felicidade não tem definição clara, porque não se pode mensurá-la quimicamente, nem somaticamente. 
Felicidade tem mais a ver com paz, contentamento, gratidão e muito mais... expressões que só fazem sentido na ausência do ego, quando a mente silencia, quando os desejos se ausentam. Felicidade é sentimento de plenitude (algo muito raro, é verdade). 

Mas, se sua sensação de plenitude é efêmera ou fugaz, ou se ela está sempre condicionada a algum fator externo, então esqueça! Você ainda não conhece o que é felicidade.
Qualquer pessoa apaixonada pode experimentar alegria efusiva, grande ansiedade, coração batendo forte, calor, frio na barriga, excitação do corpo etc. 
Mas basta que seu objeto de desejo lhe seja tirado ou que este se mostre incapaz de atender suas exigências, e logo tanta alegria e êxtase se desfaz em frustração, raiva e muita tristeza. 

O que aprendemos com tudo isso?

1. Quem vive meramente na dimensão das emoções, logo descobre que acaba sempre vítima das circunstâncias e da própria instabilidade típica do mundo mutável em que vivemos;

2. Quem vive absorvido por emoções, oscila como pêndulo: ora está num extremo, ora noutro... ora alegre em demasia, ora dramaticamente triste ou decepcionado... vítima sempre pelas forças mecânicas da própria natureza; 

3. Felicidade é um estado de ausência de tensão emocional: sem a ansiedade desgastante da expectativa, sem o medo infernal de perder o objeto de seu desejo;

Como conceituar felicidade? 

Talvez seja mais fácil dizer o que ela não é?
Vamos lá! Na presença de nossos medos, de nossos apetites, ambições, desejos, aflições, mágoas e memórias é simplesmente impossível ser feliz.   No máximo, oscilamos entre a tristeza e a alegria sucessivamente.

Quer ser feliz?

1. não crie "regras para ser feliz"... E pare de comprar regras de outras pessoas. Elas geralmente saem caro demais! Além disso, quem vendeu as regras prá você provavelmente não faz a mínima ideia do que seja felicidade;

2.não se compare... com NINGUÉM. Toda comparação é odiosa. Bem que já fizeram isso com você, desde que você era bem pequenininho(a), de tal modo que hoje, você tem a tendência de perseguir "ideais" inatingíveis de pessoas magníficas, mega-inteligentes, belíssimas, cultas, fortes, etc, que foram plantadas na mente... então, lembre-se!! super-heróis só existem na fantasia.

3. não julgue... NINGUÉM, mas ninguém MESMO! Nem a si próprio. Nada de construtivo nasce do julgamento e da condenação. Deixe isso para quem se julga deus. Julgar só serve para atribuir culpa, culpa e punição, punição e dor. Se julgamento e culpa resolvessem algum problema seu, já viveríamos em um paraíso.

4. procure a felicidade, mas nunca fora de você mesmo. 
Procure-a no silêncio interior, não no discurso da mente que faz barulho;


Perceba que tudo de que precisa para ser feliz já está EM você, já FAZ PARTE de você. Já sempre esteve realizado em você!
Você não precisa de mais certificados, de mais títulos, de mais credenciais, de mais rótulos, de mais fórmulas, de mais técnicas, de mais métodos, de mais saberes... 
Afinal, sua mente não precisa de mais alimento. Ela já está obesa.

Quer paz? procure-a no único lugar real onde ela pode ser encontrada: em você! Em sua própria casa! Há outro lugar que seja seu?
Quer satisfação, plenitude, liberdade? 
Procure em você!
Quer Deus?
Procure em você!

Por que, lhe garanto: se não encontrar isso tudo primeiro dentro de você, tampouco o achará fora.

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