terça-feira, 27 de agosto de 2013

A mente iludida



O que nós normalmente chamamos de mente é a mente iludida, um vórtice turbulento de pensamentos chicoteados pelo apego, raiva e ignorância. Esta mente, ao contrário de consciência iluminada, está sempre sendo levada por um engano após o outro.
Pensamentos de ódio ou anexo de repente surgem sem aviso, desencadeados por  circunstâncias, como um encontro inesperado com um inimigo ou um amigo, e se não forem imediatamente dominados com o antídoto adequado, eles rapidamente se enraízam e proliferam, reforçando o predomínio habitual de ódio ou de fixação na mente e na adição de mais padrões cármicos.
No entanto, por mais forte que esses pensamentos possam parecer, eles são apenas pensamentos e acabarão por se dissolver de volta para o vazio. Depois de reconhecer a natureza intrínseca da mente, esses pensamentos que parecem aparecer e desaparecer todo o tempo já não podem enganá-lo. Assim como a forma das nuvens, passam por um tempo, e depois se dissolvem de volta para o céu vazio, tão iludidos pensamentos surgem, permanecem por um tempo, e, em seguida, desaparecem no vazio da mente... na realidade nada aconteceu.
Quando a luz solar incide sobre um cristal, luzes de todas as cores do arco-íris aparecem, mas eles não têm nenhuma substância que você possa apreender. Da mesma forma, todos os pensamentos em sua infinita variedade – devoção, compaixão, nocividade, desejo – são totalmente sem substância. Não há pensamento que seja algo diferente do vazio, se você reconhecer a natureza vazia de pensamentos no momento em que surgem, eles vão se dissolver. Então, apego e ódio nunca serão capazes de perturbar a mente. Emoções iludidas entrarão em colapso, por si mesmas. Não há ações negativas sendo acumuladas, de modo que não seguirão sofrimentos.

Dilgo Khyentse Rinpoche.


FONTE: sobrebudismo.com.br/

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