quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

“Limpar a sujeira! Sujeira limpa!"

Havia um discípulo do Buda Shakyamuni chamado Cudapanthaka. Ele era estúpido a ponto de não conseguir memorizar o próprio nome.
Cudapanthaka se tornou discípulo do Buda, mas apesar de fazer o seu melhor sempre, a disciplina lhe era tão difícil que finalmente um dia decidiu sair. Quando estava saindo, Buda o chamou e o ordenou como seu discípulo direto, dizendo-lhe:
“Cudapanthaka, você vai ficar aqui e virado para o leste, recite repetidamente isto ‘Limpar a sujeira! Sujeira limpa! ’ enquanto limpa as mãos com este pano branco”.
Ele não conseguia sequer memorizar esta frase, embora ele tentasse de várias maneiras, enquanto ele limpava suas mãos. Assim muitos dias se passaram e o seu pano branco se tornou muito sujo por causa da sujeira de suas mãos. Ele então ficou chateado com a sujeira do pano e logo tentou lavar a sujeira muitas vezes, mas não conseguiu torná-lo branco como antes. Então ficou triste e preocupado. Foi até o Buda para pedir-lhe desculpas. O Buda lhe disse:
“O seu pano branco se tornou sujo por causa da sujeira de suas mãos, isto aconteceu pela sujeira de sua mente. Se isto é assim, como é que vai fazer?
“Cudapanthaka respondeu:
“Farei o meu melhor para limpar a minha sujeira e a sujeira de outros.” Ele começou a limpar tudo, o jardim, salão principal, instalações sanitárias, sapatos, bolsas, roupas e etc, enquanto ele recitava “Limpar a sujeira! Sujeira limpa!”
Outros discípulos notaram isso, mas continuavam tratando-o como um tolo. Um dia, alguns discípulos tentaram testar Cudapanthaka que ultimamente tinha conquistado boa reputação e lhe pediram para fazer um discurso para muitas pessoas.
No discurso, ele disse: “sou verdadeiramente uma pessoa tola. Por isso, não tenho quaisquer bons ensinamentos para pregar para vocês, somente aquilo que eu lembro e tenho praticado sob orientação do Buda. Gostaria de compartilhar isso, por favor, escutem, por favor".
Logo que ele falou isso, recitou lentamente com uma bela voz e suavemente.
“Limpar a sujeira! Sujeira limpa! Limpar a sujeira! Sujeira limpa!” 

Os discípulos que haviam tentado testá-lo ficaram muito impressionados com a profunda compaixão na sua voz e se desculparam com ele. Seu breve discurso foi concluído com aplausos.


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