quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Por que existe fofoca?

Por que será que fofocamos?

Por que você quer saber dos outros? 
Por que este extraordinário interesse nos outros? 
Não é uma fuga, realmente, este desejo de descobrir o que os outros estão pensando e sentindo e falar a respeito? Isto não nos oferece uma fuga de nós mesmos?

 Não existe aí também o desejo de interferir na vida dos outros? 

Nossa própria vida não é suficientemente difícil, suficientemente complexa, suficientemente dolorosa, sem lidar com os outros, interferir com os outros? 
Há tempo para pensar nos outros desta maneira fofoqueira, cruel, feia? 
Por que fazemos isto? 
Você sabe, todo mundo faz. Praticamente todo mundo faz fofoca sobre alguém. Por quê?

 Eu penso, primeiro de tudo, fofocamos sobre os outros porque não estamos suficientemente interessados no processo de nosso próprio pensar e de nossa própria ação. É uma mente extraordinariamente estúpida que quer excitação, e sai dela mesma para conseguir. Em outras palavras, fofocar é uma forma de sensação, não é? – à qual nos permitimos. 

Pode ser um tipo diferente de sensação, mas existe sempre este desejo de encontrar excitação, distração. 
Se a pessoa entra de fato profundamente nesta questão, volta para si mesma, o que mostra que a pessoa é realmente extraordinariamente superficial e busca excitação do lado de fora falando dos outros. 
Pegue a si mesmo da próxima vez em que estiver fofocando sobre alguém; se você estiver atento, isto lhe indicará um pedaço terrível de você mesmo.

 Krishnamurti to Himself, California, 1983. 

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