quinta-feira, 15 de outubro de 2015

condicionamento, apego e acúmulo - parte II


Condicionamento; Velho, Apego, Expansão, Acúmulo



Como dissemos, estamos programados. O cérebro humano é um processo mecânico. Nosso pensamento é um processo materialista, e esse pensamento tem sido condicionado para pensar como budista, hindu, cristão, etc. Portanto, nosso cérebro está condicionado. É possível ficar livre do condicionamento? Há os que dizem que não, porque (…) como pode esse condicionamento ser completamente erradicado, de forma que o cérebro humano possa tornar-se extraordinariamente purificado, original, de infinita capacidade?

Muitas pessoas admitem isso, mas ficam satisfeitas em meramente modificar o condicionamento. Porém estamos dizendo que esse condicionamento pode ser examinado, observado, e pode haver total libertação do mesmo. Para descobrir por nós mesmos se é possível, ou não, temos de inquirir sobre nossas relações. (Idem, pág. 78)

Em geral temos um problema, tendemos a preocupar-nos com ele, a fragmentá-lo, analisá-lo, achar uma fórmula para resolvê-lo. E o pensamento, como se pode observar, é sempre reação do velho; portanto, nunca é novo, e o problema, entretanto, é sempre novo. Traduzimos o novo, o problema, em termos de pensamento, mas o pensamento é velho (…)
(A Essência da Maturidade, pág. 12)

(…) Como é possível descobrirdes o que é novo, com a carga do que é velho? É só pelo desaparecimento dessa carga que se descobre o novo. Assim, pois, para descobrir o novo, o eterno (…), necessita-se de uma mente extraordinariamente alerta, (…) que não vise a um resultado (…) não interessada em “vir-a-ser”. (…)
(O Que te fará Feliz, pág. 129)

A palavra “apegar-se” significa pegar, agarrar, ter a sensação de que você pertence a alguém e de que alguém pertence a você. Cultivar o desapego dá origem à falta de afeição, à frieza, (…) desenvolve o sentimento oposto (…) O desapego é um não-fato, enquanto o apego é um fato. (…) Quando há apego, cultivar o desapego é um movimento rumo à ilusão e você se torna frio, duro (…)
(Perguntas e Respostas, pág. 120)

Se estamos cônscios de que estamos apegados, vemos todas as consequências desse apego - ansiedade, falta de liberdade, ciúme, ira, ódio. No apego há também uma sensação de segurança (…) E, assim, há o possuidor e o possuído (…) Estou apegado a você do fundo de minha solidão e esse apego (…) diz: “Eu amo você” (…)
(Idem, pág. 121)

Você pode estar apegado a uma experiência, a um incidente, uma grande sensação de orgulho, (…) de poder, (…), de segurança (…) Se você percebe tudo isso, sem que ninguém lho diga, sem nenhum motivo, (…) então você verá que o insight revela a coisa toda como num mapa. Havendo esse insight, a coisa desaparece completamente e você não está mais apegado.
(Idem, pág. 121)

(Krishnamurti)

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