quinta-feira, 30 de julho de 2020

Nós, homens do conhecimento, não nos conhecemos... (Nietzsche)

„Nós, homens do conhecimento, não nos conhecemos; de nós mesmos somos desconhecidos - e não sem motivo. Nunca nos procuramos: como poderia acontecer que um dia nos encontrássemos? Com razão alguém disse:'onde estiver teu tesouro, estará também teu coração'. Nosso tesouro está onde estão as colmeias do nosso conhecimento. Estamos sempre a caminho delas, sendo por natureza criaturas aladas e coletoras do mel do espírito, tendo no coração apenas um propósito - levar algo 'para casa'. Quanto ao mais da vida, as chamadas 'vivências', qual de nós pode levá-las a sério? Ou ter tempo para elas? Nas experiências presentes, receio, estamos sempre 'ausentes': nelas não temos nosso coração - para elas não remos ouvidos. Antes, como alguém divinamente disperso e imerso em si, a quem os sinos acabam de estrondear no ouvido as doze batidas do meio-dia, e súbito acorda e se pergunta 'o que foi que soou?', também nós por vezes abrimos depois os ouvidos e perguntamos, surpresos e perplexos inteiramente, 'o que foi que vivemos?', e também 'quem somos realmente?', e em seguida contamos, depois, como disse, as doze vibrantes batidas da nossa vivência, da nossa vida, do nosso ser - ah! e contamos errado… Pois continuamos necessariamente estranhos a nós mesmos, não nos compreendemos, temos que nos mal-entender, a nós se aplicará para sempre a frase: 'cada qual é o mais distante de si mesmo' - para nós mesmos somos 'homens do desconhecimento'…

Fonte: https://citacoes.in/citacoes/939669-friedrich-nietzsche-nos-homens-do-conhecimento-nao-nos-conhecemos-d/


"Nós, homens do conhecimento, não nos conhecemos; de nós mesmos somos desconhecidos - e não sem motivo. Nunca nos procuramos: como poderia acontecer que um dia nos encontrássemos? 
Com razão alguém disse: 'onde estiver teu tesouro, estará também teu coração'. 
Nosso tesouro está onde estão as colmeias do nosso conhecimento. Estamos sempre a caminho delas, sendo por natureza criaturas aladas e coletoras do mel do espírito, tendo no coração apenas um propósito - levar algo 'para casa'. 
Quanto ao mais da vida, as chamadas 'vivências', qual de nós pode levá-las a sério? Ou ter tempo para elas? 
Nas experiências presentes, receio, estamos sempre 'ausentes': nelas não temos nosso coração - para elas não demos ouvidos. Antes, como alguém divinamente disperso e imerso em si, a quem os sinos acabam de estrondear no ouvido as doze batidas do meio-dia, e súbito acorda e se pergunta 'o que foi que soou?', também nós por vezes abrimos depois os ouvidos e perguntamos, surpresos e perplexos inteiramente, 'o que foi que vivemos?', e também 'quem somos realmente?', e em seguida contamos, depois, como disse, as doze vibrantes batidas da nossa vivência, da nossa vida, do nosso ser - ah! e contamos errado… 
Pois continuamos necessariamente estranhos a nós mesmos, não nos compreendemos, temos que nos mal-entender, a nós se aplicará para sempre a frase: 'cada qual é o mais distante de si mesmo' - para nós mesmos somos 'homens do desconhecimento'…"

Fonte: https://citacoes.in/citacoes/939669-friedrich-nietzsche-nos-homens-do-conhecimento-nao-nos-conhecemos-d/

Nova Consciência ~ II por Eckhart Tolle

Alguns trechos extraídos da obra de Eckhart Tolle O Despertar de Uma Nova Consciência

- O tempo e o Agora: a origem do sofrimento

- O ego e a verdadeira identidade



O tempo, ou seja, o passado e o futuro, é onde o falso Eu, fabricado pela mente, vive. 
E o tempo está na nossa mente. Ele não é algo que tenha uma existência objetiva “ali fora”. É uma estrutura mental necessária para a percepção sensorial, indispensável pelos propósitos práticos,  é sensorial ,mas também é o maior obstáculo ao autoconhecimento.  

O tempo é a dimensão horizontal da vida, a camada superficial da realidade. 
Mas há ainda a dimensão vertical da profundidade, à qual só temos acesso através do portal do momento presente. Assim, em vez de nos concedermos tempo, devemos removê-lo. Retirar o tempo da nossa consciência é eliminar o ego. É a única prática espiritual verdadeira.

Quando falo da eliminação do tempo, não estou, é claro, me referindo ao tempo do relógio, que é usado com propósitos práticos, como marcar um encontro ou planejar uma viagem. Seria quase impossível atuar nesse mundo sem esse tempo convencional. O que estou propondo é a eliminação do tempo psicológico, que é a preocupação interminável da mente egóica com o passado e com o futuro e sua resistência a entrar no estado de unicidade com a vida e viver alinhada com a inevitável condição do momento presente de ser o que é.

Sempre que um NÃO habitual à vida se transforma num SIM, toda vez que permitimos que esse momento SEJA COMO É, dissolvemos tanto o tempo quanto o ego

Para que o ego sobreviva, ele deve tornar o tempo – o passado e o futuro – mais importante que o Agora, a não ser por um breve instante logo após obter o que deseja. Contudo, nada consegue satisfazê-lo por muito tempo. Há duas maneiras de sermos infelizes: Não alcançando o que desejamos é uma. Alcançando o que desejamos é outra.

O Agora assume a forma de qualquer coisa ou acontecimento. Enquanto resistimos a isso internamente, o mundo é uma barreira impenetrável que nos separa de quem somos além da forma, que nos afasta da Vida única, sem forma, que nós somos. 

Quando dizemos um SIM interior para a forma que o Agora adquire, ela própria se torna uma passagem para o que não tem forma. A separação entre o mundo e Deus se dissolve.

Quando reagimos à forma que a Vida assume no momento presente, tratando o Agora como um meio, um obstáculo ou um inimigo, fortalecemos nossa própria identidade formal, o ego. Disso resulta a atitude reativa do ego. Ele se vicia em reagir. Quanto maior nossa disposição para manifestar uma reação, mais vinculados nos tornamos à forma. Quanto maior a identificação com ela, mais forte é o ego. Nosso Ser então deixa de brilhar através da forma – ou só faz isso vagamente.


Por meio da não-resistência à forma, aquilo em nós que se encontra além da forma emerge como uma presença de total abrangência, um poder silencioso muito maior do que a identidade de curta duração que temos na forma pessoal emerge. 

Ele é mais profundamente quem nós somos, do que qualquer outra coisa no mundo da forma. Quanto mais limitada, quanto mais estreitamente egóica é a visão que temos de nós mesmos, mais nos concentramos nas limitações egóicas – na inconsciência – dos outros e reagimos a elas. 

Os “erros” das pessoas ou o que percebemos como suas falhas, se tornam para nós a identidade delas. Isso significa que vemos apenas o ego dos outros e, assim, fortalecemos o ego em nós. Em vez de olharmos “através” do ego deles, olhamos “para”o ego. E quem está fazendo isso? O ego em nós.

As pessoas muito inconscientes sentem o próprio ego por meio do seu reflexo nos outros. Quando compreendemos que aquilo a que reagimos nos outros também está em nós (e algumas vezes apenas em nós), começamos a nos tornar conscientes do nosso próprio ego. 
Nesse estágio, podemos também compreender que estamos fazendo às pessoas o que pensávamos que elas estavam fazendo a nós. Paramos de nos ver como vítimas. 

Nós não somos o ego. Portanto, quando nos tornamos conscientes do ego em nós, isso não significa que sabemos quem somos – isso quer dizer que sabemos quem NÃO SOMOS. Mas é por meio do conhecimento de quem não somos que o maior obstáculo ao verdadeiro conhecimento de nós é removido.




Segunda sem carne! Participe!

Segunda sem carne – Por que aderir?



Lançado nos Estados Unidos em 2003, o movimento Meatless Monday (segunda sem carne) vem ganhando adeptos em vários países e ficou famoso quando o beatle Paul McCartney chamou a atenção da mídia ao lançar a campanha na Inglaterra, acompanhado pela filha, a estilista Stela McCartney. 

Segunda-feira é mundialmente conhecido como o dia para mudanças, dia para tomarmos decisões, começarmos transformações e novidades. Que tal tentar algo que trará um enorme benefício para todos?!

A Campanha Segunda Sem Carne se propõe a conscientizar as pessoas sobre os impactos que o uso de produtos de origem animal* para alimentação tem sobre  os animais, a sociedade, a saúde humana e  o planeta, convidando-as a descobrir novos sabores ao substituir a proteína animal pela vegetal pelo menos uma vez por semana.

Existente em mais de 40 países, como nos Estados Unidos e no Reino Unido (onde é encabeçada pelo ex-Beatle Paul McCartney) e apoiada por inúmeros líderes internacionais, a campanha foi lançada no Brasil em outubro de 2009 e hoje conta com o apoio de governos, personalidades e empresas.

Um dos desdobramentos da adesão ao movimento é a implementação da Alimentação Escolar Vegetariana presente desde 2011 nas escolas municipais de São Paulo, escolas os alunos da rede pública do município de São Paulo têm acesso à refeições 100% livres de produtos animais, trazendo grande impacto positivo.

A fim de facilitar a adoção deste hábito, a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) fornece em suas redes receitas saborosas, dicas de nutrição, notícias e informações qualificadas a respeito das razões éticas, ambientais e de saúde para passar essa ideia adiante.
 
Ao diminuir o consumo de carne reduz-se, ao mesmo tempo, o desperdício de água, o desmatamento, a desertificação, a extinção de espécies, a destruição de habitats e até de biomas inteiros. A pecuária é responsável pela emissão de cerca de 17% dos gases de efeito estufa no planeta. Mais da metade da produção mundial de alimentos é destinada à ração para animais de abate.

A Segunda Sem Carne no Brasil é considerada a maior do mundo

No ano de 2018 foram 67 milhões de refeições oferecidas. 

E a campanha não para de crescer, no primeiro semestre de 2019, já foram mais de 42 milhões de refeições.  

Esses números expressivos são resultado do trabalho de parceria da SVB com empresas e órgãos públicos.








Informe-se melhor sobre a campanha acessando: http://segundasemcarne.com.br/
  
fonte: https://vegavida.com.br/segunda-sem-carne/

  







quarta-feira, 22 de julho de 2020

Só há uma versão de você — por que desperdiçar seu talento?

Um papo sobre confiança e bundas-moles

por


Tem tantas pessoas talentosas por aí desperdiçando seu potencial por falta de confiança. Elas esperam que os outros acreditem nelas, mas não acreditam em si mesmas. Isso dói, cara.
A confiança é a base onde nossas vidas estão construídas. A confiança deve estar presente em relacionamentos, parcerias de negócio, lançamentos de produtos. Deve estar no botão enviar. No publicar. A confiança leva as coisas adiante.
Viver socialmente requer que, na maioria das vezes, não compartilhemos nossas opiniões, pensamentos e pontos de vida sobre o mundo. A sociedade quer que você seja um trabalhador dócil. Que escute as regras e faça seu trabalho para que as engrenagens continuem rodando.
Ah, e não podemos esquecer de bater o ponto. A sociedade pira quando não o fazemos. Já que, pra ela, o que importa são as horas trabalhadas, não o resultado entregue. E os prazos? Amigo e amiga, foda-se a criatividade quando se tem um prazo. É engraçado que a palavra inglesa pra isso seja deadline. Numa tradução literal, data limite. Pra nossa criatividade, a data da morte. Aos poucos os deadlines, cada vez mais apertados, vão nos corroendo por dentro. E nos matando.

Só há uma versão de você — por que desperdiçar seu talento?

Pra começar, saiba que você é um ser singular. Não há ninguém como você no mundo. Ninguém com suas experiências de vida, suas vivências ou seus pontos de vista.
Eu sei que isso soa meio insosso, mas é verdade, parceiro. Ninguém sabe a merda que você passou e acredito que você deva ter algum dom para compartilhar com o mundo.
O meu eu acho que é a escrita. Ela tem me proporcionado momentos únicos cada vez que clico em publicar. Das trocas de experiências nos comentários à mais recente loucura que a internet me proporcionou: hermano traduziu texto meu pro espanhol e saí numa revista de negócios gringa. E aí te/me questiono: se no primeiro comentário negativo — e acredite, mano, tem uma galera que não pega leve — eu tivesse abandonado a escrita?
Para ter uma confiança inabalável em si mesmo, você precisa ser razoável. E você precisa violar algumas normas sociais. Provavelmente uma das melhores coisas que aprendi na faculdade foi que muitas dessas regras nos são autoimpostas. E aí te digo que nossos destinos podem ser controlados se alterarmos essas regras. Pise fora da zona de conforto e você nunca mais terá vontade de voltar pra ela. Desafie os outros, desafie os conceitos de certo errado.
Eu meio que tô fazendo isso nesse texto. O padrão imposto pelas normas de marketing de conteúdo, ou melhor, pelos algoritmos dos mecanismos de busca, é que eu use um conjunto de técnicas de SEO. Sabe aqueles textos que eu e muitos por aí fazemos do tipo "X dicas pra você"? Fazemos isso porque é mais fácil você clicar no texto com um título desses. As dicas numeradas, inclusive, utilizam um recurso chamado heading tags. São esses subtítulos que garantem que você nos encontre no Google quando faz uma pesquisa.
Me pergunta se curto escrever nesse estilo? Acho uma bosta. Meu autor favorito é o Jack Kerouac, não o insira o autor mais vendido de autoajuda do momento. Mas a parada é que eu tô no jogo, sacou? Meu negócio é o texto corrido, uns palavrões, umas gírias. Não tenho paciência pra esses artigos enlatados — o que pode soar completamente contraditório, já que também faço isso e, inclusive, vendo isso —, mas é como falei: eu  no jogo. Não fossem esses padrões (veja eles aí novamente), você provavelmente não teria lido meus outros textos. E talvez nem leia esse, já que tô fugindo do padrão.
O ponto é que tem muita gente querendo passar uma mensagem legal, mas essa galera acaba sendo obrigada a se colocar dentro de um padrão para que o seu trabalho chegue a um público maior. Pode nos chamar de vendidos, se você se sentir melhor com esse termo. E aí, cara, acabamos todos no mesmo balaio. Essa é a real. Você sai no G1, as pessoas te elogiam, seu ego vai nas alturas, todo mundo fica feliz. E vão surgindo as alcunhas. Guru do empreendedorismoempreendedor de palcomeninos e meninas do Vale. E quando rola uma treta tipo o lance da Bel Pesce, toda uma geração é posta em xeque. A sociedade não perdoa.
Mas vamos falar sobre empreendedorismo. E vou mudar de assunto sem colocar uma tag h3 como subtítulo. Vemos as notícias e histórias do Vale do Silício e tentamos replicá-las aqui. Mas é foda, cara. São poucas as sociedades que incentivam o empreendedorismo. E o Brasil não é uma delas. Os americanos, com quem temos uma relação de amor e ódio, desde pequenos são incentivados a pensarem por conta própria e expressarem seus talentos para o mundo. É por isso que eles são fodas em várias áreas. Tem os melhores atores, os melhores esportistas, os melhores tudo — tá, não é  por isso, mas ajuda muito.
Sem falar das leis fiscais. Tenta abrir uma empresa nos EUA e uma no Brasil. E os programas de apoio e fomento à startupsAh, mas no Brasil tem vários editais. Vou contar um caso pra vocês, então. Sou sócio do Projeto CR.U.SH, uma startup de mobiliário digital open source. Na metade do ano fomos contemplados no Sinapse da Inovação, um programa de incentivo a criação de empresas de tecnologia do estado de Santa Catarina. Prêmio de R$60 mil e uma bolsa de R$2.500,00 durante 1 ano. Estamos em meados de setembro. Pergunta se já recebemos? Três meses de atraso — até agora.  acha que os gringos iam dar um mole desse?

A real sobre confiança

Tem outro princípio sobre o uso das heading tags que é a escaneabilidade. Essa não tem haver com os mecanismos de busca. O negócio é com o elemento humano atrás da tela. Esses subtítulos ajudam o leitor a escanear o texto em busca de informações relevantes. Do contrário, há o risco do cara pensar "ah, não tô com saco pra textão". E aí ele clica no e aquelas horas que você passou escrevendo não valeram 10 segundos do tempo dele.
Mas voltemos pra confiança. Eu tenho uma troca muito legal com o meu público no LinkedIn e sempre rolam alguns insights lendo os comentários. Uma coisa que notei esses tempos é que muitos de nós somos extremamente idealistas quando jovens, mas com o passar do tempo, quando precisamos nos estabelecer num trabalho comum das 08h às 18h e, principalmente, que pague nossas contas, muitos dos nossos sonhos e esperanças desaparecem e começamos a perder a confiança em nós mesmos. Perdemos aquele brilho nos olhos, saca? Nossos dias ficam cinzentos, você entra em modo automático e apenas torce para que o final de semana chegue logo.
Mas, cara, é seu dever ter confiança em si. Quando você tem um forte senso de dever, seus medos tornam-se menos reais e fica mais fácil compartilhar seus dons com os outros. Eu morria de medo de publicar meus textos online. Nos 20 primeiros, por aí, fechei a seção de comentários. Não estava preparado para o feedback. Aí um dia recebi um e-mail de um cara dizendo que adorava meus textos, mas nunca teve a oportunidade de comentar isso neles. Pensei: porra, caraÓ o que eu tô perdendo.
Cada vez que me sento nessa cadeira é uma luta pra escrever e fazer o trabalho criativo. Tem vários dias que sento aqui, fico olhando o cursor do editor de texto piscar e não acontece nada. Pego um café, perco um tempo procurando uma playlist com o termo concentração no Spotify e tento de novo. O tempo passa e vou me frustrando. Será que não tenho mais nada para contribuir com os outros? A fonte secou? Secou nada, cara. Tu és foda. Eu sou foda. Cadê a confiança?
Minha confiança aumentou muito quando percebi que fragmentos do que eu escrevo podem ajudar alguma situação vivida por alguma pessoa em algum lugar do mundo. Sim, em algum lugar do mundo. Tenho leitores de toda a comunidade que compartilha a língua portuguesa. Angola, Moçambique, Cabo Verde, Timor Leste, Macau, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe e, claro, Portugal. Esqueci de alguém? Escrevi de cabeça, hoje acordei meio puto com o Google. Ah, tem também a galera que leu aquele meu texto em espanhol. A AmerícaEconomía circula em toda a América Latina, então o texto chegou pra muita gente.
E aí me perguntam: Tá, Matheus, mas estás ganhando dinheiro com o blog? Mas porque o foco de tudo o que fazemos é o dinheiro, porra? Não sou hipócrita, gosto de dinheiro, mas ... Não tem dinheiro que pague a sensação de ver que, de alguma maneira, você fez a diferença na vida de alguma pessoa. E isso é o tipo de coisa que só rola quando você destrói seus medos e tem confiança em si. No meu caso, só rolou quando permiti que as pessoas comentassem em meus textos.
Muitos de nós não deixamos um legado porque temos medo de que nossas necessidades básicas, ou melhor, as necessidades básicas impostas pela sociedade não sejam atendidas. O carro novo, a casa maior, as roupas de marca. E digo legado porque você sabe, né, um dia todos nós vamos embora dessa vida. Serião. Ou seja,  tem uma chance, parceiro.

Seja um tolo

Tô sendo tolo ao pensar que terei quase 1 milhão de visualizações com este escrito igual tive neste texto. Mas eu precisava disso. Qualquer um que vai contra as regras da sociedade é visto como um tolo. Foi assim com vários caras fodões que fizeram coisas grandiosas. Pra nossa geração o mito dessa descrição é, certamente, Steve Jobs. Mas vamos voltar um pouco e deixar a tecnologia de lado. Vamos falar de caras que pensaram na coletividade. Vamos falar de Gandhi, Mandela, Luther King Jr. Muitos heróis, santos ou mártires colocaram suas vidas em risco para defenderem suas crenças. Sacrificaram suas vidas pelo coletivo e conduziram a raça humana adiante.
Para qualquer trabalho criativo que você faça ou qualquer coisa que você faça fora das normas, tenha a certeza de que será ridicularizado. Os caras que citei foram. As pessoas não gostam de outras pessoas que fazem coisas diferentes. Já contei aqui da vez em que fui ao Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York e achei tudo aquilo uma merda. O fato é que cheguei lá cheio de preconceitos e com a ideia pré-concebida de que qualquer risco é arte. Ignorância. Mesmo.
Agora te encorajo a ser um desajustado — não vou copiar e colar a propaganda épica da Apple, relaxa. Não siga o rebanho, abra seu próprio caminho. É meio loko eu escrever isso porque eu realmente estava seguindo o rebanho. Quero dizer, eu tô no jogo, mas eu posso ter meu próprio estilo. Uns headlines tags aqui e ali, mas eu posso fazer o meu trampo, não apenas seguir uma fórmula mágica de sucesso que promete máximo engajamento e trocentas mil curtidas. Eu não quero só visualizações, curtidas e o caralho à quatro, eu quero dar tapas na cara das pessoas. Tapas metafóricos, evidentemente.

Haters

A internet é foda. A linha tênue entre sucesso e fracasso é realmente fina por aqui. Uma palavra mal colocada e pronto. Já era. A galera cai de pau. E dói. Se meu texto tem 100 comentários, sendo 98 positivos e 2 negativos, aqueles 2 filhos da puta mexem comigo. Mas aí entra a confiança. Aprendi a me apegar aos 98 e ignorar os 2. Porque pô... São 98. Independente da sua proporção de haters, se apegue aos comentários positivos da galera que te quer bem. Críticas? Só se forem construtivas. O resto deixa pra lá.
A melhor maneira de lidar com esses caras? Fazendo um trabalho melhor ainda. Confiança, mano.

Onde está a sua rebeldia natural?

Ontem enviei um e-mail pro pessoal da minha newsletter perguntando qual o maior desafio profissional que as pessoas tem enfrentado. A galera se engajou e já recebi mais de 100 respostas — agora quero ver dar conta de responder todo mundo, haha.
Esse meu texto é sobre confiança por dois motivos:
  1. Percebi que tem muita gente na pior justamente pela falta dela.
  2. Teve um cara, que vou chamar carinhosamente de Leo Tolstoy, que me respondeu de volta com algumas sugestões e questionamentos. Na real, ele me abriu os olhos.
Em determinado trecho ele chama minha geração de bundas-moles e diz para eu fugir do politicamente correto. O Tolstoy tem razão. O sucesso por vezes nos cega. É muito cômodo pra mim fazer um texto caça-níquel de cliques com um título "X dicas para você" ou "Como fazer tal coisa" e 500 palavras do que este meu manifesto com mais de 2000 palavras.
Tolstoy cita, com razão, nossa falta de culhões. Nosso medo de tocar o dedo na ferida e deixar de fazer parte do clubinho.
Por isso a necessidade desse texto. Ele foi escrito pra aumentar a minha confiança, a sua e a do Tolstoy em nossa geração.
Vamos ter mais confiança em nós mesmos. Vamos fazer a diferença nessa porra de mundo. Vamos deixar um legado.
Não quero mais ser um bunda-mole.

Growth Hacker & Escritor

domingo, 19 de julho de 2020

O lixo é resultado da falta de criatividade: o problema do plástico


Por ano, 8 milhões de toneladas de plástico chegam aos oceanos.
É com esta matéria prima que Ana Pêgo trabalha criativamente no seu projeto Plasticus maritimus para nos alertar sobre o desastre ambiental que está espelhado nas nossas praias. 

Já criou um esqueleto de uma baleia com o plástico que vem parar na praia e utiliza o restante lixo para criar exposições e ensinar as crianças e jovens.





"o lixo plástico é fruto da nossa falta de criatividade!"
(Ana Pêgo - educadora e ambientalista)
 
Isso quer dizer que se nós formos suficientemente criativos, nunca vamos acumular tanto lixo.
Ana Pêgo criou uma página no facebook chamada "plásticus marítimus" que mostra às pessoas as coisas que encontra na praia. Ela inventou este "nome científico" remetendo à ideia de uma espécie
invasora que está a invadir as nossas vidas e as nossas praias.
Referido projeto ambiental visa a introduzir este tema da poluição ambiental, até pela urgência
de educar e informar as pessoas para que aprendam realmente a resolver o problema.

O plástico e os descartáveis vieram facilitar muito a nossa vida. Porém, nem percebemos como quase tudo que usamos é plástico. As pessoas têm que ter consciência disso.
O plástico é um material muito importante, mas realmente os descartáveis, estas coisas que nós usamos uma vez e em seguida jogamos fora, todas estas coisas acabam sendo arrastadas pelas chuvas e mais tarde vão parar na praia. A consequência disto é que os animais acabam comendo, ingerindo, já que confundem com o próprio alimento.
 

Durante muitos anos ouvimos este o principal que nós deveríamos fazer era reciclar. Porém, o primeiro passo é repensar nossos hábitos, a forma como utilizamos e descartamos o plástico.  Evitar ou reduzir o uso de sacos plásticos é uma questão de hábito.O mesmo se aplica aos canudos plásticos: não são realmente necessários. A reciclagem é apenas o último passo, quando realmente não tivermos como recuperar os objetos, só no final é que temos a reciclagem.
 
A reciclagem não é a primeira coisa que temos que fazer, mas é a última é só quando já não sabemos o que fazer.

não tenho tempo para praticar... (Rinpoche)

Pergunta: Trabalho o dia inteiro e não tenho tempo para praticar. Rinpoche, por favor me dê um conselho.?
Dilgo Khyentse Yangsi Rinpoche: “Sendo honesto com você, não existe um momento em que você não tenha tempo. Você tem tempo pra jogar fora, conversando no telefone ou assistindo tv. Mas você não tem tempo para praticar. É fascinante. Não pergunte sobre como praticar se não tem tempo.
Pergunte-se porque você entrou na busca espiritual em primeiro lugar, porque você se meteu a praticar. "Por que?" Você deve se perguntar isso.
Sempre há tempo. A única questão é: você tem vontade suficiente?”
(seção “As 5 Desculpas“, no livro "Para Abraçar a Prática")


Dilgo Khyentse Yangsi Rinpoche, nasceu no Nepal em 1993, considerado um dos maiores mestres budistas do Século XX.
fonte: dharmalog

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Sugar Blues!! essa leitura eu recomendo

Sugar Blues!! essa leitura eu recomendo!

Sugar Blues é um livro audacioso, profético e chocante, elaborado por um escritor e pesquisador que esmiúça séculos de história, folclores esquecidos, sábias tradições dos antigos e conceitos científicos inconsistentes, para trazer à tona a verdade sobre a mais dissimulada droga que dissolve os dentes e os ossos de toda uma civilização: a sacarose refinada, popularmente conhecida por açúcar.

Exaustivas pesquisas desenvolvidas nos grandes centros científicos evidenciam consideráveis vínculos entre o açúcar refinado e as mais alarmantes doenças modernas que vão da depressão ao derrame cerebral; entretanto, esta substância antinutriente formadora de hábito, é consumida, a cada dia, em praticamente todos os produtos utilizados na dieta do homem civilizado, do pão aos cigarros.

Você consegue fazer o DOWNLOAD GRÁTIS deste livro em vários links disponíveis na internet.

citações de "O Poder do Silêncio" - Eckhart Tolle - 3ª parte

citações da obra "O Poder do Silêncio" - Eckhart Tolle - 3ª parte

continuação da 2ª parte:





“Este exato momento, Agora, é a única coisa no mundo que não dá pra escapar. É o único fator constante na nossa vida. Se não é possível fugir do Agora, por que não acolhê-lo e tratá-lo bem?”

“Concentrar sua atenção no Agora não é negar o que é necessário. É reconhecer o que é prioritário. Mais tarde você poderá lidar mais facilmente com o que é secundário. Concentrar-se no Agora não é dizer: “Não vou me preocupar mais com as coisas, pois só existe o Agora”. Não é isso. Veja o que é prioritário e faça do Agora seu amigo, e não seu inimigo. Reconheça-o e respeite-o.”

“Você trata o momento atual como um obstáculo que precisa ser ultrapassado? Você considera mais importante o momento futuro que quer atingir? A maioria das pessoas vive assim. Como o futuro nunca chega, a não ser como presente, essa forma de viver é inútil. Causa uma constante sensação de desconforto, tensão e insatisfação. Não respeita a vida, que é Agora.”

terça-feira, 14 de julho de 2020

Efeito Borboleta - Você acredita em destino ou no acaso?


Efeito Borboleta


Você acredita em destino?

Acredita no acaso governando sua vida?

Leis mecânicas baseadas na lei de causa/efeito controlam todos os acontecimentos?

Determinismo e Acaso...

Em quaisquer ciências, sabemos todos que pequenas variações nas condições iniciais de um sistema ou problema descrito por equações não-lineares podem ter resultados completamente distintos e inesperados com o passar do tempo. 
Ocorre que na natureza, praticamente todos os fenômenos são não-lineares!
E mais do que isso: não há como determinarmos as condições iniciais de um problema/sistema!!
Consequentemente, embora conheçamos algumas "leis", o universo sempre terá um considerável componente de imprevisibilidade.
Noutras palavras: todas as nossas melhores equações matemáticas e modelos físicos, de fato são maquetes mais ou menos incompletas que tentam antever e controlar o comportamento dos fenômenos no universo que nos cerca. 

Mas o que tudo isso tem a ver com nosso destino?

Falemos um pouquinho do Efeito Borboleta...*

Você provavelmente já ouviu falar ou assistiu ao filme "Efeito Borboleta"... A ideia de que uma pequena ação agora pode desencadear grandes consequências, às vezes imprevisíveis, a médio e longo prazo...
Essa "ideia" de "imprevisibilidade dos acontecimentos" nasceu na própria Ciência. 

Deste modo, justamente devido ao fato de desconhecermos todas as variáveis que influenciam em um dado acontecimento, o “Efeito Borboleta” pode ser enunciado afirmando que "pequenas oscilações nas condições iniciais de um problema podem causar efeitos completamente inesperados, divergentes ou imprevisíveis em um futuro" (próximo ou distante).

Vejam o simples exemplo das previsões meteorológicas... 
A quantidade de erros nessas previsões costuma ser enorme. E tais erros de previsão serão proporcionalmente mais numerosos quanto mais distante no tempo e no espaço estiver a dita "previsão" do nosso meteorologista.

Filosoficamente, podemos dizer que a Teoria do Caos Determinístico nos ensina que o Universo é "naturalmente imprevisível". Ou seja: os fenômenos não-lineares são a regra na natureza.

Assim, parafraseando o matemático E. Lorenz, "se uma borboleta batesse as asas na China, e o pequeno deslocamento de ar provocado pelo seu movimento, somado a outros fatores igualmente desconhecidos ou não mensuráveis, mudasse as condições iniciais de um sistema climático, pode ser que acabasse desencadeando uma tempestade do outro lado do planeta".

Impressionante pensar nos possíveis desdobramentos desse efeito! 

Isso quer dizer que o universo é caótico e o caos governa tudo?


Claro que não!
O fato de desconhecermos todas as variáveis de um sistema, não nos habilita a inferir como regra, que o universo é caótico (como a princípio poderia sugerir a expressão 'Teoria do Caos').

De fato, o que ocorre é que nossas melhores equações não nos dão um quadro completo da realidade. Noutras palavras, nossas equações e aparelhos de medição não dão conta de abarcar toda a gama de forças e condições ambientais que interagem simultaneamente, nem tampouco de avaliar a real relevância de cada uma delas no 'resultado final'. 
Em síntese: nossas melhores equações físicas e matemáticas, sim, estão incompletas.

Evidente que nossa ignorância não pode (não deveria) servir para ratificar quaisquer hipóteses filosóficas, por mais fascinantes que nos parecessem!  

Recapitulando: já sabemos que as equações lineares que estudamos na escola são 'modelos aproximados' nos quais os termos não-lineares são desprezados por serem considerados 'insignificantes' ou 'incomensuráveis' (dentro de certo contexto espaçotemporal). E é fato também que, graças a tais simplificações, podemos usufruir dos avanços tecnológicos disponíveis em nosso dia a dia...  

Então, o fato de existirem 'termos não-lineares' desconhecidos (e, portanto, desconsiderados) está a nos dizer o quê exatamente? 
...Que as teorias científicas aceitas, por mais elegantes ou complexas, não nos fornecem uma descrição realmente objetiva (nem mesmo aproximada) da realidade! 
Desapontado?
Não fique.
As equações dos físicos, dos químicos, dos matemáticos e dos biológicos são lindas, elegantes e funcionais, mas não são absolutamente exatas. 
Nossa técnica é sim uma ferramenta útil, nossos instrumentos são funcionais (dentro de certos limites), mas isso não quer dizer que a Ciência humana seja "uma descrição fidedigna da realidade", como sonhavam os positivistas.

Apesar de todos os benefícios que colhemos dos avanços científicos, estamos tão próximos de compreender a razão e os porquês do nosso universo, quanto estavam os cientistas e filósofos gregos de 2500 anos atrás.

Então, quando usamos expressões como "caos" e "acaso", estamos falando das aparências (não sobre como as coisas são em si mesmas)...

Quando falamos em "acaso" e "caos", estamos falando muito mais sobre o tamanho de nossa ignorância, do que sobre como as coisas realmente são.

Palavras, rótulos, criados para encobrir as lacunas de nosso desconhecimento das leis universais, de como o universo é e como funciona realmente. 

Se tão pouco sabemos do mundo visível, o que diremos daquele que nos é invisível...

Tal constatação não impede que a ciência nos seja útil, como já vimos.

E o tal do livre-arbítrio? 

Estamos sujeitos ao caos ou a leis determinísticas?

O efeito borboleta nos lembra que leis mecânicas determinísticas, enunciadas pelo ser humano, também têm seus 'limites'.

Ademais, além de sabermos quase nada sobre nosso mundo físico, precisamos considerar a muito provável hipótese de que nosso mundo (tridimensional) não seja o único a ser considerado em nossas equações e fórmulas...


Então, pensemos nisso: O que seria de nossa 'vontade livre', da liberdade, se considerássemos cada mínimo movimento universal (do micro ao macro), submetidos às inexoráveis leis mecânicas naturais? 

Então, se tudo estivesse submetido a tais leis mecânicas absolutas, onipresentes e onipotentes, então nossa consciência, junto com nossos pensamentos, emoções e volições, seriam todos pálidos reflexos delas, nada mais... por exemplos, uma Nona Sinfonia de Beethoven, toda a nossa poesia, ciência e ideais, não passariam de mero resultado mecânico da ação cega de leis impessoais, inconscientes e indiferentes. 

Nada, nenhuma ação ou sentimento teria valor real, enquanto manifestação livre e consciente do 'espírito humano'. Até nosso destino, de igual modo, já estaria traçado/determinado desde o misterioso e mítico 'Big Bang'...

Mais algumas perguntas intrigantes:

- Há algo na dimensão humana que transcende, em algum momento, as leis mecânicas naturais mais elementares? Se sim, é possível descrevê-la?
- Como (com qual base ou fundamento), de fato, fazemos nossas escolhas?
- Todas as nossas decisões podem ser explicadas em termos de reações eletrofisicoquímicas de nossos cérebros?
- Quem/o quê nos impulsiona a agir, a nos omitir, a matar ou a nos matar? 
- Qual a fonte de nossa rebeldia interior, de nossa insatisfação existencial?
- O que/quem, de fato, nos impulsiona à transcendência?
São questões filosóficas ainda abertas, para que cada um busque respondê-las... Para a Filosofia, ainda tem a mais profunda de todas as questões básicas: o porquê. Por que tudo isso, afinal? Por que o universo existe e nós nele? Qual a razão?

As respostas não estão prontas...
se as perguntas não são fáceis, não serão fáceis as respostas.

1. Se presumirmos que somos resultantes da mera ação de leis mecânicas (portanto, vítimas, não do 'acaso' como crêem alguns, mas de leis onipotentes e onipresentes), então, isso resultaria em que todas as nossas ações do passado e do presente, incluindo pensamentos e vontades, não estariam de fato sob nosso real controle. Livre-arbítrio seria, como algumas pesquisas neurológicas sugerem, uma ilusão criada pela área cerebral responsável pela nossa consciência'.

Bom lembrar que tal conclusão poria em xeque a legitimidade de qualquer debate na área da ética, já que certos comportamentos de ordem moral não poderiam ser exigidos do ser humano, o qual, em última análise, não seria realmente responsáveis pelas decisões que toma).  Assim, se cada um é aquilo que a natureza fez dele, seria igualmente inútil qualquer busca ou esforço por melhorias de ordem moral, seja no plano individual, seja coletivo. 

Além disso, indo às últimas consequências, isso acabaria por eximir o ser humano de qualquer responsabilidade moral ou espiritual por suas ações (já que inexistiria real livre-arbítrio, nossas ações e reações já estariam todas absolutamente determinadas pelas leis mecânicas e amorais).

2. Contudo, se presumirmos, por outro lado, que, apesar dos condicionamentos que regem nosso corpo físico e até mesmo a grande maioria de nossas reações psicológicas básicas, somos algo com potencial para transcender tais condicionamentos, então podemos deduzir que somos responsáveis por nossas reações e, portanto, por tudo (ou quase tudo) que começa a acontecer graças a essas nossas reações cotidianas. Seríamos então plenamente responsáveis pela nossa vida, seja ela dolorosa ou não, trágica ou afortunada.

Neste caso, teríamos que reconhecer que cada um de nós é o real causador de seus próprios infortúnios. Mas... somos capazes de assumirmos essa dimensão de responsabilidade?
Ou preferimos enxergar nosso 'destino insondável' como algo determinado por algum ente metafísico? 
Tem até uma versão ateísta para esse ponto de vista: basta substituir o rótulo "deus" pelo rótulo "leis universais da física".

Você pode ser um teísta covarde, que vive justificando seus infortúnios (ou os de outras pessoas), baseando-se em contos míticos, ou pode ser um cínico ateu, que vive reduzindo tudo a leis mecânicas que tampouco conhece de fato... Tanto faz, se não vai mesmo assumir a responsabilidade.

Quando penso em 'efeito borboleta', me vem à mente a hipótese científica de que não sabemos quase nada do que está acontecendo a um palmo de nosso nariz... Consequentemente, não sabemos o que vai acontecer, nem daqui a cinco minutos, muito menos daqui a cinco semanas ou cinco meses ou...

É claro que alguns resultados são de certo modo previsíveis (se bebo álcool e saio dirigindo um veículo, os resultados são previsíveis). Por outro lado, contudo, como desconhecemos o real alcance de nossas atitudes, omissões, palavras, pensamentos, hábitos e costumes (tanto a médio como a longo prazo), então, prepare-se para muitas surpresas em sua vida!!

Há uma tese dentro da Ciência Cognitiva e da Neurologia que afirma que não sabemos, efetiva e absolutamente, o que está acontecendo, nem mesmo nesse exato instante, já que nossos sentidos são limitados e nosso cérebro tem acesso a uma gama bastante diminuta do total de dados disponíveis no ambiente que nos cerca.
Então, no fundo, é como se estivéssemos sonhando... e quase nada notando a respeito do que realmente está acontecendo ao nosso redor...
Penso que toda o nosso esforço deva ser, primeiramente, no sentido de 'despertar'. Uma vez 'acordados', tudo tornar-se-á mais claro e autoexplicativo. O sentido do que nos inquieta ou aborrece nos será autoevidente (além da crença e da racionalização).
Dormindo como estamos, alheios ao que sucede ao redor ou dentro de nós, ficamos de fato a mercê... como gravetos de madeira a deriva da correnteza.

O "efeito borboleta" citado anteriormente, assim, mostra-se como uma evidência que contradiz a ideia de um destino predeterminado imutável, ao mesmo tempo que não nega a existência de leis naturais onipresentes. 
Você pode sim mudar o rumo dos acontecimentos, mesmo não fazendo a menor ideia do que está acontecendo agora (dentro ou fora de você). Se essas mudanças serão eficazes e farão alguma diferença significativa mais adiante, vai depender de inúmeros fatores que talvez não estejam totalmente sob nosso controle: intensidade, frequência e duração das intenções e das ações divergentes que você empreender.

O destino se mostra como uma obra escrita a várias mãos, por vários co-autores, dirigida por vários diretores e contracenada por vários protagonistas, com finais ainda imprevisíveis, mas aparentemente influenciáveis.



silvio m.max.











* Efeito Borboleta: expressão utilizada na Teoria do Caos para referir a importância das condições iniciais de um sistema abeerto. Foi detectado e descrito pelo matemático estadunidense E. Lorenz quando trabalhava em um sistema de equações diferenciais com o objetivo de modelar a evolução do tempo (clima).