Patch Adams no Roda Viva
5/11/2007
Fundador do Instituto Gesundheit, nos Estados Unidos, hospital
filantrópico onde se pratica medicina gratuita com alegria e compaixão, Adams
se considera um ativista político
Cunha Jr.:
Boa noite! Ele vem mostrando ao mundo que rir é mesmo o melhor remédio, ainda
mais quando se trata de curar um doente. Mágoas e tristezas têm relação direta
com doenças, ao mesmo tempo que humor e alegria estão diretamente ligados ao
bem estar. Nosso convidado de hoje é um médico que sabe tanto disso que
recorreu ao nariz de palhaço e aos cabelos coloridos para alegrar e diminuir o
sofrimento de pessoas doentes. No centro do Roda Viva, Patch Adams, o médico
americano que há mais de trinta anos vem transformando quarto de hospital em picadeiro. Você vê
a entrevista em instantes.
[intervalo]
Cunha Jr.:
Humor, compaixão, alegria e esperança. Sentimentos que um médico raramente
consegue levar a um paciente, além dos remédios. Patch Adams, ao juntar duas
habilidades - a de médico e a de palhaço - criou
uma terapia voltada para a cura através do riso ou, ao menos, para diminuir o
sofrimento de pessoas que estão doentes. A idéia inspirou outros profissionais
no mundo e foi tema de um filme que fez muita gente rir e também se comover.
[Comentarista]:
Patch Adams, o amor é
contagioso. O filme de 1998 [direção de Tom Shadyac e roteiro de
Steve Oedekerk, baseado no livro de Hunter "Patch" Doherty Adams e
Maureen Mylander, Gesundheit:
good health is a laughing matter], com Robin Williams no papel
principal, é baseado na história pessoal de Hunter Adams, um americano que, ao
entrar em depressão aos 40 anos de idade, internou-se por conta própria numa
clínica psiquiátrica. Ganhou de um dos internos o apelido de Patch, que acabou
adotando como nome principal. Considerando que seus problemas eram pequenos
comparados aos dos demais internos, Patch Adams deixou a clínica psiquiátrica.
Dois anos depois decidiu estudar medicina e, já na faculdade, chamou a atenção
para seu estilo brincalhão e irreverente. Com alegria e criatividade,
aproximou-se de enfermeiros e pacientes, procurando mostrar que compaixão,
envolvimento, empatia e humor tinham tanta importância no tratamento de doentes
quanto remédios e tecnologias novas. Alvo de críticas, idealista e um dos
melhores alunos da turma, Patch Adams contagiou colegas com a premissa de que o
médico deve melhorar a qualidade de vida do paciente e não apenas adiar a
morte. Depois de formado, em 1971, montou, nos Estados Unidos, sua sonhada
clínica, o Instituto Gesundheit, que significa saúde, em alemão, e atende
pacientes de graça. A clínica se tornou referência para milhares de
profissionais interessados no trabalho de Patch Adams, e influenciou o
surgimento de vários grupos no mundo. No Brasil, existem várias entidades que,
de maneiras diferentes, ajudam no trabalho de recuperação de doentes. Entre os
mais conhecidos estão os Doutores da Alegria: artistas, profissionais
especializados em artes circenses e também treinados em procedimentos
hospitalares trabalham em duplas levando alegria e diversão a crianças
hospitalizadas. Outro grupo é a Associação Viva e Deixe Viver, formada por
voluntários que se dedicam a contar histórias para crianças e adolescentes
internados em
hospitais. Longe dos centros urbanos, outro grupo, Projeto
Saúde e Alegria, leva atendimento médico, educação e cultura e ajuda a
implantar projetos sociais em 143 comunidades ribeirinhas da região amazônica.
Atenção, amor, esperança, generosidade são sentimentos que permeiam esses
trabalhos e formam a base da medicina mais humana que Patch Adams divulga
através de suas viagens pelo mundo. Uma delas, patrocinada pela prefeitura de
Roma, teve caráter de missão humanitária. Patch Adams e um grupo de médicos e
palhaços italianos foram até o Afeganistão, país envolvido em guerras e
conflitos que fizeram muitas vítimas entre a população civil, especialmente
entre as crianças.
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