sexta-feira, 22 de abril de 2022
Por que celebrar o Dia da Terra?
quinta-feira, 14 de abril de 2022
Refletindo sobre esse instante...
Refletindo sobre esse instante...
É o instante que passa? ou é você que passa pelo instante?
Certa vez li o ditado seguinte: “viva o dia de hoje como se fosse o último”. Noutra ocasião, li outro parecido mais completo dizendo: “viva hoje como se fosse seu último dia, mas também como se fosse o primeiro”.
‘Viver hoje como se fosse meu primeiro dia’, pode significar ‘não perder minha capacidade de espanto, de admiração, de atenção e vivacidade, diante de cada vivência a cada instante!!, isto é, não desprezar nada, não divagar em situações fantasiosas. Isto é: tudo que se apresenta tem valor: pessoas, animais, árvores, céu, chão, cheiros, cores, gostos, água, objetos, corpos... tudo que se nos apresenta é digno da nossa atenção. Então, dê menos valor ao que você imagina, supõe e imagina com sua mente fantasiosa e dê mais valor ao que acontece AGORA!
PESSOAS ESTÃO ACONTECENDO DIANTE de VOCÊ! Situações estão acontecendo a sua volta! A VIDA ESTÁ ACONTECENDO! É um filme maravilhoso para desfrutar! Mas ONDE VOCÊ ESTÁ? (vale dizer, em qual sonho, expectativa ou fantasia você está divagando, enquanto a vida acontece?)
Esse especial estado de atenção, de alerta, mas recordando-se ao mesmo tempo de si mesmo, tem o poder de desencadear um formidável processo de ativação (também se diz: "despertar") da sua consciência!
Veja bem: toda fuga ou desatenção do momento presente nos leva invariavelmente a um estado de hipnose da consciência... mergulhamos no passado (já morto e petrificado) ou 'viajamos' ao futuro (fantasma inexistente da imaginação).
Agora, vamos à segunda parte do ditado: o que quer dizer ‘viver como se fosse o último dia’?
Pense bem: quando uma pessoa sabe que é seu ‘último dia neste mundo’, quantos minutos será que ela jogaria fora em atividades fúteis, vãs ou vazias de significado?
Essa última, em conjunção com a primeira parte do ditado, ressalta a gravidade e a urgência de se atentar para dois aspectos: primeiro, tratar cada instante de nosso dia como raro e valioso, conscientes de que aqui estamos apenas e tão somente por um breve instante.
Em segundo lugar, para lembrar que tudo que nos cerca vai passar, vai mudar
ou desaparecer... muito rapidamente. É fato que a impermanência de tudo é a regra geral. Tudo se transforma noutra coisa distinta... e isso vai sim
acontecer sempre, queiramos ou não, e quase sempre antes do que gostaríamos... Isso
se aplica ao corpo, à saúde, à doença; também se
aplica a pessoas, queridas ou não, a situações, agradáveis ou desagradáveis, aos nossos problemas, angústias, ansiedades e preocupações, às nossas
conquistas, aquisições ou posses... em cerca de pouco tempo, tudo já se foi... em cem anos ou menos, nossas obras
serão pó e provavelmente nem nosso nome será sequer lembrado.
Nosso tempo cronológico, na verdade, é o que menos importa, não é o mais relevante. De que adiantaria ter muito tempo, se vivemos como autômatos, robôs, adormecidos ou sonâmbulos?
Então ‘viver como se fosse o último dia’, quer dizer antes de qualquer outra coisa, reavaliar urgentemente nossos valores e motivações, nossas prioridades, nossos hábitos e todas as rotinas que consomem nossos minutos e nossas horas, e nossos dias e, por fim, nossos anos.
Afinal, se você só tem só 24 horas, o que realmente vale a pena ser feito, pensado ou vivido?
Basta refletirmos sobre o momento exato em que nos encontramos agora... e logo nos damos conta que nunca temos muito mais do que ESTE MOMENTO... Seja porque não sabemos se ainda estaremos vivos daqui a alguns minutos, seja porque AGORA, este instante, é o único onde sempre realmente estamos e onde efetivamente se pode fazer alguma coisa... (já que o futuro que se imagina é só fantasia e divagação, e o passado não pode ser modificado).
De nada adianta esperar e sonhar outro mundo ou situação melhor, se não despertamos e vivemos primeiro AQUI e AGORA?
Então, consideremos a sabedoria profunda deste conselho que talvez seja um dos mais sábios conselhos que alguém poderia receber nessa vida!
Silvio M. Max
(inspirado na Obra "O Poder do Agora" -Echkart Tolle- e muitas outras...)
terça-feira, 12 de abril de 2022
Krishnamurti: Estar consciente (A Urgência da Mudança)
Estar consciente
Interrogador: Gostaria de saber o que quer dizer com estar consciente porque disse muitas vezes que o seu ensinamento é na realidade sobre o estar consciente. Tentei compreender ouvindo as suas palestras e lendo os seus livros, mas não pareço ir muito longe. Sei que não é uma prática, e compreendo porque é que tão enfaticamente repudia qualquer tipo de prática, exercício, sistema, disciplina ou rotina. Vejo a importância disso, porque caso contrário o estar consciente torna-se mecânico, e no final a mente tornou-se embotada e estúpida. Gostaria, se me permite, de explorar consigo até ao fim esta questão do que significa estar consciente. O senhor parece dar a esta palavra um significado extra, mais profundo, e, contudo parece-me que estamos conscientes do que acontece a toda a hora. Quando estou irado sei-o, quando estou triste sei-o e quando estou feliz sei-o.
Krishnamurti: Pergunto-me se realmente estamos conscientes da ira, da tristeza, da felicidade. Ou estamos conscientes destas coisas somente quando acabam? Vamos começar como se não soubéssemos absolutamente nada acerca disto e começássemos do princípio. Não façamos quaisquer afirmações, dogmáticas ou sutis, mas exploremos esta questão que, se realmente a investigássemos muito profundamente, revelaria um estado extraordinário com o qual a mente provavelmente nunca esteve em contato, uma dimensão não tocada pela consciência superficial.
Comecemos do superficial e avancemos. Vemos com os nossos olhos, percebemos com os nossos sentidos as coisas à nossa volta – a cor da flor, o colibri sob a flor, a luz deste sol californiano, os milhares de sons de diferentes qualidades e sutilezas, a profundidade e a altitude, a sombra da árvore e a própria árvore. Do mesmo modo sentimos os nossos próprios corpos que são os instrumentos destes diferentes tipos de percepções superficiais, sensoriais. Se estas percepções permanecessem ao nível superficial não haveria nenhuma confusão. Aquela flor, aquele amor-perfeito, aquela rosa, estão ali, e isso é tudo. Não há preferência, não há comparação, não há o gostar ou o não gostar, somente a coisa perante nós sem qualquer envolvimento psicológico. Está clara toda esta percepção ou consciência superficial sensorial? Ela pode ser expandida até às estrelas, até a profundeza dos mares, e até às derradeiras fronteiras da observação científica, usando todos os instrumentos da tecnologia moderna.
Interrogador: Sim, penso que compreendo isso.
Krishnamurti: Vê portanto que a rosa e todo o universo e as pessoas nele, a sua própria mulher se tiver uma, as estrelas, os mares, as montanhas, os micróbios, os átomos, os nêutrons, esta sala, a porta, estão realmente aí. Agora, o passo seguinte; o que você pensa acerca destas coisas, ou o que sente acerca delas, é a sua reação a elas. E a isto chamamos pensamento ou emoção. Portanto a consciência superficial é um assunto muito simples: a porta está ali. Mas a descrição da porta não é a porta, e quando você se envolve emocionalmente na descrição não vê a porta. Esta descrição pode ser uma palavra ou um tratado científico ou uma forte reação emocional; nenhuma destas coisas é a própria porta. É muito importante compreender isto desde o início. Se não o compreendermos ficaremos cada vez mais confusos. A descrição jamais é o descrito. Embora estejamos descrevendo algo agora mesmo, e temos que o fazer, a coisa que estamos a descrever não é a nossa descrição dela, portanto lembre-se disto até ao fim da nossa conversa. Nunca confunda a palavra com a coisa que ela descreve. A palavra nunca é o real, e facilmente nos deixamos levar quando chegamos ao estágio seguinte da consciência em que a coisa se torna pessoal e ficamos emocionados com a palavra.
Há, portanto a consciência superficial da árvore, do pássaro, da porta, e há a reação a isso, que é pensamento, sentimento, emoção. Ora quando nos tornamos conscientes desta reação, poderíamos chamar a isso uma segunda profundidade de consciência. Há a consciência da rosa, e a consciência da reação à rosa. Muitas vezes não temos consciência desta reação à rosa. Na realidade a consciência que vê a rosa e que vê a reação é a mesma. É um movimento e é errado falar de consciência externa e interna. Quando há uma consciência visual da árvore sem qualquer envolvimento psicológico não há nenhuma divisão na relação. Mas quando há uma reação psicológica à árvore, a reação é condicionada, é a reação da memória passada, das experiências passadas, e a reação é uma divisão na relação. Esta reação é o nascimento daquilo a que chamaremos o “eu” na relação e o “não eu”. É assim que você se coloca em relação ao mundo. É assim que você cria o indivíduo e a comunidade. O mundo é visto, não como é, mas nas suas várias relações com o “eu” da memória.
Esta divisão é a vida e o florescimento de tudo aquilo a que chamamos o nosso ser psicológico, e deste surge toda a contradição e divisão. Tem a certeza que percebe isto? Quando há a consciência da árvore não há avaliação. Mas quando há uma reação à árvore, quando a árvore é julgada com o gostar e o não gostar, então ocorre nesta consciência uma divisão em o “eu” e o “não eu”, o “eu” que é diferente da coisa observada. Este “eu” é a reação, na relação, da memória passada, das experiências passadas. Ora, pode existir uma consciência, uma observação da árvore, sem qualquer julgamento, e pode existir uma observação da resposta, das reações, sem qualquer julgamento? Desta maneira erradicamos o princípio da divisão, o princípio do “eu” e do “não eu”, tanto ao olhar para a árvore como ao olhar para nós próprios.
Interrogador: Estou tentando compreendê-lo. Vejamos se entendi bem. Há uma consciência da árvore, isso eu compreendo. Há uma reação psicológica à árvore, isso também compreendo. A resposta psicológica é composta por memórias passadas e experiências passadas, é gosto e aversão, é a divisão em a árvore e o “eu”. Sim, penso que compreendo tudo isso.
Krishnamurti: Isto está claro como a própria árvore, ou é simplesmente a clareza da descrição? Lembre-se, tal como já dissemos, o descrito não é a descrição. O que é que tem, a coisa ou a sua descrição?
Interrogador: Penso que é a coisa.
Krishnamurti: Portanto não existe nenhum “eu” que seja a descrição no ver deste fato. Ou existe o “eu” ou o ver, não podem existir ambos. O “eu” é não-ver. O “eu” não consegue ver, não consegue estar consciente.
Interrogador: Posso parar por aqui? Penso que compreendi, mas tenho que deixar que faça sentido. Posso vir outra vez amanhã?
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Interrogador: Penso que realmente compreendi, não verbalmente, o que disse ontem. Há a consciência da árvore, há a reação condicionada à árvore. E esta reação condicionada é conflito, é a ação da memória e das experiências passadas, é gosto e aversão, é preconceito. Também compreendo que esta reação de preconceito é o nascimento daquilo a que chamamos o “eu” ou o censor. Vejo claramente que o “eu” existe em todas as relações. Agora, existe um “eu” fora das relações?
Krishnamurti: Vimos como as nossas reações estão fortemente condicionadas. Quando pergunta se há um “eu” fora da relação, isso torna-se uma pergunta especulativa enquanto não houver uma libertação destas respostas condicionadas. Vê isso? Portanto a nossa primeira pergunta não é se há um “eu” ou não fora das respostas condicionadas, mas antes, consegue a mente, na qual estão incluídos todos os nossos sentimentos, ficar livre deste condicionamento, que é o passado? O passado é o “eu”. Não existe nenhum “eu” no presente.
Enquanto a mente estiver funcionando no passado o “eu” existe, e a mente é o passado, a mente é o “eu”. Não pode dizer que há a mente e há o passado, quer seja o passado de há alguns dias atrás ou de há dez mil anos atrás. Portanto estamos perguntando: a mente consegue libertar-se do ontem? Ora há diversas coisas implícitas, não há? Em primeiro lugar há uma consciência superficial. Depois há a consciência da resposta condicionada. Depois há a percepção de que a mente é o passado, de que a mente é esta resposta condicionada. Depois há a questão de se esta mente consegue libertar-se do passado. E tudo isto é uma ação unitária de consciência porque nisto não há conclusões. Quando dizemos que a mente é o passado, esta compreensão não é uma conclusão verbal, mas uma percepção real do fato. Os franceses têm uma palavra para semelhante percepção de um fato, chamam-lhe “constatation”.
Quando perguntamos se a mente pode ficar livre do passado, esta pergunta está sendo feita pelo censor, pelo “eu”, que é esse mesmo passado?
Interrogador: Pode a mente ficar livre do passado?
Krishnamurti: Quem faz essa pergunta? É a entidade que é o resultado de muitos conflitos, memórias e experiências – é ela que pergunta – ou esta pergunta surge por si mesma, da percepção do fato? Se for o observador que está colocando a questão, então ele está tentando fugir do fato de si próprio, porque ele diz “vivi tanto tempo em sofrimento, em dificuldade, em dor, que gostaria de transcender esta luta constante”. Se ele faz a pergunta a partir desse motivo a sua resposta será o refugiar-se em algum escape. Ou viramos as costas ao fato ou enfrentamo-lo. E a palavra e o símbolo são um virar-lhe as costas. De fato, só o fazer esta pergunta já é um ato de fuga, não é verdade? Se o é, é ruído. Se não houver observador, então há silêncio, uma completa rejeição de todo o passado.
Interrogador: Aqui fico perdido. Como posso apagar o passado em alguns segundos?
Krishnamurti: Tenhamos em mente que estamos discutindo o estar consciente. Estamos a falar juntos desta questão do estar consciente. Há a árvore, e a reação condicionada à árvore, que é o “eu” na relação, o “eu” que é o próprio centro do conflito. Agora, é este “eu” que está a fazer a pergunta? – este “eu” que, tal como dissemos, é a própria estrutura do passado? Se a pergunta não for feita a partir da estrutura do passado, se a pergunta não for feita pelo “eu”, então não existe nenhuma estrutura do passado. Quando a estrutura faz a pergunta ela está a funcionar em relação ao facto de si própria, tem medo de si própria e age para fugir de si própria. Quando esta estrutura não faz a pergunta, não está a agir em relação a si própria.
Para recapitular: há a árvore, há a palavra, a reação à árvore, que é o censor, ou o “eu”, que vem do passado; e depois há a pergunta: consigo fugir de toda esta agitação e agonia? Se o “eu” estiver a fazer esta pergunta, está a perpetuar-se a si mesmo. Agora, estando consciente disso, ele não faz a pergunta! Estando consciente e vendo todas as implicações disso, a pergunta não pode ser feita. Ele não faz de todo a pergunta por que vê a armadilha. Agora, vê que toda esta consciência é superficial? É a mesma que a consciência que vê a árvore.
Interrogador: Existe algum outro tipo de consciência? Existe alguma outra dimensão para a consciência?
Krishnamurti: Mais uma vez sejamos cautelosos, que fique muito claro que não estamos fazendo esta pergunta por nenhum motivo. Se existir um motivo estamos de volta à armadilha da resposta condicionada. Quando o observador está totalmente silencioso, não tornado silencioso, há certamente uma qualidade de consciência diferente que surge.
Interrogador: Que ação poderia haver em quaisquer circunstâncias sem o observador – que pergunta ou que ação?
Krishnamurti: Mais uma vez, está fazendo esta pergunta deste lado do rio, ou da outra margem? Se estiver na outra margem, não fará esta pergunta; se está naquela margem, a sua ação será a partir daquela margem. Portanto há uma consciência desta margem, com toda a sua estrutura, a sua natureza e todas as suas armadilhas, e tentar fugir da armadilha é cair noutra armadilha. E que total monotonia há em tudo isso! O estar consciente mostrou-nos a natureza da armadilha, e, por conseguinte há a rejeição de todas as armadilhas; portanto a mente está agora vazia. Está vazia do “eu” e da armadilha. Esta mente tem uma qualidade diferente, uma dimensão diferente de consciência. Esta consciência não tem consciência de que está consciente.
Interrogador: Meu deus, isto é demasiado difícil, Está dizendo coisas que parecem verdadeiras, que soam como verdadeiras, mas eu ainda não estou aí. Pode colocar as coisas de uma maneira diferente? Pode fazer-me sair da minha armadilha?
Krishnamurti: Ninguém pode fazê-lo sair da sua armadilha – nenhum guru, nenhuma droga, nenhum mantra, ninguém, incluindo eu – ninguém, especialmente eu. Tudo o que tem a fazer é estar consciente do princípio ao fim, não ficar desatento no meio. Esta nova qualidade de consciência é a atenção, e nesta atenção não existe nenhuma fronteira criada pelo “eu”. Esta atenção é a mais elevada forma de virtude. Por conseguinte é amor. É inteligência suprema, e não pode haver atenção se você não for sensível à estrutura e à natureza destas armadilhas artificiais.
J. Krishnamurti – A Urgência da Mudança
(Título original: The Urgency of Change – Traduzido por Isabel Gonçalves)
fonte: https://textosk.wordpress.com/trechos-curtos/estar-consciente/
domingo, 10 de abril de 2022
A Vida Secreta de Walter Mitty - o Filme
"A Vida Secreta de Walter Mitty"
Seguem abaixo, algumas lições que se pode tirar do filme:
- A vida é para viver, não para sonhar.
- Saia da zona de conforto.
- Explore o mundo ao seu redor.
- Viva o momento presente.
- Você já tem tudo o que está procurando.
- Não é tarde demais para começar a ser a pessoa que quer ser.
Data de lançamento: 20 de dezembro de 2013 (Brasil)
Diretor: Ben Stiller
Adaptação de: The Secret Life of Walter Mitty
Cinematografia: Stuart Dryburgh
Música composta por: José González, Theodore Shapiro, Rogue Wave
O Poder do Agora - Eckhart Tolle - Resenha
Síntese da obra "O Poder do Agora"
A seguir, você poderá desfrutar de uma síntese objetiva desta que seguramente é uma das mais relevantes obras de Eckhart Tolle e uma das mais importantes no contexto do autoconhecimento.
O Poder do Agora é uma obra tão profunda, quanto aplicável no dia a dia.
Se você aprecia filosofias orientais voltadas à vivência da Unidade (não-dualidade), da iluminação, do autoconhecimento, certamente irá apreciar esta leitura.
"O Poder de Agora” é aquele tipo de obra destinada a ser “livro de cabeceira”! ...daquelas que você desejará consultar e reler com frequência... Contendo dicas simples e poderosas no que se refere ao autoconhecimento, a obra aborda de forma acessível, a questão mais essencial da verdadeira meditação, aplicando seus princípios fundamentais em situações práticas do dia a dia.
Lendo e relendo ambas as obras, senti a vontade de fazer minha própria síntese pessoal, focalizando a parte mais prática dos seus ensinamentos.
É bom
lembrar que a segunda obra citada (Praticando o Poder do Agora), já
cumpre muito bem este papel de ser uma síntese completa da obra citada. Então,
se você não leu “O Poder do Agora”, recomendo que leia,
urgentemente! E se ainda não teve a
oportunidade de ler “Praticando o Poder do Agora”, então aconselho que faça
isso! Vale a pena, se você pretende colocar em prática os conselhos valiosos da obra principal...
Fazer meus próprios apontamentos me ajudou. Quando faço minhas anotações e resumos, sinto que apreendo melhor o conteúdo da obra. Então, eis a seguir, as principais práticas ensinadas por Eckhart Tolle nesta obra genial:
1ª PRÁTICA: a Auto-observação
Observe o pensador!
Perceba a presença de alguém que observa (o Observador silencioso...)
Dicas de como identificar o pensador:
-Note padrões repetitivos de pensamento
-Seja imparcial ao ‘ouvir’ os pensamentos... não julgue nada!
-Coloque mais consciência em sua vida quando tudo está relativamente tranquilo.
Como?
Seja testemunha de seus pensamentos
Esta atitude irá aumentará o poder de presença e, consequentemente, isso irá gerar um campo energético de alta frequência ao redor
Jogue luz na escuridão... e ela simplesmente desaparece
2ª PRÁTICA - Encare ações rotineiras como um fim em si mesma!
(e não como meio para chegar a objetivo futuro)
Exemplos de ações rotineiras: lavar as mãos, pentear o cabelo, lavar os pratos, arrumar uma cama, andar...
NÃO BUSQUE NENHUM OBJETIVO
Não almeje chegar em algum lugar, conquistar um estado...
AMBICIONAR CRIA CONFLITO interno e resistência (ou seja, cria mais guerra)
3ª PRÁTICA: - Habitue-se a se perguntar: o que acontece comigo AGORA?
Mas não analise ou julgue...
Só OBSERVE!
4ª PRÁTICA: - Utilize seus sentidos plenamente... enraíze-se no corpo!
Mas não interprete ou julgue...
Diferente das três primeiras, esta quarta prática exige alguns momentos de concentração específica no corpo, assumindo uma posição definida, sentado ou em outra posição preferida.
1º nível: Comece observando sua respiração: sinta seu campo de energia
mergulhe no corpo: (comece c/ 10 a 15 minutos) e sinta o campo de energia... SINTA, não pense.
Como manter-se presente sem que o rio caudaloso da mente nos arraste com ela?
Enraíze sua consciência no corpo. A consciência NO CORPO nos mantém presentes.
2º nível: divisão da atenção entre mundo exterior e essência
Comece: 1º) atenção PLENA no ambiente
2º) 50% da atenção FORA... 50% da atenção DENTRO.
Concentre-se naquilo que está fazendo... MAS SINTA O CORPO INTEIRO.
Posteriormente, quando já tiver algum domínio dessa concentração dirigida ao corpo e ao ambiente, já será possível também praticar tal divisão da atenção/observação no dia a dia
5ª PRÁTICA: - NÃO SE PREOCUPE COM O RESULTADO DA AÇÃO
Livre-se da necessidade psicológica do passado (repetição de memórias) e do futuro (expectativas).
6ª PRÁTICA: – A MEDITAÇÃO...
Meditação inunda o corpo com a consciência
Posição: deitado de costas –
1) escolha partes diferentes do corpo para concentrar-se:
Mãos.... pés.... braços... pernas.... peito... cabeça...
2) Sinta o campo... como uma onda pelo corpo (um minuto aproximadamente)
Sinta o corpo todo como campo de energia único
3) Sinta o campo presente em cada célula
Também se pode praticar a MEDITAÇÃO sobre a mortalidade das formas:
Nessa meditação usa-se a imaginação: assim, é possível constatar que absolutamente tudo passa, se transforma, morre, desaparece, sempre.
7ª PRÁTICA: – se precisar usar a mente para resolver algum problema...
a- PARE DE PENSAR por um momento e
b- FOCALIZE a atenção em seu campo de energia
c- tome consciência da serenidade
d- habitue-se a ir e vir de tantos em tantos minutos
8ª PRÁTICA - DESFAZENDO A IDENTIFICAÇÃO COM O SOFRIMENTO
1º passo - preste atenção aos primeiros sinais do eu:
Exemplo A: uma pequena irritação, uma impaciência, sentir autopiedade, culpa, raiva, depressão, ciúme...
Onde há qualquer um desses sinais, há um sofrimento oculto!
Exemplo B: os vícios (álcool, comida, drogas (legais ou ilegais), sexo, outras pessoas
Todo vício surge de uma recusa inconsciente de encararmos nossos próprios sofrimentos
Não é o vício q. ‘causa’ sofrimento/infelicidade; ele só traz à tona o que já está em nós
Se não somos capazes de acessar o Agora, vamos acumulando resíduos de sofrimento emocional, que ficarão alojados no corpo e na mente e se somarão aos que advém do passado.
Exemplo C: o ego precisa de problemas, disputas, inimigos. Então, ele tem necessidade de: discussões, dramas e disputas.
2º passo – percebido o eu, AGARRE! Quer dizer: observe-o atentamente.
O sofrimento não quer que nós o observemos diretamente!
Assim que o observamos, quebramos a identificação...
passamos a ser a testemunha!!
O sofrimento deseja sobreviver – para isso, precisa conseguir que nos identifiquemos com ele
O sofrimento (ego) retira seu alimento de nossa identificação!
Identificar-se é “sentir identidade com”... (‘identidade’ significa ‘igualdade’)
identificar-se com certo pensamento ou emoção significa sentir que somos aquilo (que aquela emoção/pensamento é uma expressão genuína de nosso Eu.
Exemplo 1: quando você se identifica com um pensamento, você sente/percebe tal pensamento como sendo você, como se fosse “você pensando”.
Como o pensamento o convenceu que “ele é você”, agora você fará de tudo e gastará toda sua energia defendendo a existência daquele pensamento.
Exemplo 2: Quando há identificação com uma emoção, você sente tal emoção como sendo “você sentindo”, como se tal emoção fosse produto de sua essência íntima. Assim, ela parece autêntica, real.
Como a emoção a convenceu que ela é você, agora você a defenderá com “unhas e dentes”: ela se travestiu momentaneamente de base de sua identidade.
ISTO É:
O fim da identificação ß è ser o observador silencioso
(perceba a presença de alguém que observa)
O segundo passo é: atenção no sentimento e reconheça o sofrimento (aceite q. ele esteja ali)
3º passo: não pense a respeito (não permita que o sentimento se transforme em pensar)
4º passo: não julgue (bom/mal, certo/errado...), nem analise
Assim que você notar a presença do observador silencioso, você acessa o Poder do Agora. Veja então o que acontece!
“Não se pode lutar contra a escuridão! É impossível vencer essa luta...
A única coisa que você pode fazer é acender a luz...
Do mesmo modo, não se pode lutar contra o sofrimento (o próprio ego)
A única coisa a fazer é observá-lo! (sem julgar/sem conflito)
9ª PRÁTICA – Transformar relações viciadas em relações iluminadas
1º passo: Pare de julgar a si mesmo... então estará apto ao 2º passo.
2º passo: pare de julgar o outro
Observe a qualidade compulsiva na mente: impulso para julgar
(você consegue ver sem julgar? Ver/ouvir sem tocar com a mente?)
PORTANTO: NÃO NEGUE! JULGUE! NÃO JUSTIFIQUE!
Por que julgar é um problema?
Porque enquanto a mente julgar uma circunstância “boa” (seja um relacionamento, uma propriedade, um papel social, um lugar ou nosso corpo) ela se apegará e se identificará com ela. Mas nada dura nesse mundo. Tudo passa. E a mente não consegue aceitar quando uma situação a qual ela se apegou, muda ou desaparece. Resultado: sofrimento
3º passo: A “completa aceitação” (NÃO RESISTÊNCIA)
É um estado de descanso, de graça. Nesse estado, nada depende de as coisas serem boas ou ruins.
- No que se refere à mudança do outro, entenda: você não pode transformar seu companheiro.
“Você não tem poder para mudar aquilo que É”
No que se refere à transformação interior, também não há nada que você possa fazer a respeito.
“Você não pode transformar a si mesmo!”
TUDO QUE VOCÊ PODE FAZER É CRIAR UM ESPAÇO PARA A TRANSFORMAÇÃO ACONTECER
O que é “criar espaço”? é fazer nada, em primeiro lugar!
NÃO BUSQUE A PAZ! NÃO BUSQUE NADA!!
QUALQUER coisa que você aceite completamente, vai levá-lo até a paz.
Esse é o milagre da entrega!
ASSIM, paradoxalmente, o grande elemento catalisador para mudarmos um relacionamento é justamente a completa aceitação do outro, do jeito que é (sem querer julgar/mudar nada)
TUDO que é preciso fazer é: aceitar esse momento plenamente.
A “completa aceitação” do outro muda o relacionamento
A completa aceitação dos fatos/circunstâncias muda seu próprio destino.
Aceitação plena não significa inação, covardia ou passividade ante injustiças.
É possível dizer “não” quando necessário, ser firme, e ao mesmo tempo, permanecer em estado de não resistência interior.
“ACEITAÇÃO” significa que não se nega “aquilo que é”
(ou seja, a realidade que se apresenta)
ACEITAÇÃO é: compreender que tudo é impermanente (tudo muda)
que o fracasso está sempre embutido no sucesso (e vice-versa)
que todos os ciclos iniciam e terminam um dia: toda conquista acaba em derrota
Tal postura o livra da armadilha da irritação, da reclamação, da reação violenta inadequada, que não melhora a situação, mas geralmente a faz piorar.
Eis o primeiro passo para a mudança, se é que está ao seu alcance promover essa mudança.
A “completa aceitação” acontece primeiro dentro de nós... ela predispõe você para a ação consciente (com sabedoria), seja para saber o que fazer, seja para compreender o que não pode ser mudado, ou que não está ao seu alcance modificar.
Por outro lado, a ação baseada na “não aceitação”, gera reação e revolta, negação, sofrimento e até violência.
Negando o que se apresenta no agora, a reação só poderá resultar em mais sofrimento a você.
Por isso, não adianta negar/reclamar/resistir ao Agora.
A negação do Agora nos lança de volta ao passado (que não pode ser mudado) ou nos projeta num futuro (que ainda não existe), agregando ainda mais sofrimento psicológico ao momento presente, bem como perturbando nossa capacidade de decisão.
“completa aceitação” significa que você abdicou da fantasia de que a outra pessoa deve se encaixar nas suas expectativas, no seu modelo de certo e errado.
Não queira mudar nada! Não resista! Não negue ou resista psicologicamente!
A resistência é a fraqueza e o medo disfarçados de força.
É insanidade querer mudar o outro ou o mundo.
Se você se sentir leve e profundamente em paz, é sinal de que você se entregou completamente.
Resistir significa negação do Agora. Você voltou às garras do ego.
A resistência fortalece o ego. A entrega/aceitação destrói o ego.
O apego aos seus próprios pontos de vista (necessidade de estar certo) fortalece o ego.
O desapego à “necessidade de estar certo” enfraquece o ego.
PRATICANDO A ENTREGA ao momento:
10ª PRÁTICA: OBSERVE AS PLANTAS e os animais
aprenda com eles a aceitar o que é e a se entregar ao Agora.
Deixe que eles lhe ensinem o que é Ser.
Assim, aprenda como viver e como morrer, sem fazer do viver e do morrer um problema
Se não consegue aceitar o que é, consequentemente não é capaz de aceitar qualquer pessoa do jeito que ela é... você a estará sempre julgando, criticando, rotulando, rejeitando e tentando mudar as pessoas.
E se não consegue se entregar?
Então aja imediatamente (fale ou faça algo, ou se afaste). Mas não deixe que a infelicidade crie um lugar dentro de você
11ª PRÁTICA: IMAGINE-SE TRANSPARENTE
Diante de qualquer coisa que o irrite ou perturbe (som, acontecimento, pessoa ou sensação):
IMAGINE-SE TRANSPARENTE para a causa externa
Use a irritação/raiva como sinalizador de que precisa estar mais presente
Olhe a negatividade dizendo:
ATENÇÃO, AQUI!!! ...AGORA!!!! ACORDE!!! PRESENTE JÁ!!!
Use qualquer coisa ruim para alcançar a iluminação...
Volte ao momento, para um estado de presença intensa...
Retire o tempo da doença: não dê a ela nenhum passado ou futuro
Deixe a dor trazer sua atenção para o Agora.
12ª PRÁTICA: - O CAMINHO DA CRUZ
ACEITE o sofrimento, ENCARE o sofrimento, ENTREGUE-SE...
Não fuja do sofrimento. Enfrente-o. sinta-o plenamente. Vá em direção a ele!
Sinta-o, mas não pense a respeito dele!
Fale dele se necessário, mas não crie uma história na sua mente a respeito dele.
Dê toda sua atenção ao sofrimento, não à pessoa/acontecimento que podem tê-lo provocado. A PRESENÇA É A CHAVE! O AGORA é a chave!
A ACEITAÇÃO do sofrimento é uma viagem em direção à morte. Quem morre é o ego!
Como a resistência é inseparável da mente, o abandono da resistência (a entrega) é o fim da atuação dominadora da mente, do impostor fingindo ser você.
Quebrando a barreira da mente, você terá acesso à serenidade e à paz
Dentro da paz, existe uma grande alegria...
Dentro dessa alegria, existe amor...
E lá no fundo está o Sagrado, o Incomensurável!
Pronto! Você chegou ao seu destino!