segunda-feira, 10 de junho de 2013

“A arte de meditar”

O texto a seguir foi extraído do livro, “A arte de meditar”
por Matthieu Ricard, página 14.




A verdadeira questão não é então se “Queremos mudar?“, mas “É possível mudar?”


Podemos, com efeito, imaginar que as emoções perturbadoras estão intimamente associadas á mente que seria impossível livrarmo-nos delas, a menos que destruíssemos uma parte de nós mesmos.

É certo que nossos traços de caráter geralmente mudam pouco. Se observados com alguns anos de intervalo, raros sãos os coléricos que se tornam pacientes, os atormentados que encontram a paz interior ou os pretenciosos que passam a ser humildes. Entretanto, por mais raro que seja, alguns mudam, e a mudança que neles se opera mostra que não se trata de algo impossível.

Nossos traços de caráter perduram enquanto não fazemos nada para melhorá-los e deixamos nossa indisposição e nosso automatismo se manter, até mesmo ganhar força a cada pensamento, dia após dia, ano após ano. Mas eles não são intangíveis.

A malevolência, a avidez, o ciúme e outros venenos mentais fazem, indiscutivelmente, parte de nossa natureza, mas há diferentes formas de fazer parte de alguma coisa. A água, por exemplo, pode conter cianureto e nos levar a morte imediata. Entretanto, misturada com um remédio, cura-nos. Por si mesma, ela nunca se tornou tóxica nem medicinal. Os diferentes estados da água são temporários e anedóticos, como nossas emoções, humores e traços de personalidade.

FONTE: http://sobrebudismo.com.br/a-arte-de-meditar-e-possivel-mudar/

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