domingo, 27 de março de 2022

Rupert Spira - A meditação mais elevada


 

 Rupert Spira - A meditação mais elevada 

O que é meditação?

Eis uma pergunta que refere-se a um mal entendido que muita gente nem sabe que tem.
E é importante que saibamos bem o que é que nós estamos "buscando"... e esse "objetivo seria, de fato, alcançável, por meio da meditação.
Mas antes de aprofundar nossa noção do que vem a ser "meditação", vamos começar nos perguntando:

Por que buscamos meditar?

Talvez seja porque estamos buscando sentir 'felicidade' ou 'paz', isto depois de termos cansado de procurá-las em objetos convencionais do mundo... Ou ainda, porque desejamos possuir a 'iluminação' de que fala tantas obras espiritualistas... ou então experimentar a presença de alguma divindade (que se supõe seja algo muito extraordinário, não é?), ou pode ser apenas porque desejamos experiências extraordinárias (êxtases, sons e vivências "fantásticas"... ),que o mundo material não conseguiu nos dar.
 
Então, por primeiro, é importante atentar para o que é que nos impulsiona a querer meditar.
 
Em segundo, é relevante perceber que muitos praticantes entendem a 'meditação' como uma atividade mental, um "fazer da mente". Alguns pressupõem que meditar seja sinônimo de uma intensa concentração mental (que poderia ser, dependendo de cada caso, em um som ou em um 'objeto externo' ou "interno") ou ainda simplesmente entendem 'meditar' como sinônimo de 'imaginar' (imagens ditas 'especiais', previamente sugeridas) 'refletir racionalmente' ou fazer algum tipo de 'mentalização' ou verbalização de mantrans, sutras sagrados, orações etc.
 
Evidentemente que podemos consentir haver várias "modalidades de meditação", dependendo do efeito que se queira atingir... e, assim, aceitar que se trata de um conceito muito amplo, com vários subtipos de 'práticas meditativas'.
 
Contudo, quando estamos falando da meditação nessa concepção mais profunda (não dualista), o que meditar significa realmente?

Qual a meditação mais elevada, no sentido mais exigente e rigoroso do termo?

 Eis a seguir um vídeo contendo uma explicação bastante esclarecedora a respeito da meditação de mais alto nível que se pode realizar, sob a ótica da filosofia Advaita Vedanta (não dualista).
 
Aqui, Rupert Spira aborda de maneira direta e simples, como a "meditação acontece". 
 
E então, de repente compreendemos que a meditação mais elevada, você não a faz, não a pratica... ela acontece.    

Rupert Spira - A meditação mais elevada

 

Krishnamurti: a forma mais elevada de inteligência

 


quinta-feira, 24 de março de 2022

Ram Dass - A Prática da Autoinquirição

Como funciona a autoinquirição na prática?

Como se autoconhecer, segundo a filosofia não dualista (Advaita Vedanta)?

Raros textos/vídeos explicam ou detalham tão objetiva e claramente como iniciar a prática do método de autoconhecimento Advaita, denominado "autoinquirição" ou "Atma Vichara"...

Ram Dass consegue explicar de modo simples os primeiros passos para o autoconhecimento, segundo a filosofia Advaita Vedanta, sem nenhuma complicação ou divagação teórica desnecessária.

Vídeo realmente imperdível!!  

O vídeo contém esclarecimentos importantíssimos para todos os praticantes (iniciantes ou não) da autêntica meditação não-dualista Advaita. Vale realmente sua atenção!

Agradecimentos especiais pelo excelente trabalho do canal "Corvo Seco".

A Prática da Autoinquirição

 Trechos do documentário “Abide As The Self” e gravações em Satsang. 
 
Ātmā Vicāra (विचार), é um termo sânscrito que significa o processo de investigar quem realmente somos, a investigação sobre a Natureza do Ser. 
 
Esta técnica é a que melhor exemplifica o Jñāna Yoga, o Yoga do conhecimento sobre Si Mesmo. 
A meditação da auto-indagação é a constante atenção para a consciência interior do “eu” ou “eu sou”, recomendado por Ramana Maharshi como o maneira mais eficiente e direta de descobrir a irrealidade do pensamento “eu”. 
 
Ram Dass (Richard Alpert ; 1931 -2019), foi um professor espiritual americano, escritor e psicólogo. Desiludido com o mundo consumista, Ram Dass procurou um caminho para a salvação da consciência humana através dos ensinamentos místicos hindus. 
 
Nos anos 70 começou a dar aulas de psicologia na Universidade de Harvard, onde mergulhou no estudo de drogas psicodélicas. No final da década, ele foi para a Índia e estudou com o guru hindu Neem Karoli Baba, que daria a Richard Alpert seu novo nome, que significa "Servo de Deus". 
 
Quando retornou aos Estados Unidos, Ram Dass se tornou ele próprio guru, dando palestras sobre autoconhecimento por todo o país.


A Prática da Autoinquirição

 

citações de Ramana Maharshi e Ram Dass:

“O verdadeiro Eu não é o corpo, ou nenhum dos cinco sentidos, nem qualquer dos órgãos de ação, nem a mente, nem mesmo o estado de profunda sonolência em que não se tem consciência de tais coisas. Após chegar a cada um destes itens e dizer ’isto eu não sou’, aquilo que resta é o Eu, e isso é Consciência. A Meditação é a sua verdadeira natureza, você chama isso de meditação agora por que há pensamentos que o distraem. Quando esses pensamentos forem dissipados, você permanecerá sozinho, no estado livre de pensamentos e essa é sua verdadeira natureza. Verdadeiramente falando, meditação é fixar-se no Ser. Meditação é permanecer como seu próprio Ser sem desviar-se de maneira nenhuma de sua natureza real e sem sentir que você está meditando”. - Ramana Maharshi. 

“Esse caminho da autoinvestigação não é um caminho que estava disponível apenas durante a vida de Ramana Maharshi, pelo contrário, há um novo começo. As palavras e a presença de Maharshi permanecem vibrantemente vivas como uma abordagem direta para buscadores que desejam realizar a natureza infinita de seu Ser Real, que desejam despertar da poderosa ilusão do ego, e permanecer na perfeita paz de sua verdadeira natureza”. - Ram Dass.  

“Eu tentei muito todos os métodos que conhecia para não me apegar à comida, mas eu não conseguia fazer com isso. Então, comecei a fazer uma meditação, que foi criada por Ramana Maharshi chamada Atma-Vichara (Autoinquirição)”. Ram Dass. 

“O Maharshi geralmente ensinava em silêncio, e o buscador sincero muitas vezes experimentava uma influência silenciosa no Coração. A expressão verbal do silêncio era sempre dada livremente a todos e frequentemente combinada com humor e risos, enquanto sua presença física era esmagadora e sua majestade e beleza indescritíveis, ele permanecia completamente natural, simples e despretensioso e totalmente inalterado. Havia nele uma simplicidade e humildade espontâneas, um senso de igualdade universal e amor que derrete o coração, suas ações eram naturais e espontâneas e refletiam uma vida totalmente identificada com a única consciência, o Eu em todos os seres”. Ram Dass. 

“A manifestação única da Realidade Suprema que chamamos de Ramana Maharshi está sempre presente como o Coração de todas as coisas, seja qual for o nome que preferirmos chamá-lo, se apenas nos voltarmos genuinamente em sua direção, essa fonte de paz e felicidade iluminará nossas mentes e corações, com o conhecimento e a compreensão de quem e o que realmente somos”. Ram Dass.

Ramakant Maharaj - Dissolva a Ilusão

Quem somos Nós?

Uma das questões fundamentais da existência - talvez a mais urgente e dramática - seja a questão: "quem somos nós".

Ao perguntar-se "quem sou eu", a pessoa se depara com uma pergunta básica, mas que só uma pessoa humana pode fazer... não consta que qualquer outro animal tenha uma tal autoconsciência de tal modo desenvolvida a ponto de também poder se fazer semelhante indagação.

Tal questão existencial parece estar na base da formação psíquica e moral/comportamental de qualquer indivíduo de nossa espécie. Quem "pensamos" que somos parece definir mesmo nossa maneira de ver o mundo e de agir no mundo.

Podemos sufocar a questão por algum tempo, por muito longo tempo, na verdade. Mas cedo ou tarde, ela, a questão incômoda, emergirá à luz de sua própria consciência condicionada: "quem sou eu?"

Para auxiliar na compreensão do papel da meditação neste formidável método filosófico Advaita Vedanta de autoinquirição, podemos contar com os profundos ensinamentos de Ramakant, disponíveis em vídeo (com os créditos para o excelente canal "Corvo Seco")

 

 Discípulo direto de Nisargadatta Maharaj, Ramakant Maharaj (1941 - 2018) foi um professor espiritual indiano de Advaita, Mestre Auto-Realizado e Guru pertencente ao ramo Inchegiri do Navnath Sampradaya. 

 Durante a última década em seu Ashram em Nashik, Ramakant recebeu devotos de todo o mundo para ensinar-lhes a como encontrar felicidade e paz permanentes, sem nenhuma causa material. 

Respondendo às questões fundamentais de nossa existência com surpreendente clareza, lógica e potência, Ramakant apresenta o raro e mais elevado conhecimento sobre “quem sou eu”, revelando assim, sua verdadeira identidade. 

Sobre sua vida, Sri Ramakant Maharaj diz: “Conheço meu passado e de onde vim. Sou um milagre. Tudo graças ao meu Mestre, Shri Nisargadatta Maharaj”. 

Ramakant Maharaj - Dissolva a Ilusão


Citações de Ramakant Maharaj - Trechos de gravações em satsangs. 

“Estamos aqui para nos conhecer em um sentido real, não para fazer estudo comparativo, a análise de vários mestres espirituais. Esta é uma abordagem muito ruim, e é o maior obstáculo no caminho da espiritualidade. Por favor evite tais coisas! Ao invés da vida pessoal do Mestre, e o que ele ensina, foque em você. Onde você está? Que progresso você fez em sua vida espiritual? Isto é mais importante”. Ramakant Maharaj. 

“No início, a mente não permite que você se concentre no Eu Altruísta diretamente. Então, nesse caso, você tem que ver o Mestre em forma corporal, você pode se concentrar no Mestre e algumas vibrações, algumas ondas virão para dentro. Na verdade, não há diferença entre o Mestre e você, mas apesar disso, a mente não está aceitando a realidade. Para fazer a mente aceitar esta realidade, no início, você tem que se concentrar no Mestre ou no Eu Altruísta. O Mestre, embora seja com forma, é fácil de se concentrar. Não há diferença entre Mestre e discípulo”. Ramakant Maharaj. 

“Não ignore nenhuma responsabilidade. Faça seu trabalho, cumpra seus deveres, não há restrições. Algumas pessoas perguntam - 'Devo continuar ou não em meu emprego?'. Por quê? Qual é o mal? Espiritualidade não é para que você deixe seu emprego, deixe suas responsabilidades e vá para a floresta. Cumpra a rotina de sua vida, não há nada de errado com você, isso significa que você tem ego. 'Eu sou uma pessoa diferente, eu sou um homem espiritual, eu sou Brahman' - também é ego”. Ramakant Maharaj.

“A espiritualidade não está separada de você. Ao invés de estudar a espiritualidade, tente digerir essa espiritualidade, dentro de você. No momento em que a espiritualidade é absorvida, nesse estágio não há 'eu', não há 'você', 'ele', 'ela', não há nada. Nenhum Deus está lá, nenhum Mestre está lá, nenhum discípulo, nenhum devoto, nada está lá! Portanto, eu disse a você: exceto o seu Eu Altruísta, não há Deus, nem Brahman, nem Atman, nem Paramatman. 

 Estou convidando a atenção do Ouvinte Invisível dentro de você, de que você é a Verdade Suprema. Mas não aceitamos isso por conta do impacto do corpo. Portanto, a meditação é o mais importante. No início, você deve passar pela meditação, então todos os seus conceitos serão dissolvidos. Você permanecerá despreocupado com todos os pensamentos, intocável pelo mundo inteiro. 

Curve-se àquilo por meio do qual você conhece a si mesmo. Incline-se apenas ao Eu abnegado, o Eu Altruísta. Não apenas mecanicamente, mas renda-se com todo o coração”. - Ramakant Maharaj. 

 

Ram Dass - O Caminho Espiritual

 O que é o "Caminho Espiritual"? 

Quais são os mecanismos que nos mantém afastados da autorrealização e da felicidade?

No vídeo a seguir, do canal Corvo Seco, você ouvirá alguns excertos (trechos) de gravações em satsangs realizados por R. Dass.

 

Ram Dass (Richard Alpert ; 1931 -2019), foi um professor espiritual americano, escritor e psicólogo. Desiludido com o mundo consumista, Ram Dass procurou um caminho para a salvação da consciência humana através dos ensinamentos místicos hindus. 

Nos anos 70 começou a dar aulas de psicologia na Universidade de Harvard, onde mergulhou no estudo de drogas psicodélicas. No final da década, ele foi para a Índia e estudou com o guru hindu Neem Karoli Baba, que daria a Richard Alpert seu novo nome, que significa "Servo de Deus". 

Quando retornou aos Estados Unidos, Ram Dass se tornou ele próprio guru, dando palestras sobre autoconhecimento por todo o país.  

Ram Dass - O Caminho Espiritual

 

“Todas as práticas espirituais são ilusões criadas por ilusionistas para escapar da ilusão”. - Ram Dass.

 “Somos fascinados pelas palavras, mas onde nos encontramos é no silêncio por trás delas”. Ram Dass.

“A verdadeira felicidade reside naquilo que nunca vem nem vai, mas simplesmente é”. Ram Dass. 

“Libertar-se significa quebrar o elo e o apego aos desejos. Mas o desejo de acabar com os desejos ainda é um desejo. Apenas desista”. Ram Dass.

terça-feira, 1 de março de 2022

Alan Watts - A Consciência do Agora

"(...)coisas bem óbvias costumam passar despercebidas..." 

"(...)só se pode viver um momento de cada vez..."

 

Vale a pena prestar atenção especial ao conteúdo deste vídeo! São conselhos valiosíssimos! Conselhos simples, os quais, quando estão bem contextualizados, tornam-se extremamente úteis...

O vídeo a seguir, preparado com inegável qualidade pelo canal "Corvo Seco",  traz citações e trechos do livro “The Wisdom of Insecurity” de Alan Watts.

 


 Alan Wilson Watts (1915 - 1973) foi um filósofo britânico, escritor, palestrante e um dos pioneiros na divulgação da sabedoria oriental ao ocidente.

Baseando-se em uma grande variedade de tradições (como a filosofia chinesa, o hinduísmo, o budismo, o taoismo e a ciência moderna) Watts sintetiza os principais ensinamentos que permitem o indivíduo a encontrar-se com sua profunda natureza.

Com grande lucidez de pensamento e simplicidade na linguagem, Watts apresenta respostas ao mal-entendido fundamental, o mistério central da existência, a realidade sobre quem somos nós. 

Como um grande intérprete das disciplinas orientais, Watts difundiu que nossa concepção sobre nós mesmos é um mito; sendo as entidades que chamamos de “coisas separadas” meramente aspectos ou características de uma mesma unidade. 

 Alan Watts - A Consciência do Agora

 

 “A arte de viver não é um vagar descuidado por um lado, nem um apego medroso ao passado, por outro. Consiste em ser sensível a cada momento, em considerá-lo totalmente novo e único, em ter a mente aberta e totalmente receptiva. ” Alan Watts. 

“Meditação é a descoberta de que o objetivo da vida é sempre alcançado no momento imediato”. Alan Watts. 

“Acordar para quem você é requer desapego de quem você imagina ser”. Alan Watts. 

“Percebi que o passado e o futuro são ilusões reais, que existem no presente, que é o que existe, e tudo o que existe. A vida existe apenas neste momento, e este momento é infinito e eterno, pois o momento presente é infinitamente pequeno; antes que possamos medi-lo, ele se foi, e, no entanto, existe para sempre”. - Alan Watts. 

 

livros de Alan Watts na Amazon: 

Torne-se o que Você É: https://amzn.to/3ySB9D3 

O que é Tao?: https://amzn.to/3r556x0 

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Você Não Está Separado

 “ Como a onda está para o oceano, o indivíduo está para o universo......ou seja: Eu não existo, nem há outro, nem você, nem esses, não há mente nem sentidos. Só há um, a consciência pura. A consciência que é a base e o substrato de todas as noções: Brahman”. - Yoga Vasistha.  

"O mundano e o sagrado são um e o mesmo".  Faça uma falsa divisão de um processo em dois, esqueça que o fez, e depois passe séculos tentando resolver este  enigma sobre como os dois podem se unir". Alan Watts.

 


 Trechos dos livros “The Book” e “The Spirit of Zen”

“Assim como o verdadeiro humor é rir de si mesmo, a verdadeira humanidade é o conhecimento de si mesmo. Outras criaturas podem amar e rir, falar e pensar, mas parece ser a peculiaridade especial dos seres humanos que eles refletem: eles pensam sobre o pensamento e sabem que sabem. Isso, como outros sistemas de feedback, pode levar a círculos viciosos e confusões se gerenciado de forma inadequada, mas a autoconsciência torna a experiência humana ressonante. Ele transmite esse "eco" simultâneo a tudo o que pensamos e sentimos, como a caixa de um violino reverbera com o som das cordas. Dá profundidade e volume ao que de outra forma seria raso e plano. O autoconhecimento leva à admiração, e a admiração à curiosidade e à investigação, de modo que nada interessa mais às pessoas do que as pessoas, mesmo que apenas a própria pessoa. Todo indivíduo inteligente quer saber o que o motiva, mas ao mesmo tempo fica fascinado e frustrado pelo fato de que a si mesmo é a coisa mais difícil de se conhecer. Pois o organismo humano é, aparentemente, o mais complexo de todos os organismos, e embora se tenha a vantagem de conhecer seu próprio organismo tão intimamente ­ de dentro ­ há também a desvantagem de estar tão perto dele que nunca se pode chegar a conhecê-lo. Nisso. Nada escapa tanto à inspeção consciente quanto a própria consciência. É por isso que a raiz da consciência tem sido chamada, paradoxalmente, de inconsciente”. Alan Watts. 
 
“O primeiro resultado dessa ilusão é que nossa atitude para com o mundo ‘fora’ de nós é amplamente hostil. Estamos sempre "conquistando" a natureza, o espaço, as montanhas, os desertos, as bactérias e os insetos, em vez de aprender a cooperar com eles em uma ordem harmoniosa. ‘Quem não luta não tem identidade; quem não é egoísta não tem eu’. A atitude hostil de conquistar a natureza ignora a interdependência básica de todas as coisas e eventos - que o mundo além da pele é na verdade uma extensão de nossos próprios corpos - e terminará destruindo o próprio ambiente do qual emergimos e do qual toda a nossa vida depende”. Alan Watts. “Veja, sair de sua mente pelo menos uma vez por dia é tremendamente importante, porque ao sair de sua mente você volta aos seus sentidos. E se você ficar em sua mente o tempo todo, você é mais racional. Em outras palavras, você é como uma ponte muito rígida que, por não se permitir, sem loucuras, será derrubada no primeiro furacão”. Alan Watts. 
 
“Quando somos crianças, somos enganados pelo sentimento do ego através das atitudes, palavras e ações da sociedade que nos cerca - nossos pais, parentes, professores e, acima de tudo, nossos colegas igualmente enganados. Outras pessoas nos ensinam quem somos. Suas atitudes para conosco são o espelho no qual aprendemos a nos ver, mas o espelho é distorcido. Todos fazem todo o possível para nos confirmar a ilusão da separação, para nos ajudar a ser falsos genuínos, que é precisamente o que significa “ser uma pessoa real”. Pois a pessoa, do latim persona, era originalmente a máscara com boca de megafone usada pelos atores nos teatros ao ar livre da antiga Grécia e Roma, a máscara através (per) pela qual o som (sonus) vinha. Como a pessoa é amplamente definida como separada, em um universo irracional e desconhecido, sua principal tarefa é obter uma vantagem sobre o universo e conquistar a natureza. Assim enganado, o indivíduo - em vez de cumprir sua função única no mundo - fica exausto e frustrado nos esforços para atingir objetivos autocontraditórios. Em uma avaliação exagerada sobre a identidade separada, o ego pessoal está serrando o galho em que ele está sentado, e depois ficando cada vez mais ansioso com a colisão iminente!”. - Alan Watts. 

Alan Watts - Morra Antes de Morrer

É fato: Tudo que conhecemos neste mundo vai se dissolver, vai desaparecer até não deixar qualquer rastro. A transitoriedade de tudo que conhecemos é irrefutável... ninguém pode contestá-la...

O problema é que resistimos à ideia da impermanência, da transitoriedade, da morte, e, consequentemente, da dinâmica da própria vida. Como não queremos aceitar a transitoriedade de tudo que existe, consequentemente não aceitamos bem a ideia da morte. Como não compreendemos o sentido da vida, tampouco compreendemos a razão da transformação, das mudanças e da morte...

Importantíssimo refletir sobre a morte. Quando a compreendermos, passaremos a ter acesso a uma compreensão de uma dimensão mais profunda de nossas próprias existências neste "mundo que passa". Compreender o sentido da vida e da morte passa pelo entendimento do motivo pelo qual estamos aqui. Mas, primeiro de tudo, temos de compreender "quem somos nós". Se não sabemos quem ou o quê somos, de nada adiantaria tentar entender qualquer outra coisa.


 Abaixo segue o vídeo com citações de Alan Watts, mais uma excelente produção do canal Corvo Seco:


Citações e trechos do livro “The Essence of Alan Watts”. Alan Wilson Watts (1915 - 1973) foi um filósofo britânico, escritor, palestrante e um dos pioneiros na divulgação da sabedoria oriental ao ocidente. 

Baseando-se em uma grande variedade de tradições (como a filosofia chinesa, o hinduísmo, o budismo, o taoísmo e a ciência moderna) Watts sintetiza os principais ensinamentos que permitem o indivíduo a encontrar-se com sua profunda natureza. 

Com grande lucidez de pensamento e simplicidade na linguagem, Watts apresenta respostas ao mal-entendido fundamental, o mistério central da existência, a realidade sobre quem somos nós. 

Como um grande intérprete das disciplinas orientais, Watts difundiu que nossa concepção sobre nós mesmos é um mito; sendo as entidades que chamamos de “coisas separadas” meramente aspectos ou características de uma mesma unidade. 

 

 

“A religião quer garantir o futuro depois da morte, e a ciência quer garantir o futuro até a morte e adiar a morte. Mas 'amanhã' e 'planos para amanhã' não têm sentido nenhum a não ser que se esteja em pleno contato com a realidade do presente, já que é no presente e só no presente que se vive. Não existe realidade a não ser a realidade presente, de forma que, mesmo que vivêssemos por eras infinitas, viver para o futuro seria estar enganado eternamente”. - Alan Watts

“Acordar para quem você é requer desapego de quem você imagina ser”. Alan Watts. 

“Então... Não existe absolutamente nada de errado em estar doente ou morrendo. Quem disse que você precisa sobreviver? Quem te deu a ideia de que é necessário continuar sempre em frente? Nós não podemos dizer que é uma boa ideia que tudo sobreviva... porque se permitíssemos que todos vivessem para sempre, nós enfrentaríamos uma superpopulação. 

Então de alguma forma, morrer é um ato honrável, pois dá lugar a outros. Nós podemos observar mais detalhes sobre isso e perceber que se pudéssemos adiar nossa morte indefinidamente... Nós não continuaríamos a adiá-la para sempre. Porque depois de um certo ponto nós perceberíamos, que esta não é a forma na qual gostaríamos de sobreviver... 

Por qual outro motivo teríamos filhos? Porque as crianças nos permitem sobreviver de uma outra forma. Como se estivéssemos passando a tocha, para que você não tenha que carregá-la o tempo todo. Chega um momento em que você pode se entregar. E dizer: Agora é a sua vez! É um arranjo muito mais interessante para a Natureza... Continuar o processo da Vida, através de indivíduos diferentes, ao invés de ser sempre o mesmo indivíduo. Porque com cada novo indivíduo que ganha Vida, a Vida é renovada. 

E então, relembra o quão fascinante são as coisas do dia-a-dia para uma criança. Porque elas não enxergam tudo sob a ótica da sobrevivência e do lucro. Quando começamos a pensar em tudo sob a ótica da sobrevivência e do lucro, como fazemos, as formas dos arranhões no chão deixam de conter magia. A maioria das coisas, na verdade, perdem a magia. 

Então, no curso da Natureza, quando deixamos de ver a magia no mundo, nós não estamos mais fazendo nossa parte no jogo da Natureza de reconhecer a si mesma. Não há mais sentido... e então morremos. E então algo diferente nasce, com uma perspectiva completamente diferente. 

Não é natural para nós, querer prolongar a vida indefinidamente, mas vivemos em uma cultura, onde nos foi dito de todas as formas possíveis que morrer é algo terrível, e isso é uma grande doença da qual sofre nossa cultura”. Alan Watts. 

“Como seria ir dormir e nunca acordar? A maioria das pessoas razoáveis simplesmente dispensa esse pensamento. Elas dizem, “Você não pode imaginar isso”, dão de ombros e dizem “Vai ser o que vai ser”. Mas eu sou uma dessas pessoas teimosas que não se contentam com uma resposta dessas. Não que eu esteja tentando descobrir algo além, mas eu sou totalmente fascinado pelo que seria ir dormir e nunca mais acordar. 

No mundo oriental, existem diferentes ideias sobre isso. A principal ideia oriental é geralmente conhecida como reencarnação, atravessar uma vida após uma vida em uma série interminável. 

A coisa mais fascinante sobre isso, é que a morte não é o fim da consciência. Em outras palavras, estamos iludidos por uma espécie de fantasia. Se você acha que a morte é como a escuridão sem fim, o nada sem fim, isso é o nada inconcebível, porque não somos capazes de ter alguma ideia e muito menos a sensação do nada, a menos que isso possa ser comparado a sensação de alguma coisa. Essas duas coisas andam juntas. O que quer dizer, que o vazio criado pelo desaparecimento de um ser, pelo desaparecimento de seu sistema de memória, seria simplesmente preenchido por outro ser”. Alan Watts.

 

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