sexta-feira, 30 de março de 2012

Sobre a Hipocrisia do Educador Fraco

Sobre a Hipocrisia do Educador Fraco            
            Que escola sonhamos ter? A mais perfeita possível! Que educação queremos para nosso país, estado e cidade? A mais adequada possível! Como devem ser os professores? Os mais sábios possíveis!



            Sonhos, sonhos e mais sonhos... Mas o que estamos fazendo na realidade? Que podemos entender pela palavra Hipocrisia?

Hipocrisia é a qualidade (defeito) do sujeito que prega o que não vive. Ensina o que não sabe. Dá ordem de moralidade aos outros, mas é o mais imoral de todos.

Hipócritas são as pessoas que acreditam poder dizer: “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço!”. Os hipócritas são sempre “sepulcros caiados”, como diria o grande mestre.

Boa parte dos educadores-fracos são hipócritas. São afiados para criticar a educação. Criticar o governo. Criticar a diretoria de ensino, o sindicato, a direção da escola, enfim, os educadores-hipócritas são campeões de discurso. Menosprezam até seus colegas do magistério.

Entretanto, apesar de todo esse “senso crítico”, os educadores-fracos (ou pseudo-educadores) são iguais e, infelizmente, às vezes, piores do que aqueles que eles criticam!

Podemos dar diversos exemplos para comprovar isso. Podemos falar das aulas que os pseudo-educadores não preparam nunca – e nem querem. Podemos falar das formas antiéticas como avaliam seus alunos, protegendo uns e “ferrando” os outros. Podemos falar da forma baixa e imoral como falam da educação, sem respeito algum, sem sonho de melhoria algum. Enfim, os educadores-fracos têm defeitos pedagógicos explícitos.

Mas falemos de apenas uma qualidade (defeito) típica do educador-hipócrita: sua (ausente) formação pessoal e profissional.

O educador-fraco também passou pela faculdade. Normalmente é assim. Mas que vivência você acha que ele teve na época de sua formação? Você acha que os hipócritas são capazes de auto-reconhecer suas falhas? Jamais! Para eles, sua época de faculdade foi a mais rica possível, a mais fecunda que se pode sonhar.

Mas é hábito da realidade desmentir a hipocrisia. Por isso, quer na sala de aula em nossas faculdades, quer na sala de aula em nossas escolas, os pseudo-educadores não conseguem se esconder por muito tempo. Logo revelam sua fragilidade pedagógica e sua hipocrisia moral.

Não ousemos dizer que esses falsos professores são maioria ou minoria em nossa educação brasileira. Apenas podemos constatar que eles existem. Existem em toda escola. E vivem para disseminar seus discursos cheios de significado e vazios de testemunho.

Mas, tudo isso começa na formação dos professores. É na faculdade que vemos as sementes de educadores-fracos. Há vestígios para identificá-los. Eles menosprezam sua formação. Não gostam das “matérias difíceis”. Não querem ler os livros. Eles estão sempre cansados para as aulas. Nunca conseguem ouvir bem seus professores. Aliás, em casos extremos, o educador-fraco, mesmo na época de sua faculdade, já acredita saber mais que alguns de seus professores!

Há ainda muitos outros vestígios para identificar a hipocrisia do mau educador: ele burla seus estágios obrigatórios (acredita não precisar deles). Ele compra trabalhos prontos. Ele gosta de faltar no limite possível das aulas – pois da faculdade ele quer apenas o diploma. Não acredita poder aprender conhecimentos novos. Acha tudo que ouve inútil demais para gastar seu tempo refletindo.

Novamente, afirmo: não falemos em números, na quantidade exata dos educadores-fracos. Lembremos apenas que eles estão por aí. Reclamando de tudo e todos, menos reclamando de si mesmos. Cobrando a tudo e todos, mas jamais cobrando a si próprios. Isto é, continuam vivendo esta qualidade (defeito) típica dos hipócritas.


(O autor, prof. Wellington Martins, é docente universitário; mestrando em Filosofia ética (medieval), pela PUC/SP; graduado em Filosofia (licenciatura), pela USC/Bauru / am.wellington@hotmail.com)

www.facebook.com.br/prof.wellington.martins

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