domingo, 20 de dezembro de 2015

A Semiótica de Peirce: artigo científico


SEMIÓTICA DE CHARLES PEIRCE: O ÍCONE E A PRIMEIRIDADE
 
SEMIOTICS OF CHARLES PEIRCE: THE ICON AND THE FIRSTNESS

Wellington Anselmo Martins


Resumo: Este artigo trata da filosofia de Charles Sanders Peirce (1839-1914), mais
especificamente da sua semiótica. Delimitamos os conceitos ícone e primeiridade. Esses
conceitos são apresentados individualmente, mas também procuramos mostrar a relação que há
entre eles na semiótica de Peirce. Para concretizar esse objetivo, as nossas referências são
alguns especialistas no pensamento peirceano, como Ibri (1992) e Santaella (2012). Toda essa
reflexão ocorre dentro do campo da lógica e da fenomenologia.

Palavras-chave: Semiótica. Peirce. Ícone. Primeiridade. Fenomenologia.

Abstract: This article deals with the philosophy of Charles Sanders Peirce (1839-1914), more
specifically its semiotics. We delimit the concepts: icon and firstness. These concepts are
presented individually, but also we try to show the relation between them in the semiotics of
Peirce. To achieve this goal, our references are some experts in Peirce's thought, as Ibri (1992)
and Santaella (2012). This whole reflection occurs within the logic and phenomenology field.
Keywords: Semiotics. Peirce. Icon. Firstness. Phenomenology.

Acesse o artigo em: http://fajopa.com/contemplacao/index.php/contemplacao/article/view/93/95

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Dia de nascimento de Zamenhof, o iniciador do Esperanto




 
Esperantistas de Bauru e do mundo comemoram dia de nascimento de Zamenhof, o iniciador do Esperanto

Lázaro Luiz Zamenhof nasceu em Bialistoque, na Polônia, e desde sua infância sofria muito por causa do preconceito e ódio raciais e religiosos existentes em sua cidade natal. Judeus, poloneses, russos e alemães formavam comunidades distintas, cada uma com sua língua, costumes e religião e viviam em desentendimentos freqüentes.
Zamenhof notou que a maior parte dos mal-entendidos tinha sua origem na incompreensão causada pela diversidade de línguas e viu, na criação de um idioma único, unindo os povos, um meio de estabelecer um sentimento fraterno entre as pessoas de todas as raças, nações ou religiões.
Começou a sonhar com uma língua neutra para ser ensinada a todos os povos como uma segunda língua. Descobriu que acrescentando prefixos e sufixos às raízes latino-germânicas poderia formar novas palavras, a língua não precisaria ter um vocabulário imenso e isso facilitaria o aprendizado.
Seu pai decidiu que ele seria médico e o enviou à Universidade de Moscou. Por essa ocasião, os primeiros manuscritos contendo o esboço da nova língua foram destruídos pelo pai julgando que faria um bem para o filho, pois achava que a "língua internacional" lhe perturbaria o juízo e prejudicaria os estudos.
Ao retornar a Varsóvia, resolveu de novo trabalhar no seu projeto. Reconstituiu tudo sem dificuldades. Aproveitou do projeto original o que lhe parecia bom, descartando o que não tinha solidez. Acrescentou novas idéias e descobertas, utilizou raciocínios novos e descobriu que a atitude do pai fora um estímulo à realização de um trabalho mais completo e aperfeiçoado.
Em 1885, já médico, especializou-se em oftalmologia, montando um consultório em Varsóvia. Conheceu Clara Zilbernik, mais tarde sua esposa, mãe de seus 3 filhos e grande colaboradora na divulgação do Esperanto.
O “Primeiro Livro” surgiu em 26/07/1887, em russo, usando o pseudônimo "Doutor Esperanto". Contou com o auxílio financeiro do pai de sua noiva para a publicação. Feitas edições em outras línguas, surgiram os primeiros adeptos, clubes para ensino da língua, revistas e livros. Faleceu no dia 14/04/1917, deixando viúva e três filhos, todos mortos pelos nazistas em 1940.
Desde o 1º Congresso Mundial de Esperanto, ocorrido em 1905, em Boulogne-sur-Mer, na França, o interesse pela Língua Internacional tem crescido muito e o idioma expande-se por todos os continentes.
Estima-se que no mundo inteiro já existam milhões de pessoas que aprenderam o Esperanto.A semente lançada por ele germinou. O movimento esperantista prossegue sempre com sua mensagem de confraternização universal.

Em Bauru, há cursos regulares de Esperanto em sua sede, na Rua Batista de Carvalho, nº 4-33 sala 1403, as pessoas que se destacaram na difusão do Esperanto em Bauru e região. O telefone da Sociedade Bauruense de Esperanto é (14) 3011-2457. 


Quando os pensamentos parecem ter vida própria

Pessoalmente tenho, há algum tempo, estudado as lições deste sábio contemporâneo conhecido como Eckhart Tolle, presentes principalmente na obra "O Poder do Agora". 
Recomendo incisivamente sua leitura, pois tenho constatado diariamente a veracidade de suas observações e conselhos.


Quando os pensamentos parecem ter vida própria...
É fato que nossa mente é "habitada" por incalculável número de memórias que podemos denominar "eus psicológicos". 
De fato, essa multiplicidade de 'entidades' habitantes de nosso universo interior são responsáveis pelos milhares de pensamentos e emoções (perceptíveis ou não). Esse fato é percebido e apontado por todos os mestres do autoconhecimento. Echkart Tolle não é exceção.
Pois bem: cada um desses eus-memórias possuem seus compromissos próprios, seus anseios, desejos, medos e vontades particulares... a ponto de parecer, olhando "de fora", que possuem identidade própria. Tais sujeitos pensantes habitam e desenvolvem suas dinâmicas dentro de nós mesmos. Paradoxalmente, pouco ou nada sabemos sobre eles... quem são? de onde provém? ou para onde vão depois de algum tempo? Além disso, temos pouquíssimo ou nenhum controle sobre essas memórias ou reações. 
Ao mesmo tempo em que parecem estranhos intrusos com "vida própria", são também de certo modo, nossas próprias criações! Se não são "nós mesmos", pelo menos estão sendo mais ou menos nutridos por nós mesmos. E isso é crucial. Eles vivem graças a nós mesmos!
Toda vez que nos deparamos com contradições/conflitos em nós mesmos, evidenciamos que essas múltiplas pessoas estranhas raramente respeitam nossa opinião, nossos ideais, vontades etc... Essas pessoas habitam nosso "interior psicológico", usufruindo de nossos recursos, de nosso capital, de nossas conquistas, sem pagar aluguel e fazendo o que bem entendem em nossa própria casa interior, em nosso próprio corpo.
Mas há mais um fato crucial a ser percebido: Somos nós que nos identificamos com eles e achamos que eles somos nós. Eis o grande e único trunfo de um pensamento, seja ele negativo ou não: confundir-se com "aquele" que realmente somos. E assim camuflados, permanecem vivos e se nutrindo de nossa vitalidade. Uma vez fortalecido, parecem ter "vida própria"... 


abaixo segue uma interessante reflexão de Flávia Melissa (http://flaviamelissa.com.br/):

 

 


(...) já há algum tempo venho notando que a maior parte das pessoas tem uma queixa em comum: o sofrimento. No livro "O Poder do Agora", Eckhart Tolle diz que a causa de todo o sofrimento é a perda de conexão com o momento presente e com as possibilidades infinitas de ser feliz no aqui e agora. E, de modo geral, o que causa nosso sofrimento é a nossa mente e seus pensamentos de que, de alguma forma, o agora deveria ser diferente do que é.

Se a carapuça está servindo por aí, bem vindo ao clube. Você não é um fracassado porque não consegue dar conta de seus pensamentos negativos e de sua mente que mente te dizendo coisas que não estão presentes no seu presente. Você é uma pessoa absolutamente normal, como qualquer outro ser humano.

A questão é que o funcionamento de nossa mente e a qualidade de nossos pensamentos estão intimamente relacionados com uma estrutura cerebral chamada amigdala, que faz parte do sistema límbico e que foi desenvolvida, ao longo de milhares de anos, para regular nossos comportamentos, emoções e memória. E, talvez, por um mecanismo psicológico evolutivo que visa a não repetição de erros, todos nós temos a tendência de buscar referências negativas em nossas memórias e emoções.


domingo, 13 de dezembro de 2015

Amor atômico, quântico, universal…


Amor atômico, quântico, universal…

Um diálogo que mantive com um leitor:
Leitor: No mundo da relatividade e da subjetividade humana, entendo o que diz, mas quando pensamos em nível universal, atômico, quântico, etc, o “amor” não passa de uma palavra, um conceito, uma criação humana, que depende de nós para existir. Pode ser que o amor seja o “melhor resultado” para uma experiência “humana”, ao invés de ser a finalidade de toda experiência.
Flavio: “amor” de fato não passa de uma palavra. É nosso meio relativo de expressar, confinando em palavras, o que transcende perspectivas universais, atômicas e quânticas (que também são palavras).
Tudo o que sabemos se vincula a nossa condição relativa e subjetiva, nossa humanidade é assim, portanto nossos códigos não poderiam ser diferentes. Aqui estamos tratando justamente da “experiência humana”, a minha e a sua experiência, e tentando encaixá-la em nossos contextos, sobretudo nossa limitada compreensão.
Quando falo “amor” vou até onde posso expressar, até onde o “conceito” cabe no código, até onde posso me fazer compreender, no entanto falo consciente do limite da palavra e das barreiras de compreensão.
Não posso desconsiderar que, para além delas, seja em que nível for, em amplitude “universal”, “atômica” ou “quântica”, teorias, experimentos, ciência ou filosofia, tudo depende de nós para existir, tudo é relativo, rarefeito, discutível.
Assim será até que eu enxergue as conexões e perceba como tudo aponta para uma coisa só.
Os vários nomes e percepções não anulam o fato de que algo nos move, nos une, nos conecta, seja no nível humano ou atômico, um caminho que me projeta em percepções, apesar dos limites, apesar das distâncias, a isso, amigo, eu chamo amor.

flaviosiqueira.com - março, 2015
http://flaviosiqueira.com/2015/03/17/amor-atomico-quantico-universal/

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

existe vida após o parto?

Por meio de uma narrativa fictícia entre dois bebês ainda dentro do ventre de sua mãe, o autor acaba criando uma metáfora curiosa para traduzir o dilema dos humanos quanto a existência de vida após a morte física...
interessante!

No ventre de uma mãe havia dois bebês. Um perguntou ao outro:
"Vc acredita em vida após o parto?"
O outro respondeu: "É claro. Tem que haver algo após o parto. Talvez nós estejamos aqui para nos preparar para o que virá mais tarde."
"Bobagem", disse o primeiro. "Não há vida após o parto. Que tipo de vida seria esta?"
O segundo disse: "Eu não sei, mas haverá mais luz do que aqui. Talvez nós poderemos andar com as nossas próprias pernas  e comer com nossas bocas. Talvez teremos outros sentidos que não podemos entender agora."
O primeiro retrucou: "Isto é um absurdo. Andar é impossível. E comer com a boca!? Ridículo! O cordão umbilical nos fornece nutrição e tudo o mais de que precisamos.O cordão umbilical é muito curto. A vida após o parto está fora de cogitação."
O segundo insistiu: "Bem, eu acho que há alguma coisa e talvez seja diferente do que é aqui. Talvez a gente não vá mais precisar deste tubo físico."
O primeiro contestou: "Bobagem, e além disso, se há realmente vida após o parto, então, por que ninguém jamais voltou de lá? O parto é o fim da vida e no pós-parto não há nada além de escuridão, silêncio e esquecimento. Ele não nos levará a lugar nenhum."
"Bem, eu não sei", disse o segundo, " mas certamente vamos encontrar a Mamãe e ela vai cuidar de nós."
O primeiro respondeu: " Mamãe, vc realmente acredita em Mamãe? Isto é ridículo. Se a Mamãe existe, então, onde ela está agora?"
O segundo disse: "Ela está ao nosso redor. Estamos cercados por ela. Nós somos dela. É nela que vivemos. Sem ela este mundo não seria e não poderia existir."
Disse o primeiro:" Bem, eu não posso vê-la, então, é lógico que ela não existe."
Ao que o segundo respondeu: " Às vezes, quando vc está em silêncio, se vc se concentrar e realmente ouvir, vc poderá perceber a presença dela e ouvir sua voz amorosa lá de cima."

Este foi o modo pelo qual um escritor húngaro explicou a existência de Deus.

Assassinatos de índios no Brasil hoje

Assassinatos de índios crescem 130% em 2014, aponta relatório

Aliny Gama
Do UOL, em Maceió
junho/2015

O relatório "Violência contra os Povos Indígenas no Brasil", elaborado e divulgado pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário), nesta sexta-feira (19), apontou o crescimento de 130% no número de índios assassinados em 2014.
O dado alarmante mostra que 138 índios foram mortos no ano passado, sendo 16 casos envolvendo mulheres. Já em 2013 foram registradas 53 mortes violentas.
As mortes foram ocasionadas, em sua maioria, por violações aos direitos das comunidades indígenas no país descritos em "conflitos extremamente graves".
O estudo detalha que parte das mortes foram resultado de conflitos internos, em função do uso de bebidas alcoólicas em áreas indígenas. Também há registros de assassinatos em decorrência da situação de confinamento populacional. Somente no Mato Grosso do Sul existem 40 mil pessoas confinadas em pequenas reservas. O relatório diz ainda que ocorreram outras mortes por "conflitos fundiários ou de conflitos com madeireiros que invadiram terras indígenas já demarcadas".
"A dor, as ameaças, as invasões, as torturas, as agressões cotidianas expressam as condições a que os povos indígenas continuam sendo submetidos", destaca o presidente do Cimi, Erwin Kräutler, que também é bispo da Prelazia do Xingu.

domingo, 29 de novembro de 2015

assassinato de líderes indígenas no Brasil

CIDH condena assassinato de líderes indígenas no Brasil

Em Washington (EUA)
junho/2015
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condenou nesta quinta-feira (4) o assassinato de três líderes indígenas defensores dos direitos humanos nos Estados do Maranhão e da Bahia, informou a organização pan-americana em comunicado.

A CIDH relatou que no dia 26 de abril, Eusebio Ka'apor foi assassinado na terra indígena do Alto Turiaçu, no Maranhão, após se atingido por "disparos nas costas por parte de pessoas encapuzadas".

Eusebio Ka'apor participava do "movimento contra a presença de madeireiros ilegais em seus territórios", cujo trabalho levou ao fechamento de todas as operações de exploração ilegal de madeira na região em março de 2015.

A CIDH assegurou que "a informação disponível" indica que o nome de Eusebio Ka'apor estava em uma lista de pessoas que seriam assassinadas pelos madeireiros.

Outro assassinato condenado pela CIDH é o de Adenilson da Silva, um líder indígena que trabalhava como agente de saúde em sua comunidade e que foi assassinado por três pistoleiros encapuzados perto da Serra das Trempes, na Bahia.

"A informação indica que quando foi atacado estava com sua esposa, seu filho de um ano e sua filha de 15 anos, e que sua esposa recebeu tiros nas pernas e nas costas. Sua esposa e seu filho foram hospitalizados", afirmou a organização pan-americana.

O terceiro caso é o do ativista de direitos humanos Gilmar Alves da Silva, que se dirigia em sua motocicleta para o povoado de Pambú, situado no território da comunidade indígena Tumbalalá, quando foi alvejado por disparos de duas pessoas não identificadas que estavam em um automóvel.

"A informação recebida indica que a Polícia Militar localizou o automóvel e as armas utilizadas para assassiná-lo, mas que os responsáveis ainda não foram detidos", indicou a CIDH.

A comissão pediu ao Estado brasileiro que investigue "com devida diligência" esses assassinatos, julgue e puna os responsáveis.

Além disso, a comissão exigiu às autoridades competentes o acompanhamento de "todas as linhas lógicas de investigação, incluindo a possibilidade de que esses assassinatos tenham sido motivados pelas atividades desses líderes indígenas como defensores dos direitos humanos".

Além disso, a CIDH recomendou ao Brasil adotar "medidas sem demora" para proteger a vida e a integridade dos povos indígenas, seus líderes e seus defensores, respeitando sua identidade cultural, perspectiva, e concepção de direitos.

renúncias...

Abaixo, reproduzo primoroso texto de Alexandre Albertini Benegas, publicado no Jornal da Cidade no dia 16/10/15 na coluna "Opinião". 

Belíssimo texto do ponto de vista literário, interessante do ponto de vista filosófico. Aconselho a leitura com vagar, refletindo silente e lentamente sobre cada cenário pintado, sobre cada sentimento exposto...




Renúncia

 
O relógio acusava 9 horas. No quarto, brinquedos disputavam lugar e atenção. O sol, costumeiramente, acenava pelas frestas da janela, sublime presença. Crianças da vizinhança assumiam encontro marcado com a alegria. Os olhares pronunciavam espontânea meninice. Pensamentos suados corriam no ziguezaguear das brincadeiras extraordinárias. Assim, a infância acontecia.

Quando crianças, descobrir - ah! - é interjeição. Aprender, exclamação! Porquês apresentam-se em forma de curiosidade, na descoberta do saber. Pontual, a felicidade raia em acontecimentos extraordinários. Justificável, a criatividade apresenta merecedor ponto de partida e respeitoso ponto de chegada. Pudera. Em verdades ingênuas e circunstanciais, saber que a distância entre dois pontos nem sempre é uma reta, desenha similar liberdade de descoberta ao perceber que com cinco e seis retas fácil é fazer um castelo. Açucaradamente se enxerga. E, embora os olhos insistam em ver, o coração desautorizado está de sentir. Feliz idade.

Já adultos, renuncia-se  à curiosidade. A certeza é demitida pela hipótese. Acontecimentos extraordinários descortinam-se em museus de inéditas novidades. O castelo, antes feito pela geometria das retas, ocupado está e, o pior, é um restrito espaço, cujo acesso negado encontra-se. Aconchegantes interjeições e exclamações substituídas são por vírgulas da fala congestionadamente pretextual. Desamparada, a certeza perde a paternidade para a ardilosa dúvida, assinalando reticente postura em reticências. Ver a vida com dulçor? Bobagem. Diabéticos tornamo-nos.

Por tudo isto, por que ao crescermos diminuímos? Seria metabolismo celular reverso capaz de tornar o físico deficitário e a alma deficiente? Se o é, compreensível haver cegos desprovidos da vontade de ver, na brevidade da vida, o próximo, o outro. Surdos, pela sonoridade seletiva, negligenciarem os ouvidos aos apelos fraternais. Paralíticos, impossibilitados de caminhar em direção aos necessitados. Anões, incrédulos por inaceitar o crescer da gratidão à altura do reconhecimento. E, por fim, o mais doente de todos, o louco, por exigir dos outros o que eles, definitivamente, não possuem.

Desta forma, bendito seja quem souber compreender a dinâmica da vida. Semelhante a um rio, as margens, em perímetro de oposição, seriam o nascer e o morrer. A superfície, a aparência. A profundidade, a labiríntica inconsciência. Ponderável, portanto, saber banhar-se em alguns rios, sem alterar seu curso, responsáveis que somos pela direção. Afinal, um mergulho poderia emergir algo inesperado, supostamente comportado, provocando nervosa coreografia no rio, na vida que se atravessa... a travessia.

Alexandre Albertini Benegas

O autor é professor de Língua Portuguesa, especialista em Redação

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

o terrível encontro com a Verdade


todos (em sã consciência) desejam felicidade e paz. 
tem um probleminha: a ideia que fazemos da paz/felicidade geralmente está impregnada/condicionada a desejos subjetivos de nosso próprio ego, de nossos inumeráveis eus pensantes... então, nossa ideia de felicidade está quase sempre associada a certas sensações/emoções vivenciadas como experiências e cristalizadas em nós mesmos na forma de memórias... 
para nós, a felicidade geralmente está ligada a ideia de uma conquista de algo no mundo ou a aquisição de experiências sensoriais, emocionais...
para eus gulosos, felicidade é poder comer tudo aquilo que gosta, sem limite..
para eus preguiçosos, é não precisar fazer qualquer esforço...
para eus cobiçosos, é poder adquirir tudo que sempre sonhou...
para luxuriosos, é poder realizar suas mais exóticas fantasias... etc etc...

qual é a verdadeira felicidade? qual é a absoluta paz? 
Você acha mesmo que felicidade tem algo a ver com o que você deseja ou com seus apetites?



A Verdade e a morte do "mim mesmo"

"Na minha experiência, todos dizem que querem descobrir a verdade, mas só até eles perceberam que a Verdade irá lhes roubar suas ideias mais impregnadas, crenças, esperanças e sonhos. 
A ideia de liberdade pela iluminação significa muito mais que a experiência de amor e paz. Significa descobrir uma Verdade que vai virar sua visão do "eu" de cabeça para baixo. 
Para aquele que realmente está preparado, isso será inimaginavelmente libertador. Mas para aquele que ainda está apegado de qualquer maneira que seja, isso será extremamente desafiador de fato.
Mas como saber se estou pronto? 

Você está pronto quando estiver disposto a ser absolutamente consumido por um fogo sem fim."

  Adyashanti

domingo, 25 de outubro de 2015

Aŭskultu: Escute músicas em Esperanto




Aŭskultu
 


Muzaiko ne ankoraŭ estas tute preta (Ni daŭre prilaboras muzikajn rajtojn, kolektas pli da kaj pli diversa parola kaj muzika enhavo ktp), tamen vi jam povas aŭskulti provelsendon ĉe Radionomy aŭ rekte kun via preferata muzikludilo, per via Android-aparatoOUYA-ludkonzolo.
Aŭ, se vi preferas aŭskulti nur la parolan enhavon kreitan rekte de Muzaiko, aŭskultu Muzaikon podkastforme. Alia ebleco estas aŭskulti apartajn babilajn programerojn.
Jen pli da informoj pri kiel aŭskulti radion Muzaiko.
Kaj se vi volas partopreni en la projekto aŭ simple komenti, bonvolu aliĝi al la gugla grupo de Muzaiko: retradio-projekto.

https://www.radionomy.com/en/radio/muzaikoinfo/index

sábado, 24 de outubro de 2015

O que é a Batra? (com vídeo explicativo)




 



A ONG Bauru Transparente (Batra) tem como objetivo de fiscalizar os poderes Executivo e Legislativo da cidade. A Batra começou em 2009 e, desde então, vem desenvolvendo uma série de atividades, tendo a finalidade de disseminar a importância da consciência política junto à população.

Em sua luta pela transparência, a Batra trabalha principalmente em duas linhas de ação:
 – Combate à corrupção 
- Projetos de conscientização em relação a questões como ética e cidadania. 
São da Batra os seguintes trabalhos:
Combate à Corrupção:
1. Luta para que a Câmara de Bauru não elevasse o número de Vereadores, conseguindo que o aumento fosse de apenas uma cadeira;

2. Implantação de várias diretrizes e sugestões na Lei da Ficha Limpa Municipal, aprovada na Câmara;

3. Cobrança junto ao MP sobre os gastos indevidos da Autarquia DAE – Depto de Água e Esgotos utilizando de recursos para obra da Estação de Tratamento de Esgotos;

4. Participação no Movimento contra a Corrupção em Analândia;

5. Participação em todas as etapas (Municipal,Estadual e Nacional) da Consocial;

6. Apoio ao movimento pela preservação do Cerrado bauruense;

7. Luta pela regulamentação e implantação da Lei de Acesso à Informação em Bauru tanto na Prefeitura quanto na Câmara;

Projetos de Cidadânia:
1. Projeto Voto Consciente com a realização de palestras de conscientização sobre o sistema eleitoral brasileiro para escolas públicas e privadas, universidades, moradores da periferia, etc.

2. Projeto Caravana da Cidadania em parceria com o IFC com palestras, formação de cidadãos para a fiscalização em postos de saúde da família;

3. Projeto Relatório de Demandas de Bauru realizado por um grupo interdisciplinar coordenado pela Batra para apontar aos partidos com sede em Bauru as necessidades da cidade em Educação, Saúde, Urbanização, Segurança, Meio Ambiente, Serviços Públicos, Bem Estar Social, Lazer e Esportes

4. Projeto de Acompanhamento dos Trabalhos Legislativos em Bauru com a divulgação de todo conjunto de informações referentes ao mandato de 2008-2012 possibilitando aos cidadãos análise minuciosa sobre todo trabalho realizado pelos vereadores em quatro anos de suas gestões;

5. Projeto do Livro Cidadania Consciente num regime democrático para ser integrado a grade curricular do ensino médio estadual em Bauru;

6. Organização da Gincana para alunos que tiverem aulas sobre o livro Cidadania Consciente com a distribuição de prêmios as equipes vencedoras dos colégios;
7. Programa Ágora: A Batra e o Jornal da Cidade na Escola, em parceria e harmonizados com a Lei de Diretrizes e Base da Educação, desenvolveram um programa educacional para levar aos estudantes da educação infantil, do ensino fundamental e ensino médio e superior, conteúdos e atividades que instrumentalizem, incentivem e desenvolvam o gosto pelo exercício amplo da cidadania, calcado em participação política efetiva, organizada, pacífica, qualificada pela informação, balizada pela ética e orientada para o bem comum da nossa sociedade

Todo município deveria ter uma organização que pudesse fazer o elo entre o cidadão comum e o Poder Público, auxiliando na fiscalização dos atos do Executivo e do Legislativo, uma entidade que incentivasse ações ligadas a Educação, Conscientização e divulgação das informações aos munícipes. 
No site da Batra (www.batra.org.br) há informações de como fundar uma ONG com estas características acima descritas. 
Boa sorte!
 

sábado, 17 de outubro de 2015

Fragmentos (Flávio Siqueira)

Fragmentos


Tudo o que vemos são fragmentos. Reflexos do que está em movimento. Nenhuma experiência se limita ao "fato" objetivo, mas acompanha o interminável fluxo da existência que modifica todas as coisas, o tempo todo. O que aconteceu ontem interferirá no hoje enquanto processa os desdobramentos de amanhã. Isso não vemos. Só vemos em parte. Fragmentos.


Palavras… Deixe que descansem

…palavras são apenas códigos. Elas costumam ser úteis quando expressam o que nos habita, o que somos. O que somos vale mais do que palavras. Quando alguém precisar de você, não se preocupe com as palavras. Apenas seja. Apenas esteja. Abrace, fique perto, ouça. Se as palavras vierem, ótimo. Caso contrário, deixe que elas descansem.



Crianças indígenas morrem de gripe e desnutrição

 

Crianças indígenas morrem mais de gripe e desnutrição





 RUBENS VALENTE
em ATALAIA DO NORTE (AM)



Infecção e fome explicam quase um quinto das mortes de crianças com menos de um ano entre 2000 e 2012.
Taxa de mortalidade infantil entre índios em 2012 foi mais do que o dobro da média nacional no mesmo ano 



A pequena Ingrid, filha do cacique da etnia mayoruna Antônio Flores, líder de uma aldeia com seu sobrenome no Vale do Javari (AM), teve apenas quatro dias de vida.
Na manhã do último domingo de março, dia 29, após o velório com parentes que vieram de aldeias a muitas horas de viagem pelo rio Solimões, o corpo do bebê foi enterrado em Atalaia do Norte (AM). A laje do túmulo foi improvisada com tijolos retirados do muro do cemitério.
A Folha presenciou a cena quando o cacique, falando em sua língua e traduzido por um primo, interpelou o enfermeiro no velório. Para Flores, a culpa pela morte foi o excesso de soro dado à criança no hospital de Tabatinga (AM). A causa oficial da morte foi infecção generalizada decorrente de problemas na gravidez.
A perda que atingiu a família se repetiu tragicamente em todo o território nacional entre 2000 e 2012. Dados do Ministério da Saúde obtidos pela Folha com a Lei de Acesso à Informação revelam que gripe e fome mataram 1.156 crianças indígenas de até um ano de idade no país, do total de 7.149 mortes no período.
Combinadas, as duas causas responderam por 16% de todos os óbitos, quase um quinto. As mortes por gripe representaram 13% do total, mais do que o dobro da média nacional para infecções respiratórias no período 2000-2011 na população brasileira de zero a cinco anos.
Entre os guaranis-caiuás, no Mato Grosso do Sul, 40 morreram de desnutrição, respondendo por 17% de todos as mortes do gênero entre os bebês indígenas no país, embora a etnia corresponda a 5% da população de índios brasileira. Outras 107 crianças xavantes morreram de gripe, ou quase 12% do total nacional.


SEM CAUSA

Os números indicam a persistência de alto número de mortes entre os ianomâmis. A taxa de mortalidade infantil saltou de 76 em 2000 para 150 em 2005, oscilou para 146 em 2011 e chegou a 133 em 2012.
A taxa de mortalidade infantil entre os índios em 2012, de 38 mortes para mil nascidos vivos, foi mais do que o dobro da taxa nacional observada nesse mesmo ano (15).

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

condicionamento, apego e acúmulo - parte II


Condicionamento; Velho, Apego, Expansão, Acúmulo



Como dissemos, estamos programados. O cérebro humano é um processo mecânico. Nosso pensamento é um processo materialista, e esse pensamento tem sido condicionado para pensar como budista, hindu, cristão, etc. Portanto, nosso cérebro está condicionado. É possível ficar livre do condicionamento? Há os que dizem que não, porque (…) como pode esse condicionamento ser completamente erradicado, de forma que o cérebro humano possa tornar-se extraordinariamente purificado, original, de infinita capacidade?

Muitas pessoas admitem isso, mas ficam satisfeitas em meramente modificar o condicionamento. Porém estamos dizendo que esse condicionamento pode ser examinado, observado, e pode haver total libertação do mesmo. Para descobrir por nós mesmos se é possível, ou não, temos de inquirir sobre nossas relações. (Idem, pág. 78)

Em geral temos um problema, tendemos a preocupar-nos com ele, a fragmentá-lo, analisá-lo, achar uma fórmula para resolvê-lo. E o pensamento, como se pode observar, é sempre reação do velho; portanto, nunca é novo, e o problema, entretanto, é sempre novo. Traduzimos o novo, o problema, em termos de pensamento, mas o pensamento é velho (…)
(A Essência da Maturidade, pág. 12)

(…) Como é possível descobrirdes o que é novo, com a carga do que é velho? É só pelo desaparecimento dessa carga que se descobre o novo. Assim, pois, para descobrir o novo, o eterno (…), necessita-se de uma mente extraordinariamente alerta, (…) que não vise a um resultado (…) não interessada em “vir-a-ser”. (…)
(O Que te fará Feliz, pág. 129)

A palavra “apegar-se” significa pegar, agarrar, ter a sensação de que você pertence a alguém e de que alguém pertence a você. Cultivar o desapego dá origem à falta de afeição, à frieza, (…) desenvolve o sentimento oposto (…) O desapego é um não-fato, enquanto o apego é um fato. (…) Quando há apego, cultivar o desapego é um movimento rumo à ilusão e você se torna frio, duro (…)
(Perguntas e Respostas, pág. 120)

Se estamos cônscios de que estamos apegados, vemos todas as consequências desse apego - ansiedade, falta de liberdade, ciúme, ira, ódio. No apego há também uma sensação de segurança (…) E, assim, há o possuidor e o possuído (…) Estou apegado a você do fundo de minha solidão e esse apego (…) diz: “Eu amo você” (…)
(Idem, pág. 121)

Você pode estar apegado a uma experiência, a um incidente, uma grande sensação de orgulho, (…) de poder, (…), de segurança (…) Se você percebe tudo isso, sem que ninguém lho diga, sem nenhum motivo, (…) então você verá que o insight revela a coisa toda como num mapa. Havendo esse insight, a coisa desaparece completamente e você não está mais apegado.
(Idem, pág. 121)

(Krishnamurti)