sábado, 20 de junho de 2015

condicionamento, apego e acúmulo - parte I

Condicionamento, Apego, Expansão, Acúmulo


Nossa mente está condicionada pela moderna educação, pela sociedade, pela religião, pelos conhecimentos e pelas inúmeras experiências que temos acumulado; foi moldada não só pelo ambiente, mas também pelas nossas reações a esse ambiente e a várias formas de relação.
 (Visão da Realidade, pág. 140)

(…) Se uma pessoa está cônscia, por pouco que seja, do seu próprio pensar, poderá ver que a mente condicionada, por mais esforços que faça, só poderá modificar-se dentro do seu próprio condicionamento, e tal modificação, evidentemente, não é revolução. (…) Todo desafio é necessariamente novo e, enquanto a mente está condicionada, só corresponde ao desafio em conformidade com o seu condicionamento; dessa maneira, nunca pode haver uma reação adequada.
(Idem, pág. 140)

Pois bem. Todos sabemos que há atualmente uma grave crise no mundo - pobreza inaudita e constante ameaça de guerra. (…) Nosso pensar é obviamente condicionado; sempre reagimos a qualquer desafio como hinduístas, maometanos, comunistas, socialistas, cristãos, etc., e tal reação é, fundamentalmente, inadequada; daí vem o conflito, não só individual, mas também entre grupos, raças e nações. (…)
(Idem, pág. 140-141)

(…) Os entes humanos estão condicionados; seus padrões de conduta, seus pontos de vista, suas atividades, sua agressividade, seus contraditórios estados mentais - ódio e amor, prazer e dor, desespero e esperança - a batalha constante (…) no campo da consciência, a invenção de deuses, crenças, seitas - tudo isso é produto da mente condicionada. Nossas nacionalidades, as divisões entre pessoas, raças, etc., tudo isso é resultado da educação que recebemos e da influência da sociedade. (…)
(A Libertação dos Condicionamentos, pág. 38)


Não é o condicionamento inevitável - (…) no sentido de que se verifica continuamente? Condicionais os vossos filhos como budistas, sinhaleses, tamilianos, ingleses, chineses, comunistas, etc. Há um constante martelar de influências - (…) econômicas, climáticas, sociais, políticas, religiosas, atuando sem cessar. (…) A mente é o passado, e o passado é a tradição, a moral. Vossa mente, pois, está condicionada; essa mente condicionada atende ao desafio, ao estímulo, e reage, invariavelmente, de acordo com o seu condicionamento, e é isso o que gera um problema.
 (Nosso Único Problema, pág. 71)

Por conseguinte, sempre que a mente condicionada enfrenta um estímulo, cria um problema, porquanto é sempre inadequada a reação de uma mente condicionada. (…) O problema é sempre novo, o desafio, sempre novo; desafio implica coisa nova, do contrário não seria desafio. A mente condicionada, portanto, enfrentando o desafio, cria um problema, do qual resulta conflito.
 (Idem, pág. 71-72)

Pelo que estamos lutando? (…) Um aspira, porventura, ao preenchimento e ao bom êxito, outro à riqueza e ao poder, outro à fama e à popularidade; desejam uns, talvez, acumular, e outros renunciar; (…) Para nos libertarmos das confusões e das misérias existentes em nós e ao redor de nós, devemos estar cônscios de nossos desejos e tendências (…)
 (O Egoísmo e o Problema da Paz, pág. 185-186)

(…) Por estarmos, na maioria, condicionados por influências sociais, econômicas, religiosas, etc., somos copistas, imitadores, e por isso não ligamos importância ao que é novo, chamamo-lo revolucionário (…) Mas se pudermos examiná-lo, se o observarmos com inteira isenção de preconceitos, de limitações, então talvez seja possível compreender-nos mutuamente e comungar uns com os outros. Só há comunhão quando não existe barreira alguma; (…)
(Que Estamos Buscando?, 1ª ed., pág. 115-116)

Estamos dizendo que o condicionamento se verifica não só culturalmente, no sentido da religião, da moral social, etc., mas mediante o próprio conhecimento. Será possível ensinar aos alunos e a nós mesmos a libertar a mente do conhecimento e, apesar disso, a usar o conhecimento sem obrigar a mente a funcionar de modo mecânico? (…) (O Começo do Aprendizado, pág. 157)

Nós como seres humanos vivemos nesta bela terra, que está sendo aos poucos destruída, (…) - não indiana, não britânica ou americana - temos de viver inteligentemente, com felicidade; mas isso aparentemente não é possível, porque estamos condicionados. Esse condicionamento é como um computador; estamos programados. Estamos programados para ser hindus, muçulmanos, cristãos, católicos, protestantes. (…)

Portanto, nosso cérebro está profundamente condicionado e estamos perguntando se é possível ficarmos livres desse condicionamento. A não ser que estejamos totalmente, completamente, livres de tal limitação, o simples inquirir ou perguntar qual é o novo instrumento, que não é o pensamento, carece de significação. (Mind Without Measure, pág. 77-78)

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