professora Jane Elliott |
No documentário
intitulado "Olhos Azuis", a professora norte-americana Jane
Elliott conduz um "exercício de discriminação",
denunciando a hipocrisia de uma sociedade que se define como justa e
civilizada, mas que na realidade encontra-se impregnada de práticas
preconceituosas.
Sua dinâmica choca e
nos faz pensar seriamente sobre a questão.
Mais recentemente,
inspirada no trabalho de J. Elliott e embasada nos estudos científicos do psicólogo
social Henri Tajfel, a professora
Annie Leblanc, de Quebec, no Canadá, conduziu um experimento semelhante com seus
alunos do ensino fundamental, obtendo resultados impressionantes.
No experimento de
Annie, (que teve autorização dos pais, da diretoria e conselho escolar), a discriminação
foi feita utilizando como critério a estatura das crianças (que a exemplo da
cor dos olhos do experimento de Elliott, não pode ser mudada). No dia seguinte, ela fez com que as crianças
invertessem os papéis.
A dinâmica demonstrou
o quão rapidamente as crianças são capazes de aceitar/assimilar as novas regras
e de promover a discriminação que lhes foi “ensinada”. Ao final, fica clara
também, como elas são capazes de refletirem sobre a questão, já que foram levadas
a vivenciar a discriminação na própria pele.
Tajfel
já havia demonstrado por meio de testes de observação, como somos capazes de discriminar
o outro, quando somos separados por grupos. Assim, se demonstrou como somos
propícios a formar grupos, e a partir deles, pressupor que há grupos melhores e
piores. Essa tendência a formar grupos é algo assimilado desde muito cedo, gerando
preconceitos e segregações de todo tipo.
É fato que o ser humano tem tendência natural para se ajuntar em grupos. O processo de exclusão de estranhos ou "diferentes", porém, já é um comportamento muito mais complexo que não depende (ou seja, que não é simplesmente determinado) pela genética humana. É possível promover discriminações desde uma idade muito precoce, o que só demonstra uma coisa: somos de fato potencialmente aptos para aprender muitas coisas... só isso.
Será que nossa capacidade cerebral de discriminar (cores, tamanhos,
formas, pesos, texturas etc), nos faz nascermos odiando nordestinos,
judeus, homossexuais, palestinos, negros ou brancos?
Ora, parece evidente que ter um cérebro discriminatório por is só não nos torna "racistas ou preconceituosos por natureza". Essa é uma confusão ingênua na qual caem muitos pesquisadores das ciências naturais, ao confundirem fenômenos sócio-antropológicos com 'dados' depositados em cromossomos.
O que de fato se evidencia nestes experimentos científicos?
Que
o racismo (como qualquer outro tipo de comportamento cultural) não está "programado geneticamente", mas se trata de um "comportamento aprendido socialmente". No processo de endoculturação, 'aprendemos' preconceitos, assim como aprendemos paradigmas, rituais, crenças, costumes, hábitos culturais, linguagens etc...
Aprendemos a odiar, como 'aprendemos' a amar (pessoas, coisas, padrões de comportamento, a pátria, Deus, etc ). Aprendemos o gesto delicado, como também o violento... muitas vezes, por simples imitação (poucas vezes por reflexão racional).
Assista abaixo os documentários:
fonte:
http://www.hypeness.com.br/2013/09/video-prova-que-criancas-nao-nascem-preconceituosas-mas-aprendem-a-ser/
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