sábado, 20 de agosto de 2016

Qual a sua sintonia?



Sobre sombra, luz e sintonias
Quando não me sinto bem, geralmente é porque não estou vendo as coisas claras o suficiente para que eu me sinta bem...
o "que" ou "quem" determina o meu “sentir”? 
seria algo alheio a mim, que não posso influenciar?
Será que não me sinto bem por que as coisas não tinham ocorrido como eu gostaria?
Depois vi que não...  no fundo tudo acontecia não só como tinha que acontecer (do melhor modo possível), mas tudo acontecia comigo conforme (inconscientemente) eu mesmo havia escolhido. Caminhos que cada ser escolhe...
Depois pensei...Se não é o que está “fora de mim” que determina se sou feliz ou infeliz, como me sinto, então seria o que está dentro de mim?
alternativa radical, e até perigosa se não se aprofundar a compreensão do que isso significa...
no final das contas, entender que sou absolutamente responsável, não me fez tampouco mais “poderoso” a respeito de tudo aquilo que continuava "acontecendo" ao meu aparente redor...
há um “inconsciente coletivo”, como uma nuvem que perpassa todo o “ambiente psíquico” planetário, que atinge a todos o tempo todo, porque somos humanos e estamos conectados a tudo (e a todos, inconscientemente), sem exceção. Não é possível não fazer parte do “todo”.
Então, embora eu esteja de algum modo 'conectado' a toda essa massa de energia sutil emanada por todos os demais humanos simultaneamente, ainda tenho a opção de “sintonizar” estações diferentes, com diferentes "programações", "espetáculos", "comédias, dramas ou tragédias", como faria se tivesse um aparelho receptor de rádio ou TV.

 

 
Quando olho para mim e penso: “puxa, que pensamento ruim !! que sentimento ruim! que situação horrível!!...”, na verdade, desconfio que seja a sintonia que acabei de fazer, que me faz sentir, e ver, e apalpar o mundo bem assim. Estou captando aquela massa, aquela nuvem energética que está passando naquele momento. Posso alimentá-la (se me identifico com ela) ou simplesmente deixá-la passar e dissipar-se (quando não a julgo, não a condeno, nem me identifico com ela).  
Pela identificação, por alguns momentos (ou anos, ou décadas...), faço (como co-criador de minha realidade que sou) faço "meus" todos aqueles pensamentos e emoções e contextos... faço-me e entendo-me e sinto-me justamente aquele "eu" que pensa e luta e se extasia e se arrebenta, visto-me daquele ente/programa/memória pensante, entronizo-o, tornando-o pessoal e íntimo, e real (ao menos a mim). Este algo que nada de mim contém, exceto minha identificação está, mais uma vez, "vivo"!!! E graças a quem?
 
Se eu mudo (consciente ou inconscientemente) o canal, a sintonia acontece em outra faixa, noutra frequência vibratória... vou assistir, assim, a outro programa... no qual mais uma vez, aparentemente, serei mero espectador de acontecimentos... e mais uma vez crendo-me vítima fatal de circunstâncias aparentemente externas e sobre as quais penso não ter qualquer controle.

Quando mudo o canal, as ondas/frequências, mais ou menos densas, continuam por um tempo, embora o “aparelho” já não as capte mais e já não me 'afetem' do mesmo modo que antes...
outras nuvens virão... e também passarão...
cada nuvem, por pesada que seja, passa; mas enquanto não passa, vamos encarando a tempestade, os raios, os ventos, o frio cortante e o calor escaldante... os ventos furiosos de sentimentos, as descargas de emoções, a chuva pesada a castigar os sentidos mais ordinários...
Às vezes parece que procuramos as nuvens...às vezes ficamos a tentar fugir delas... mas é sempre inútil fugir daquilo que nos cabe encarar.
Tampouco conseguimos fugir de nossa própria sombra física. Encarando a “sombra”, vamos entendendo que ela só existe porque um “sol” brilha sobre nós. 
Sem luz, nada de sombras. Todo esse jogo de sombra e luz tem um sentido, afinal. 
E cada um precisa descobri-lo por si mesmo. 
Tudo, no final das contas, tinha sua razão de ser!




Nenhum comentário:

Postar um comentário