"estatísticas mostram praticamente tudo, menos a
verdade".
o que essa simples afirmação quer nos dizer?
O
problema, evidentemente, não são os dados numéricos em si mesmos, mas as
associações, deduções, induções, analogias e sofismas que construímos a partir
deles.
Quando
nos apropriamos de textos que tentam nos convencer de alguma coisa, usando
dados estatísticos, deveríamos, antes de mais nada, considerar:
1)
quem colheu os dados, onde os dados foram colhidos e durante quanto tempo;
2)
quem financiou (pagou) os coletores dos dados, bem como o chefe da pesquisa;
3)
quais os interesses econômicos ou políticos (declarados ou não) daqueles que
financiaram a coleta dos referidos dados estatísticos;
3)
como foi selecionado o(s) grupo(s) de amostragem utilizado(s) para a colheita
dos dados;
4)
número absoluto de indivíduos pesquisados;
5)
condições de controle do grupo pesquisado;
6)
crenças e cultura do pesquisador responsável;
7)
eventuais sofismas ocultos nas conclusões finais.
Após
essas cautelas, e de posse dos dados, pode-se começar a tirar alguma conclusão
provavelmente válida.
Mas, se você não dispõe dessas informações quando lê
algum artigo dito científico ou alguma notícia que cita dados estatísticos como
ponto fundamental de sustentação de suas conclusões, então, lamento muito, meu
caro, mas é estatisticamente provável que você esteja sendo ludibriado!
😉
Vejam
abaixo, algumas anedotas que exemplificam sofismas facilmente construídos
com base na utilização equivocada de dados estatísticos que muitas vezes são,
em si mesmos, autênticos:
"A
chance de ser morto por um conhecido é duas vezes maior do que por um estranho.
Portanto, fale apenas com estranhos!"
"33%
dos acidentes de trânsito envolvem pessoas embriagadas, portanto 67% estão
sóbrias; logo devemos dirigir bêbados que é mais seguro."
"Está
provado que fazer aniversário é saudável. Estatísticas mostram que pessoas que
fazem mais aniversários vivem mais." - S. den Hartog, Ph D. Thesis -
University of Groningen
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