O que NÃO é filosofia
filosofia não se faz para "provar" alguma teoria.
Essa nunca foi sua autêntica função.
A filosofia não consiste num “sistema de provas”, ou em algum “método para se provar alguma coisa”...
Encare a filosofia como um "controle de qualidade" do seu pensamento.
Será que nossos pensamentos podem resistir aos mais simples desafios e objeções?
Os
argumentos precisam ser testados. Há que verificar seus pontos fracos
(falácias), testá-los à exaustão para ver até onde resistem...
A filosofia nao é um bálsamo ou remédio anestésico para as dores humanas...
Inúmeras
vezes a mesma filosofia que muitos juram defender, é a mesma que trará
incômodos problemas onde antes aparentava reinar paz e tranquilidade...
aí
é um "deus nos acuda", cada um corre para um lado, buscando esconder-se
nas respostas prontas veiculadas na famosa revista quinzenal ou no
telejornal estéril e pasteurizado.
Por
vezes cremos que estamos certos, que somos dotados de brilhante
raciocínio, que nossas crenças são ótimas e nossas análises,
irrefutáveis...
aí vem a filosofia e "puxa o tapete"... a nos tirar de nossa "zona de conforto", nos empurrando do alto das nuvens insanas de nossas opiniões até darmos de cara com o chão duro da realidade dos fatos, bem calçada pela nossa suprema e quase infinita ignorância humana...
A
filosofia é “fiscalizadora”: do juízo apressado, do julgamento
dogmático, do argumento falacioso, da conclusão apressada, da fantasias
da razão...
Então, ao contrário do que muitos pensam, a filosofia veio menos para trazer respostas, do que para propor questões...
veio ela mais para colocar em xeque as respostas já prontas, do que para nos confortar diante da tragédia humana e da incógnita do mundo.
Ela desmascara as ideologias? Pode ser, mas nem sempre é assim.
Ela pode responder algumas dúvidas? Por certo que sim, mas não é a última nem a melhor das respostas...
veio ela mais para colocar em xeque as respostas já prontas, do que para nos confortar diante da tragédia humana e da incógnita do mundo.
Ela desmascara as ideologias? Pode ser, mas nem sempre é assim.
Ela pode responder algumas dúvidas? Por certo que sim, mas não é a última nem a melhor das respostas...
O fato é que a filosofia não é uma “doutrina”... a filosofia não é uma crença, que você se dá ao luxo de adotar...
Ela
é apenas a estrada por onde você deve trilhar, goste ou não, se quer
que seu pensamento seja razoavelmente entendido pelo seu interlocutor...
Sem
seguir as normas elementares do raciocínio lógico, nem o meu, nem o seu
discurso poderiam ter sido elaborados, nem tampouco compreendidos...
Ou
seja, se você não entendeu ainda, pense que mesmo você execrando a
filosofia, mesmo desdenhando dela ou criticando sua aparente
"inutilidade", isso em nada muda o fato de que você precisou dela para
elaborar seu argumento.
Do contrário, seu discurso seria imprestável para qualquer fim.
Do contrário, seu discurso seria imprestável para qualquer fim.
Essa
advertência é necessária porque é comum confundirem filosofia com algum
tipo rigoroso de doutrina, com se ela fosse alguma bula de conselhos
morais ou espiritualistas... não se confunda, pois, "doutrina filosófica" com a filosofia, ou com a mesma "atitude de filosofar"...
Filosofar não exige conversão nem aceitação de autoridades, exceto aquela advinda da própria razão impessoal...
Filosofar não exige conversão nem aceitação de autoridades, exceto aquela advinda da própria razão impessoal...
Mas, espera um pouco... existe isso que se chama "razão impessoal"?
Nenhum comentário:
Postar um comentário