"carpe diem": uma releitura
Viver como se fosse o último dia!? O que isso realmente quer dizer?
Acho que quase todo mundo já leu
alguma vez esse ditado: “viva o dia de
hoje como se fosse o seu último”. Noutra ocasião, li uma variante mais completa
que dizia: “viva hoje como se fosse seu
último dia; mas também viva hoje como se fosse o primeiro”.
‘Viver hoje como se fosse seu primeiro
dia’ significa "carpe diem". Mas, de que vale tentar aproveitar o dia ao máximo, se não sabemos "como" fazê-lo?
Veja bem: Se antes não recuperamos nossa capacidade de espanto e de admiração a tudo que nos rodeia, como vamos aproveitar realmente cada instante que se apresenta? E se for assim, de que vale viver muito, sei lá, cem ou duzentos anos?
Mas o que é essa tal de "capacidade de espanto"?
Observe... Ela certamente está presente em toda a criança que começa a descobrir o mundo... Está em cada pessoa que sabe explorar cada nova paisagem, cada novo cenário do seu mundo pela primeira vez... cada um deles é único, não é? Então por que tanto desdém no olhar?
Uma criança sadia não despreza nada, nada que se lhe apresenta: pessoas, animais, árvore, céu, água, chão, ar, objeto, cheiro, cor, gosto, textura, coisas normais e coisas estranhas... tudo tem valor, nada é descartado, tudo é extraordinário! feio ou bonito, prazeroso ou doloroso, cheiroso ou não, não importa... não há preconceito.
Se refletirmos, veremos que viver intensamente o hoje é importantíssimo para o sucesso de quaisquer relacionamentos humanos, além de ser muito bom prá melhorar nosso desempenho no trabalho, para evitar acidentes, para viver melhor, em vários aspectos...
Veja bem: Se antes não recuperamos nossa capacidade de espanto e de admiração a tudo que nos rodeia, como vamos aproveitar realmente cada instante que se apresenta? E se for assim, de que vale viver muito, sei lá, cem ou duzentos anos?
Mas o que é essa tal de "capacidade de espanto"?
Observe... Ela certamente está presente em toda a criança que começa a descobrir o mundo... Está em cada pessoa que sabe explorar cada nova paisagem, cada novo cenário do seu mundo pela primeira vez... cada um deles é único, não é? Então por que tanto desdém no olhar?
Uma criança sadia não despreza nada, nada que se lhe apresenta: pessoas, animais, árvore, céu, água, chão, ar, objeto, cheiro, cor, gosto, textura, coisas normais e coisas estranhas... tudo tem valor, nada é descartado, tudo é extraordinário! feio ou bonito, prazeroso ou doloroso, cheiroso ou não, não importa... não há preconceito.
Se refletirmos, veremos que viver intensamente o hoje é importantíssimo para o sucesso de quaisquer relacionamentos humanos, além de ser muito bom prá melhorar nosso desempenho no trabalho, para evitar acidentes, para viver melhor, em vários aspectos...
É bem verdade que tal especial "estado
de vigilância", tem seu preço. Não é nada fácil viver desperto, realmente acordado prá vida. Mas esse estado formidável tem um sentido mais profundo do que apenas o "estado de atenção" ou de "concentração"
que aprendemos na escola (base do aprendizado científico). Se
bem que, ultimamente, nem mesmo isso cultivamos mais.
Você já reparou como quase sempre é muito fácil nos dispersarmos? um bip de whatsapp, um apetitoso link no facebook... nos pescam fácil, uma isca mais bonitinha aqui, um anzol mais formoso ali... e já distraídos ficamos... e lá se foi nosso foco, nossa pesquisa, nosso propósito inicial.
Você já reparou como quase sempre é muito fácil nos dispersarmos? um bip de whatsapp, um apetitoso link no facebook... nos pescam fácil, uma isca mais bonitinha aqui, um anzol mais formoso ali... e já distraídos ficamos... e lá se foi nosso foco, nossa pesquisa, nosso propósito inicial.
É a filosofia oriental antiga que nos
adverte: “não se contente com a simples concentração... vá além dela!” concentração
é um estado de tensão mental. E como tal, gera seu respectivo estado de tensão física.
Viver em estado de alerta é diferente,
é inspirador... e transformador!
Estar vigilante é estar atento, não só ao que ocorre ao redor, mas ao mesmo tempo, é recordar-se de si mesmo, observando, testemunhando o movimento do seu pensamento, da sua emoção e sentimento que brota, cresce e se desenrola, como uma memória, um programa de computador, um software, só que psicológico. Esse estado de recordação inicia então um formidável processo de ativação (ou de despertar) da consciência, que jazia em sonho profundo.
Estar vigilante é estar atento, não só ao que ocorre ao redor, mas ao mesmo tempo, é recordar-se de si mesmo, observando, testemunhando o movimento do seu pensamento, da sua emoção e sentimento que brota, cresce e se desenrola, como uma memória, um programa de computador, um software, só que psicológico. Esse estado de recordação inicia então um formidável processo de ativação (ou de despertar) da consciência, que jazia em sonho profundo.
Se você observar bem, notará que toda fuga ou desatenção do momento presente nos leva invariavelmente a um estado de hipnose, de fascinação, de identificação. Então, recordar-se de si mesmo trata-se de um dos mais sábios, práticos e maravilhosos conselhos que alguém poderia receber!
E o que quer dizer ‘viver como se fosse o último dia’?
Se você descobrisse que hoje é seu
último dia aqui neste mundo, quantos minutos você dedicaria a cada uma das
atividades que prá você hoje tem valor?
Você perderia seu precioso tempo comprando compulsivamente (geralmente coisas que de fato não precisa)? Quem sabe, debatendo um pouco mais sobre as falácias da Esquerda e da Direita? Perderia seu tempo reclamando? ou talvez convencendo alguém sobre o quão certo você estava naquela discussão da semana passada? Quais seriam suas metas e preocupações neste dia?
Então, viver como se fosse o último dia, nos remete a um novo patamar, a um surpreendente novo ponto de observação, bem mais objetivo e privilegiado... digamos, uma nova perspectiva sobre a nossa própria vida! Uma coisa é certa: você notará enfim a gravidade e a urgência de atentar para dois aspectos:
primeiro, tratar cada instante de nosso dia como raro e valioso, consciente de que aqui estamos por um breve instante e
segundo, que tudo que nos cerca vai passar, vai mudar ou desaparecer, quase sempre antes do que gostaríamos que fosse.
Para onde irá nosso corpo, nossas
roupas? as pessoas queridas e odiadas? nossos troféus e medalhas? nossas
aquisições financeiras e culturais? nossas lindas conquistas e nossos fenomenais fracassos? Para onde?
Tempo cronológico, portanto, não é o
mais relevante. De que adianta viver cem ou duzentos anos, se os vivemos como robôs
ou sonâmbulos?
Se vivemos sonhando, alucinando, cada
hora a mais de vida significará mais estragos, mais dores, mais problemas e
complicações, para nós e para tantos outros. Então ‘viver como se fosse o
último dia’, quer dizer reavaliar urgentemente nossas motivações, nossas
prioridades e nossos hábitos. Então, que coisas inteligentes você pode fazer HOJE?
Que ações você pode realizar AGORA? O AGORA é só o que temos!
Então esqueça tanta bobagem saída da cabecinha de alguns filósofos de nossa época! Nada temos a ver com qualquer tipo de devir, de projeto inacabado, de ‘futuro’
no qual projetamos nosso ser...
Se refletirmos sobre o que realmente
temos, vamos perceber que a única coisa, o único que nos pertence, não se
refere ao corpo, não se refere ao projeto de vida, nem à cultura, nem a nossa
identidade (individual ou coletivamente construída), nada tem a ver com as
pessoas queridas que nos cercam, nem com nossas amizades falsas ou verdadeiras,
nem com valores morais que aprendemos de memória... nada disso é tão real
quanto o AGORA! Quando nos daremos conta disso?
Nunca, jamais, em nenhuma hipótese ou
circunstância, teremos mais do que ESTE MOMENTO. Nenhuma mudança, nenhuma salvação
está no futuro! Nenhuma redenção ou transformação pode acontecer a partir do
resgate de qualquer tipo de passado. Nada
além do presente é real, NADA ALÉM DO MOMENTO HÁ.
Nossas escolhas, cada uma delas, sempre
acontecem no AGORA, de momento a momento. Todas as possibilidades são criadas a
partir de nossas atitudes, ações ou omissões neste que é o único eixo de
mudança possível: o AGORA! Toda experiência humana é necessariamente uma
experiência no presente. Passado ou futuro não passam de projeções subjetivas
de memórias filtradas e distorcidas em nosso cérebro alucinado e em nossa mente
hipnotizada.
Por isso, viva hoje como se fosse seu último dia! Viva-o também como se fosse o
primeiro.
quer saber mais sobre o tema?
Consulte as obras:
"O Poder do Agora", de Eckhart Tolle
"O Poder do Agora", de Eckhart Tolle
"Gratefulness, the Heart of Prayer
and Deeper Than Words", de David Steindl-Rast
vídeo com preleção de David Steindl-Rast.
vídeo com preleção de David Steindl-Rast.
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