Atordoados diante do fracasso, esquecemos que não é o tempo de Deus
Ao longo das últimas décadas, "fomos às ruas clamando pelo fim da corrupção, pedindo eleições justas, combatendo o coronelismo, denunciando a tortura e lutando por justiça" Dia desses meditava sobre aquela placa que a imaginação de Dante Alighieri afixou no portal do inferno: “deixai toda esperança, vós que entrais”. Eis aí o suplício maior dos condenados – afinal, sem esperança, que espírito poderá resistir?Contemplando nosso país, fico a pensar em quanta coisa defendemos, cada qual em sua trincheira, ao longo das últimas décadas! Fomos às ruas clamando pelo fim da corrupção, pedindo eleições justas, combatendo o coronelismo, denunciando a tortura e lutando por justiça. Praticamente imploramos por uma melhor infraestrutura e gritamos por socorro diante de índices intoleráveis de criminalidade.
Enquanto isso, envelhecemos. Passa a apertar-nos o coração a sensação de que não veremos a sociedade menos injusta ou o Brasil grande dos nossos sonhos. O desânimo bate à porta, mascarado de cansaço. É quando começamos a nos calar, contagiando as gerações mais novas, já desiludidas e carentes de esperança diante do gargalhar dos maus.
Atordoados diante do nosso aparente fracasso em melhorar este mundo, acabamos nos esquecendo de que o nosso tempo não é o de Deus, como bem o demonstrou Gandhi, do alto de sua sofrida luta para libertar o povo indiano: “quando me desespero, lembro-me de que em toda a História a verdade e o amor sempre venceram. Houveram tiranos e assassinos, e, por um tempo, pareciam invencíveis, mas, no final, sempre caíram. Os fortes só o são por um instante, como o sonho de uma tarde que dura apenas um momento. No final, são sempre destroçados. São como poeira ao vento. Pense nisso. Sempre”.
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fonte:
http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/atordoados-diante-do-fracasso-em-mudar-o-mundo-esquecemos-que-nao-e-o-tempo-de-deus/
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