A Metodologia dos Programas de Pesquisa
A epistemologia de Imre Lakatos
(1922-1974) constitui-se em uma das mais importantes
reflexões na filosofia na ciência no século XX. Lakatos, saindo da Hungria por motivos políticos, entrou em contato com a filosofia de Popper. Mesmo reconhecendo que "as
idéias de Popper constituem o desenvolvimento filosófico mais importante do
século XX", Lakatos concorda com as críticas de
Kuhn e de Feyerabend.
Lakatos pretende, a partir daí, que a sua "metodologia dos programas de pesquisa científica" seja uma explicação lógica para o “fazer científico”, interpretando assim "as revoluções científicas como casos de progresso racional e não de conversões religiosas" como dão a entender os relativistas epistemológicos.
Lakatos pretende, a partir daí, que a sua "metodologia dos programas de pesquisa científica" seja uma explicação lógica para o “fazer científico”, interpretando assim "as revoluções científicas como casos de progresso racional e não de conversões religiosas" como dão a entender os relativistas epistemológicos.
Desta forma, podemos afirmar que Lakatos está ao lado de
Popper na luta contra as concepções que querem que a mudança científica
"não esteja e não possa estar governada por regras racionais, caindo
inteiramente no terreno da psicologia (social) da pesquisa". Assim, o
crescimento do conhecimento se dá “essencialmente no mundo das idéias (no
‘Mundo 3’
de Platão e Popper), no mundo do conhecimento articulado que é independente dos
sujeitos que conhecem”.
Parafraseando Kant, Lakatos diz que "a filosofia da
ciência sem a história da ciência é vazia; a história da ciência sem a
filosofia da ciência é cega". Deste modo, estabelece que a
história da ciência pode ser utilizada para avaliar propostas metodológicas
rivais; ademais, a filosofia
da ciência ofereceria ao historiador epistemologias,
metodologias que lhe permitiriam reconstruir
racionalmente a “história interna”, complementando-a mediante uma “história
externa” (sociopsicológica).
A avaliação objetiva do crescimento do
conhecimento científico deve ser realizada baseando-se na
constatação de mudanças, progressivas ou regressivas, para séries de
teorias científicas dentro de um "programa de pesquisa".
A
própria ciência, como um todo, pode ser considerada um imenso programa de
pesquisa com a regra heurística fundamental de K. Popper: “arquitetar
conjecturas que tenham maior conteúdo empírico do
que as suas predecessoras.”
Assim, a história da ciência deve ser vista como a história dos programas de pesquisa e
não simplesmente com uma análise das teorias consideradas isoladamente.
Silvio Motta Maximino
Fontes pesquisadas na elaboração deste
texto:
Artigo de Fernando
Lang da Silveira, intitulado “A FILOSOFIA DA CIÊNCIA DE IMRE LAKATOS: A
METODOLOGIA DOS PROGRAMAS DE PESQUISA, disponível em:
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