As
circunstâncias e fatos do nosso dia a dia dificilmente acontecem da
maneira como gostaríamos, de acordo com nossas expectativas ou
fantasias.
Assim, em nossa chateação cotidiana, providencialmente acabamos sendo empurrados para uma 'reflexão', um 'olhar-se, refletido no espelho' da própria consciência...
Nessa posição de observador de nossas vidas, como criaturas inteligentes que somos, tenderemos a algumas inferências e conclusões.
Algo que concluímos com relativa facilidade é que na vida, não obstante a filosofia ou a religião que professemos, ou independente do ascetismo que abracemos, tudo continua a ocorrer: dias agradáveis e desagradáveis, problemas e dificuldades, enfim, os altos e baixos.
O que podemos mudar?
sim, podemos melhorar nossa qualidade (e até mesmo velocidade) de resposta a esse cotidiano repleto de vivências, ora agradáveis, ora desagradáveis. Essa qualidade tem a ver com nossa capacidade de não 'ser pego', de conseguir 'apreciar o que está acontecendo quando é “bom”, de ter tranquilidade quando é “ruim”, e de observar tudo isso' (mestra Zen Joko Beck*).
Assim, em nossa chateação cotidiana, providencialmente acabamos sendo empurrados para uma 'reflexão', um 'olhar-se, refletido no espelho' da própria consciência...
Nessa posição de observador de nossas vidas, como criaturas inteligentes que somos, tenderemos a algumas inferências e conclusões.
Algo que concluímos com relativa facilidade é que na vida, não obstante a filosofia ou a religião que professemos, ou independente do ascetismo que abracemos, tudo continua a ocorrer: dias agradáveis e desagradáveis, problemas e dificuldades, enfim, os altos e baixos.
O que podemos mudar?
sim, podemos melhorar nossa qualidade (e até mesmo velocidade) de resposta a esse cotidiano repleto de vivências, ora agradáveis, ora desagradáveis. Essa qualidade tem a ver com nossa capacidade de não 'ser pego', de conseguir 'apreciar o que está acontecendo quando é “bom”, de ter tranquilidade quando é “ruim”, e de observar tudo isso' (mestra Zen Joko Beck*).
Sem dúvida, isso é resultado de um trabalho contínuo, de um esforço consciente, marca de um amadurecimento que não se pode forçar, nem exigir desta ou daquela pessoa; cada qual tem seu ritmo, liberdade para fazer seu próprio caminho.
Retomando: viver sabiamente consiste então na capacidade de, cada vez mais, 'perceber o que está acontecendo e não se deixar ser fisgado por isso (cit. idem). Agir assim boa parte do tempo não é uma conquista fácil, nem tampouco é o estágio final. Mas, quando não há nenhum objeto, nenhuma pessoa, nenhum evento, nenhuma coisa no mundo a que se esteja 'preso', então pode-se dizer que há uma qualidade ali, que este sujeito se diferencia da massa humanóide acéfala e manipulável. E você, estando próximo a esse sujeito, sentirá a diferença que há em alguém que não é fisgado pela vida.
Você conhece alguém que não deseja ardentemente algo ou alguém? Se você conhece, então notará que tal pessoa está em paz e que é livre. Estas pessoas são uma influência benéfica sobre todos que a cercam. Elas não precisam fazer nada. O bem que proporcionam, simplesmente advém da maneira como elas são.
A vida nos oferece múltiplas oportunidades e possibilidades... a vida é o cenário em que vamos 'atuar', encenar 'papéis', reproduzir 'scripts'. Não deveríamos nos encantar tanto com a peça, a ponto de nos esquecermos de nós mesmos, da própria vida que é mais... Podemos aproveitar essa oportunidade, nesta vida, para fazer melhor, para fazer diferente, para fazer diferença, para nos lembrar que o cenário está aí, que haverá ótimos e péssimos atores, mas que ao fim da peça encenada, restará a vida, que não se resume ao conjunto de problemas, dificuldades, alegrias, pesares, lutas, vitórias e fracassos. A vida é .
* (proferida durante palestra. Tradução de Isshin-sensei e Muriel Paraboni).
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