terça-feira, 25 de agosto de 2020

Segunda sem carne?! Por que??

Segunda sem carne – Por que?


O objetivo da campanha é incentivar a redução do consumo de carne e, consequentemente, o aumento do consumo de leguminosas, frutas, cereais e verduras, como recomendado pelo Guia Alimentar para a População Brasileira do Ministério da Saúde.

Também há a preocupação com os animais. A competição acirrada do agronegócio tem levado os produtores a tratar os animais como objetos e mercadorias, muitas vezes sendo criados e abatidos em condições muito precárias.
 
Outros dois pilares da Segunda Sem Carne são a preservação do planeta Terra e a saúde da população humana.

Segundo os dados do site oficial da campanha no Brasil, o consumo médio de carne atualmente tem uma pegada hídrica de 3800 litros de água por pessoa por dia.

Cada quilo de carne bovina demanda 5 quilos de alimentos de origem vegetal, que poderiam alimentar muitas pessoas, e produz 335 quilos de gás carbônico (CO2), que são liberados na atmosfera, o que equivale a dirigir um carro por 1600 quilômetros

Além disso, não comer carne uma vez por semana fará muito bem para a sua saúde. Segundo um estudo do Departamento de Saúde Pública da Universidade de Oxford, se todos na Inglaterra deixassem de comer carne quatro dias por semana, seriam evitadas 31 mil mortes por doenças cardíacas e nove mil mortes por AVC (acidente vascular cerebral) todo ano. Mas atenção: não adianta muito trocar a carne por derivados animais como queijos e manteigas. Para ter uma alimentação saudável aumente o consumo de vegetais!

Meio Ambiente

A criação de animais para consumo é ambientalmente desastrosa. Uma das formas mais eficazes de mudar os nossos hábitos em favor de um meio ambiente mais saudável e equilibrado é, sem dúvida, adotar uma alimentação vegetariana.

Veja, de maneira bastante simples e resumida, o impacto ambiental positivo de tirar a carne do prato mesmo durante apenas 1 dia.




Água


Nossos esforços cotidianos para reduzir o uso de água em casa e no trabalho são importantes, mas tornam-se quase insignificantes comparados à eliminação da carne do cardápio, uma vez que são utilizados entre 10 e 20 mil litros de água para produzir apenas 1 Kg de carne bovina.

Outros tipos de carne e produtos animais também requerem um aporte de água muito superior ao de alimentos vegetarianos.

Devido ao uso intensivo de água na cadeia de produção de carnes, um típico e bem-nutrido consumidor de carne demanda indiretamente mais de 3.800 litros de água a cada dia, ou seja, inacreditáveis 1.387.000 litros por ano! (U.S. Department of State, 2011).


As granjas industriais também geram grande poluição de água, visto que ocorre o despejo dos dejetos de bilhões de animais em corpos d’água (Pew Commission, 2008). 


Há milhares de granjas industriais no Brasil e, segundo dados do governo dos EUA, “uma granja com uma grande população de animais é o mesmo que uma pequena cidade em termos de produção de dejetos” (EPA, 2004).


Estas granjas tipicamente borrifam dejetos minimamente tratados ou não-tratados nos campos, eventualmente contaminando a água, o solo e o ar (Pew Commission, 2008). 

Dejetos de granjas industriais, em geral, contêm, entre outros contaminantes, resíduos de antibióticos que estão contidos na alimentação de engorda dos animais.


Estes resíduos, assim, terminam excretados no meio ambiente e já foram recorrentemente encontrados como contaminantes de água subterrânea, superficial e encanada (FAO/ONU, 2006).

Segundo a ONU, o setor da pecuária é inegavelmente a maior fonte setorial de poluição de água, contribuindo para eutrofização de ecossistemas aquáticos, “zonas mortas” em áreas costeiras, degradação de recifes de corais, problemas de saúde humana e de emergência de resistência a antibióticos, entre outros impactos (FAO/ONU, 2006).



Mudanças Climáticas


Produzir 1 quilograma de carne bovina no Brasil envolve, sobretudo, a emissão de 335 Kg de CO2, equivalentes às emissões geradas ao dirigir-se um carro médio por 1.600 Km (Schmidinger K, Stehfest E, 2012). 


Considerando todas as emissões da cadeia, desde os cultivos que viram ração animal até o transporte e varejo da carne processada, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estima que o setor pecuário é responsável por 14,5% das emissões de gases do efeito estufa globais oriundas de atividades humanas (FAO/ONU, 2013).

Por estas razões, a saber, são muito expressivos os impactos positivos da alimentação vegetariana – também em termos da contribuição para mudanças climáticas. 


Um estudo indicou que o impacto positivo de tirar a carne do prato apenas um dia por semana é maior do que o impacto de que comprar 100% da sua comida com fornecedores locais, de tal sorte que é um caso a se pensar. (Weber CL, Matthews HS. 2008).

 

Desmatamento


A pecuária é responsável pela maior parte do desmatamento na Amazônia Legal (Governo Federal, 2009). Desde os anos 1970, em particular, o Brasil tem sofrido extensivo desmatamento em sua região amazônica para a pecuária (Barona E, Ramankutty N, Hyman G, Coomes OT, 2010). 80% de todo o crescimento do rebanho bovino brasileiro ocorrido entre 1990 e 2002 deu-se na Amazônia (Kaimowitz D, Mertens B, Wunder S, Pacheco P, 2004).

Para se ter uma ideia, para cada 1 quilograma de carne bovina que é produzido, são requeridos de 5 a 10 quilogramas de alimentos vegetais – uma taxa de conversão alimentar muito desfavorável, representando um desperdício de área plantada e de alimentos vegetais que poderiam ser melhor utilizados (FAO/ONU, 2012). 


Por consumir mais insumos vegetais (em geral, produzidos em monoculturas de larga escala), a alimentação à base de carne implica em consumo maior de fertilizantes, terra, agrotóxicos, água e recursos em geral. 


Por todas estas razões, a adoção do vegetarianismo tem o potencial de reduzir em até 35% a Pegada Ecológica relacionada a alimentos de um cidadão residente na cidade de São Paulo (WWF, 2012). Os alimentos vegetais contêm todos os aminoácidos essenciais.


Segunda sem carne – Por que aderir?


A ética é o principal pilar que sustenta o vegetarianismo. Os animais que consumimos, como vacas, porcos, galinhas e peixes, são seres sencientes (capazes de sofrer e experimentar contentamento) e que, portanto, merecem respeito e consideração moral.

Além disso, esses animais são capazes de tomar conta de si mesmos, de escolherem o que querem para si.

Nessa perspectiva, tais animais possuem valor intrínseco, ou seja, devem ser considerados como fins em si mesmos – e não como mero objetos para satisfazer os interesses humanos.

Apesar da imagem geralmente divulgada ao público de “fazendas felizes”, não é isso o que realmente ocorre na esmagadora maioria dos casos. 



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