É fato: Tudo que conhecemos neste mundo vai se dissolver, vai desaparecer até não deixar qualquer rastro. A transitoriedade de tudo que conhecemos é irrefutável... ninguém pode contestá-la...
O problema é que resistimos à ideia da impermanência, da transitoriedade, da morte, e, consequentemente, da dinâmica da própria vida. Como não queremos aceitar a transitoriedade de tudo que existe, consequentemente não aceitamos bem a ideia da morte. Como não compreendemos o sentido da vida, tampouco compreendemos a razão da transformação, das mudanças e da morte...
Importantíssimo refletir sobre a morte. Quando a compreendermos, passaremos a ter acesso a uma compreensão de uma dimensão mais profunda de nossas próprias existências neste "mundo que passa". Compreender o sentido da vida e da morte passa pelo entendimento do motivo pelo qual estamos aqui. Mas, primeiro de tudo, temos de compreender "quem somos nós". Se não sabemos quem ou o quê somos, de nada adiantaria tentar entender qualquer outra coisa.
Abaixo segue o vídeo com citações de Alan Watts, mais uma excelente produção do canal Corvo Seco:
Citações e trechos do livro “The Essence of Alan Watts”. Alan Wilson Watts (1915 - 1973) foi um filósofo britânico, escritor, palestrante e um dos pioneiros na divulgação da sabedoria oriental ao ocidente.
Baseando-se em uma grande variedade de tradições (como a filosofia chinesa, o hinduísmo, o budismo, o taoísmo e a ciência moderna) Watts sintetiza os principais ensinamentos que permitem o indivíduo a encontrar-se com sua profunda natureza.
Com grande lucidez de pensamento e simplicidade na linguagem, Watts apresenta respostas ao mal-entendido fundamental, o mistério central da existência, a realidade sobre quem somos nós.
Como um grande intérprete das disciplinas orientais, Watts difundiu que nossa concepção sobre nós mesmos é um mito; sendo as entidades que chamamos de “coisas separadas” meramente aspectos ou características de uma mesma unidade.
“A religião quer garantir o futuro depois da morte, e a ciência quer garantir o futuro
até a morte e adiar a morte. Mas 'amanhã' e 'planos para amanhã' não têm sentido nenhum a não ser que se
esteja em pleno contato com a realidade do presente, já que é no presente e só no presente que se vive.
Não existe realidade a não ser a realidade presente, de forma que, mesmo que vivêssemos por eras infinitas, viver para o futuro seria estar enganado eternamente”.
- Alan Watts
“Acordar para quem você é requer desapego de quem você imagina ser”. Alan Watts.
“Então... Não existe absolutamente nada de errado em estar doente ou morrendo. Quem disse que você precisa sobreviver? Quem te deu a ideia de que é necessário continuar sempre em frente? Nós não podemos dizer que é uma boa ideia que tudo sobreviva... porque se permitíssemos que todos vivessem para sempre, nós enfrentaríamos uma superpopulação.
Então de alguma forma, morrer é um ato honrável, pois dá lugar a outros. Nós podemos observar mais detalhes sobre isso e perceber que se pudéssemos adiar nossa morte indefinidamente... Nós não continuaríamos a adiá-la para sempre. Porque depois de um certo ponto nós perceberíamos, que esta não é a forma na qual gostaríamos de sobreviver...
Por qual outro motivo teríamos filhos? Porque as crianças nos permitem sobreviver de uma outra forma. Como se estivéssemos passando a tocha, para que você não tenha que carregá-la o tempo todo. Chega um momento em que você pode se entregar. E dizer: Agora é a sua vez! É um arranjo muito mais interessante para a Natureza... Continuar o processo da Vida, através de indivíduos diferentes, ao invés de ser sempre o mesmo indivíduo. Porque com cada novo indivíduo que ganha Vida, a Vida é renovada.
E então, relembra o quão fascinante são as coisas do dia-a-dia para uma criança. Porque elas não enxergam tudo sob a ótica da sobrevivência e do lucro. Quando começamos a pensar em tudo sob a ótica da sobrevivência e do lucro, como fazemos, as formas dos arranhões no chão deixam de conter magia. A maioria das coisas, na verdade, perdem a magia.
Então, no curso da Natureza, quando deixamos de ver a magia no mundo, nós não estamos mais fazendo nossa parte no jogo da Natureza de reconhecer a si mesma. Não há mais sentido... e então morremos. E então algo diferente nasce, com uma perspectiva completamente diferente.
Não é natural para nós, querer prolongar a vida indefinidamente, mas vivemos em uma cultura, onde nos foi dito de todas as formas possíveis que morrer é algo terrível, e isso é uma grande doença da qual sofre nossa cultura”. Alan Watts.
“Como seria ir dormir e nunca acordar? A maioria das pessoas razoáveis simplesmente dispensa esse pensamento. Elas dizem, “Você não pode imaginar isso”, dão de ombros e dizem “Vai ser o que vai ser”. Mas eu sou uma dessas pessoas teimosas que não se contentam com uma resposta dessas. Não que eu esteja tentando descobrir algo além, mas eu sou totalmente fascinado pelo que seria ir dormir e nunca mais acordar.
No mundo oriental, existem diferentes ideias sobre isso. A principal ideia oriental é geralmente conhecida como reencarnação, atravessar uma vida após uma vida em uma série interminável.
A coisa mais fascinante sobre isso, é que a morte não é o fim da consciência. Em outras palavras, estamos iludidos por uma espécie de fantasia. Se você acha que a morte é como a escuridão sem fim, o nada sem fim, isso é o nada inconcebível, porque não somos capazes de ter alguma ideia e muito menos a sensação do nada, a menos que isso possa ser comparado a sensação de alguma coisa. Essas duas coisas andam juntas. O que quer dizer, que o vazio criado pelo desaparecimento de um ser, pelo desaparecimento de seu sistema de memória, seria simplesmente preenchido por outro ser”. Alan Watts.
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