Refletindo sobre esse instante...
É o instante que passa? ou é você que passa pelo instante?
Certa vez li o ditado seguinte: “viva o dia de hoje como se fosse o último”. Noutra ocasião, li outro parecido mais completo dizendo: “viva hoje como se fosse seu último dia, mas também como se fosse o primeiro”.
‘Viver hoje como se fosse meu primeiro dia’, pode significar ‘não perder minha capacidade de espanto, de admiração, de atenção e vivacidade, diante de cada vivência a cada instante!!, isto é, não desprezar nada, não divagar em situações fantasiosas. Isto é: tudo que se apresenta tem valor: pessoas, animais, árvores, céu, chão, cheiros, cores, gostos, água, objetos, corpos... tudo que se nos apresenta é digno da nossa atenção. Então, dê menos valor ao que você imagina, supõe e imagina com sua mente fantasiosa e dê mais valor ao que acontece AGORA!
PESSOAS ESTÃO ACONTECENDO DIANTE de VOCÊ! Situações estão acontecendo a sua volta! A VIDA ESTÁ ACONTECENDO! É um filme maravilhoso para desfrutar! Mas ONDE VOCÊ ESTÁ? (vale dizer, em qual sonho, expectativa ou fantasia você está divagando, enquanto a vida acontece?)
Esse especial estado de atenção, de alerta, mas recordando-se ao mesmo tempo de si mesmo, tem o poder de desencadear um formidável processo de ativação (também se diz: "despertar") da sua consciência!
Veja bem: toda fuga ou desatenção do momento presente nos leva invariavelmente a um estado de hipnose da consciência... mergulhamos no passado (já morto e petrificado) ou 'viajamos' ao futuro (fantasma inexistente da imaginação).
Agora, vamos à segunda parte do ditado: o que quer dizer ‘viver como se fosse o último dia’?
Pense bem: quando uma pessoa sabe que é seu ‘último dia neste mundo’, quantos minutos será que ela jogaria fora em atividades fúteis, vãs ou vazias de significado?
Essa última, em conjunção com a primeira parte do ditado, ressalta a gravidade e a urgência de se atentar para dois aspectos: primeiro, tratar cada instante de nosso dia como raro e valioso, conscientes de que aqui estamos apenas e tão somente por um breve instante.
Em segundo lugar, para lembrar que tudo que nos cerca vai passar, vai mudar
ou desaparecer... muito rapidamente. É fato que a impermanência de tudo é a regra geral. Tudo se transforma noutra coisa distinta... e isso vai sim
acontecer sempre, queiramos ou não, e quase sempre antes do que gostaríamos... Isso
se aplica ao corpo, à saúde, à doença; também se
aplica a pessoas, queridas ou não, a situações, agradáveis ou desagradáveis, aos nossos problemas, angústias, ansiedades e preocupações, às nossas
conquistas, aquisições ou posses... em cerca de pouco tempo, tudo já se foi... em cem anos ou menos, nossas obras
serão pó e provavelmente nem nosso nome será sequer lembrado.
Nosso tempo cronológico, na verdade, é o que menos importa, não é o mais relevante. De que adiantaria ter muito tempo, se vivemos como autômatos, robôs, adormecidos ou sonâmbulos?
Então ‘viver como se fosse o último dia’, quer dizer antes de qualquer outra coisa, reavaliar urgentemente nossos valores e motivações, nossas prioridades, nossos hábitos e todas as rotinas que consomem nossos minutos e nossas horas, e nossos dias e, por fim, nossos anos.
Afinal, se você só tem só 24 horas, o que realmente vale a pena ser feito, pensado ou vivido?
Basta refletirmos sobre o momento exato em que nos encontramos agora... e logo nos damos conta que nunca temos muito mais do que ESTE MOMENTO... Seja porque não sabemos se ainda estaremos vivos daqui a alguns minutos, seja porque AGORA, este instante, é o único onde sempre realmente estamos e onde efetivamente se pode fazer alguma coisa... (já que o futuro que se imagina é só fantasia e divagação, e o passado não pode ser modificado).
De nada adianta esperar e sonhar outro mundo ou situação melhor, se não despertamos e vivemos primeiro AQUI e AGORA?
Então, consideremos a sabedoria profunda deste conselho que talvez seja um dos mais sábios conselhos que alguém poderia receber nessa vida!
Silvio M. Max
(inspirado na Obra "O Poder do Agora" -Echkart Tolle- e muitas outras...)
Muito interessante sua reflexão Sílvio baseado nessa leitura, dentre outras como você citou; eu li o Livro: "O Poder do Agora" de Echkart Tolle-, e realmente essa prática é fundamental, viver de forma intensa e 'desperta' cada momento, extrair de cada sensação, experiência e momento de convivência de uma forma inteira, nossa vida passa ser uma experiência muito renovadora e verdadeira.
ResponderExcluirPerfeito grande amigo!!!!
ResponderExcluirMuito bom beber da sua fonte de sabedoria!
Sugiro o livro de Pierre Hadot " Não se esqueça de viver. Goethe e a tradição dos exercícios espirituais " Esse assunto é abordado de maneira linda!
Um abração!!!
Adorei o texto, Silvio. Me fez lembrar dos livros da Ana Cláudia Quintana Arantes sobre a morte e o envelhecimento. Também me fez lembrar do crescimento de práticas de mindfulness na psicologia. Na média, a maioria de nós tem uns 80 anos e quanta coisa da pra fazer em todo esse tempo!! Mas só se estivermos presentes nele. Abraço!
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