quinta-feira, 11 de agosto de 2011

micro-ensaio sobre a existência

Que é a morte?
 

pensar sobre a morte é praticamente um paradoxo... 

porque a morte nos faz recordar a vida:
"morte" não é o antônimo de vida, não é o seu oposto como comumente se acredita. A morte é exatamente o que faz a vida ser o que é: um contínuo processo de transformação...

transformação do corpo, transformação da alma, transformação do espírito, dos átomos, da energia e da matéria, seja lá o que essas palavras queiram dizer...

 pensar a morte nos faz refletir sobre o sentido da vida.



E a vida é algo que não se deve medir quantitativamente:  "vivi 20 anos.... vivi 50 anos... vivi 90 anos... o que esses números querem dizer? muito pouco.
A questão numérica não é o que realmente importa no final das contas. Longevidade é algo bastante relativo, já que não indica "qualidade", nem mede sucesso, nem sinaliza sabedoria, nem é sinônimo de auto-realização, felicidade...
Um grande erro: pensar que a "vida se acaba". Eis  uma afronta ao bom senso, um contrassenso.
A vida não é algo assim que se possa definir "cientificamente", tampouco algo a que se possa pôr um limite físico...
A vida possui processos em que "renova", depura ou sintetiza variados tipos de energia condensada, como é o caso do nosso corpo físico. Ele (corpo) é, como se diz, uma roupa ou um veículo: pode envelhecer, quebrar, desbotar-se ou danificar-se, se tornar inútil para certos fins... transforma-se, portanto.
Mas tal processo está distante de se confundir com o que chamam "fim da vida".
A vida vai além da dimensão estritamente corpórea, tem outras dimensões que pouco conhecemos.
Por alguns instantes o corpo está aí... para logo em seguida transformar-se em outra coisa
Viver trinta ou cem anos?! que diferença faz se o sujeito só "vegetou" quase todo esse tempo?
A vida é um processo contínuo que não cessa com a solução do corpo.
Pôr um limite assim à vida é miopia racional.
Muitos grandes homens viveram somente 33 ou 39 anos, mas fizeram valer por séculos... em produtividade, criatividade, genialidade.
Outros viveram 80 ou 90 anos...  90 longos anos de uma vida medíocre para si mesmos e para os outros, insignificante para o restante da humanidade... morreram como nasceram... sem sequer saberem o porquê de estarem aqui...
contagem numérica cronológica, portanto, é o que menos conta numa hora dessas...
Não querer "morrer" é sinal apenas de uma coisa: apego.
Não querer "morrer" é não querer mudar, é não querer viver...
Abominar a morte é não querer transformar-se...
Quantos mundos há? quantos universos? quantas dimensões? Quantas outras realidades?
Quanto além da vidinha medíocre à qual tantos se apegam?
grande ilusão, grande engano aferrar-se a tudo que é tão passageiro e mutável...
Pouco ou nada sabemos, é verdade. Por isso, bobagem afirmar ou negar quaisquer tipos de limites para a vida, para o espírito, ou para a matéria.
Espernear contra uma suposta insensatez da vida, isso sim me parece tolice inútil...
Protestar contra o aparente "sem sentido" da vida ou da morte é gritar para o vazio, para nada aproveita.
Só o materialista pode se dar ao luxo de lamentar-se... só a ele é dado o direito de indignar-se diante da "irracionalidade absurda" da morte, da "falta de sentido e finalidade da vida"...
a morte não se resume em mera falência das funções fisiológicas de um corpo físico...
A vida se resume em uma tragicômica peça encenada no teatro do absurdo?
Para muitos, parece que sim. Mas para tantos outros, definitivamente não!

Silvio MMax.

4 comentários:

  1. Silvio, belo texto , sem dúvida é um tema que nos leva a pensar na forma de vida que levamos, se esta ficar apenasmente encarcerada no limite físico material com certeza teria pouco ou nenhum sentido .

    ResponderExcluir
  2. Dankon, karulo pro la pripensiga artikolo. Fakte, esperantigenda.

    ResponderExcluir