História e Cultura
Afro-Brasileira: alguns subsídios
History and Culture
Afro-Brazilian: some subsidies
Fábio Ricardo Mizuno Lemos
UFSCar - São Carlos
Resumo
O objetivo do presente texto é o de apresentar algumas reflexões acerca
da temática História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, advindas com
minha participação no curso “Educação Africanidades Brasil”,
promovido pelo Centro de Educação à Distância (CEAD) da Universidade
de Brasília (UnB).
Unitermos: História
Afro-Brasileira e Africana. Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Abstract
The objective of the present text is presenting some reflections concerning the
thematic History and Culture Afro-Brazilian and African, build with my
participation in the course “Educação Africanidades Brasil”, promoted by Centro
de Educação à Distância (CEAD) of the Universidade de Brasília (UnB).
Keywords: Afro-Brazilian and African History. Afro-Brazilian and African
Culture.
A Lei n° 10.639/03 altera a Lei n°
9.394 de 20 de novembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da
Educação Nacional e obriga a incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a
temática “História e Cultura Afro-Brasileira” (BRASIL, 2003). Em
complementação, há ainda, a Resolução nº 1/2004 do Conselho Nacional de
Educação (CNE) que aprova o parecer CNE/CP 3/2004 o qual “Institui Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana” (BRASIL, 2004).
A partir da obrigatoriedade
do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, alguns cursos foram
disponibilizados aos professores da rede de ensino. Assim, tendo participado do
curso “Educação Africanidades Brasil”, promovido pelo Centro de Educação à
Distância (CEAD) da Universidade de Brasília (UnB), apresento, na seqüência,
algumas reflexões advindas deste, as quais espero que contribuam para o
desenvolvimento da temática nas escolas.
Os argumentos ideológicos que
sustentaram(am) o discurso da inferioridade da raça negra, negaram(am) as
particularidades do escravismo dos negros africanos inseridos no capitalismo
mercantil e ignoraram(am) a contribuição dos povos africanos na criação e
sustentação de civilizações, advieram da necessidade dos povos europeus
justificarem sua hipotética superioridade. Assim, a idéia da superioridade da
raça branca, supostamente comprovada pela ciência, passou a justificar
procedimentos de dominação de outros povos, como a escravidão, a conquista, o colonialismo
e o imperialismo. A idéia das chamadas raças humanas surgiu quando cientistas
europeus quiseram categorizar as diferenças entre os seres humanos oriundos de
regiões afastadas da Europa. Aparências distintas foram associadas a supostas
diferenças biológicas, constituindo o conceito geográfico de “raça”.
Imaginou-se uma hierarquia de capacidade intelectual e civilizatória em que as
raças não européias seriam classificadas como inferiores (NASCIMENTO, 2006).
A homogeneização do currículo sob uma
visão eurocêntrica levará a valorização da raça branca, deixando para um
segundo plano a participação dos demais povos, principalmente dos povos
africanos, assim a escola contribui para inferiorizar esse grupo étnico não
mostrando sua atuação e importante participação na construção da história da
sociedade. O momento do planejamento escolar necessita trazer à tona uma
discussão de extrema importância: a educação e a diversidade étnico-racial. O
Brasil, por ser um país multirracial, com uma grande diversidade de culturas,
deve atentar para um esforço coletivo em torno de uma coesão social e no
reconhecimento de todas as culturas. Trabalhar a interculturalidade e mostrar
como a diversidade cultural tem contribuído para a formação de nossa sociedade
é um importante passo para demonstrar que a integração, assim como o respeito
entre as culturas são fatores essenciais e agregadores para uma sociedade mais
justa (LOPES, 2006a).
Situar a África como um continente
dividido em países com línguas e culturas diversas, assim como são a Europa, a
América e a Ásia, é um dos primeiros passos para desmontar a visão de que todos
os negros são iguais e, portanto, não se precisa ser específico em relação aos
africanos, como é em relação aos outros grupos étnicos. Observar e analisar os
mapas do continente africano é um recurso que pode ser desdobrado em diferentes
atividades e projetos em relação às diversas idades e níveis de ensino, pois
assim despertará a curiosidade e o questionamento que os levará a levantar
argumentações sobre a distribuição do território, levantar hipóteses sobre as
mudanças ocorridas e assim fazer uma releitura da questão racial. Uma outra
maneira de instituir a história africana e o seu papel na história é resgatar a
participação deste povo dentro dos ciclos econômicos vivenciados, pois
analisaremos que foi a mão de obra negra que impulsionou a produção de riqueza
para os povos “dominantes”. Um exemplo é analisar a história do Brasil e
re-visitar as relações sociais que se construíram em torno do ciclo do açúcar,
da mineração, do ouro, da borracha, do café, sob a perspectiva da presença do
negro. Para resgatar e recuperar a presença das personalidades negras em nossa
sociedade é importante que se tenha modelos positivos de identificação, ou
seja, mostrar para todos a participação da população negra na construção da
história, a presença negra nas artes, na música, na religião, na moda e na
dança (ANJOS, 2006).
A reconstrução de uma outra visão
(outro olhar) sobre as religiões, com o intuito de respeitar e valorizar as
diferentes formas de culto religioso segundo as distintas civilizações
(ecumenismo), bem como a não “demonização” das religiões diferentes da
hegemônica é possível (BOTELHO, 2006), desde que se consiga lutar contra a introjeção
da cultura/valores dominantes, desde que as minorias/oprimidos consigam vencer
a aderência ao opressor. Nesse sentido, o papel do professor e da professora é
de, no mínimo, conscientização da situação da opressão junto com os educandos.
Apesar de não indicar, já, a libertação, é o início para a mesma. É a denúncia,
que necessita também do anúncio, mas, novamente, é o princípio (FREIRE, 2006).
Entendendo a educação como
possibilidade de transformação e transformação e os livros didáticos enquanto
um dos instrumentos para isso, a constatação de que apesar do Brasil ter uma
população negra de mais de 90 milhões de pessoas, o que lhe qualifica como o
segundo maior país de população negra do mundo, esta população é quase que
invisível; encontra-se sub-representada no parlamento, nos fóruns de poder
institucional e nas universidades etc; mesmo na televisão e propagandas, homens
e mulheres negras são invisíveis; nos indicadores sócio-econômicos, a população
negra aparece – sempre – em nítida e reproduzida desigualdade em relação ao restante
da população, o que revela um tratamento da população negra, no mínimo,
equivocado. Ao longo do século XX a história da escravidão foi escrita com
“usos e abusos”, invenções, cristalizações de idéias deturpadas. Esqueceu-se de
compreender, afinal, quem eram? Quais eram suas identidades, redefinições,
invenções, personagens e cenários? No Brasil, escravidão e pós-emancipação
foram fundidos num só campo de estudo, ficando a pós-emancipação com o papel
secundário passível de silêncios e esquecimentos (GOMES, 2006a).
O “desenraizamento”, com o sentido de
perda das raízes históricas, da identidade cultural própria, influenciado,
condicionado pelo currículo e postura “eurocêntricos” parece ser o grande
responsável pelo descompasso entre a visão histórica presente nos livros
didáticos de que os quilombos foram extintos e a realidade da existência de
mais de 2000 comunidades quilombolas atualmente. O “pedantismo eurocêntrico”
não reconheceria enquanto ainda existente um movimento no qual se pautou pela
luta contra a opressão senhorial, a partir de insurreições, revoltas,
escapadas, suicídios, assassinatos, além de outras formas de resistência. Da
mesma forma, não reconheceria algo que pudesse resgatar a memória, reflexão
sobre a história, legado e cultura das comunidades em termos de afirmação
étnica e construção de um território respectivo, enfim, algo que fosse ao
encontro do reconhecimento da cidadania – por meio do passado histórico e as
expectativas atuais – das comunidades negras rurais (quilombolas) (GOMES,
2006b).
O português brasileiro tem uma
pronúncia diferente da de Portugal devido à influência das línguas africanas,
principalmente do grupo banto, quicongo, quimbundo e umbundo. Palavras de
origem africana entraram na língua portuguesa e são usadas cotidianamente em
grande número. Também, a linguagem popular do Brasil conserva traços marcantes
da influência das línguas africanas que foram faladas no Brasil. Dentre estas
influências, o que mais nos sensibiliza são: - a continuidade da pronúncia
vocalizada do português antigo na modalidade brasileira, afastando-a, portanto,
do português moderno de Portugal, de pronúncia muito consonantal, e por ser a
vogal a parte sonora da palavra, esse fato tornou a língua portuguesa no Brasil
mais melodiosa; - as línguas africanas desconhecem a marca de gênero como temos
em português padrão, a/o definindo masculino/feminino (menina x menino, por
exemplo), o que pode contribuir para explicar melhor a instabilidade de gênero
dos nomes que por vezes é observada no cancioneiro português antigo (minha
senhor), na linguagem popular e na fala do “preto-velho” (PESSOA, 2006). Este
aspecto que pode ser considerado como igualdade entre gêneros, infelizmente é
considerado um problema gramatical, ou como considerou Freire (1994), um problema
ideológico: “Como explicar, a não ser ideologicamente, a regra segundo a qual
se há duzentas mulheres numa sala e só um homem devo dizer: ‘Eles todos são
trabalhadores e dedicados?’. Isto não é, na verdade, um problema gramatical mas
ideológico.” (p. 67).
Na cultura visual brasileira, o corpo
negro aparece como a antítese do que se imagina como normal. É um corpo cuja
representação está associada ao que há de mais caricato, como se ele existisse
justamente para demonstrar o contrário do humano. O corpo negro amedronta,
porque a ele foi atribuída uma noção de força que se sobrepõe ao intelecto.
Esse mesmo corpo provoca risos, porque sua leitura está vinculada a comparações
que o animalizam. Esses são apenas alguns dos motivos que fizeram e fazem expressivas
parcelas da população afro-brasileira alimentarem desejo obsessivo por
aproximação, ainda que ridícula, das imagens positivas que o segmento branco
hegemônico constrói dia-a-dia em torno de si próprio (INOCÊNCIO, 2006). E
porque nossa interação com o mundo não se dá de forma neutra, porque somos
seres que não são apenas objetos da história, mas seus sujeitos igualmente –
como um ser que está no mundo, com o mundo e com os outros – e por isso, a
favor de algo e de alguém ou contra algo ou alguém, a nossa participação na
construção dessas imagens de mundo coletiva é atuante. À medida que
“consumimos” as imagens e os produtos por elas “veiculados” e/ou nos
posicionamos de forma “neutra” diante destas, estamos/estaremos colaborando
para a reprodução dessas imagens/conceitos/preconceitos. Por tudo isso, tratar
a diversidade em sala de aula como algo positivo e próprio da natureza humana
torna-se indispensável (FREIRE, 2005).
Para identificar a produção do
conhecimento, o saber, o fazer negro africano nas práticas cotidianas é
necessário situar qual o referencial de conhecimento/saber utilizado. Desta
feita, a cultura e as práticas culturais são elaboradas cotidianamente,
transformando o conhecimento em experiência de aprendizagem, do mesmo modo que
a própria experiência vivida se transforma em conhecimento. Aprende-se por meio
da socialização. Em todos os momentos da existência, na relação com o outro e
nas ações vividas é que nos constituímos. Essa constituição é elaborada
constantemente e se revela nas mínimas coisas. Assim, pormenores normalmente
considerados sem importância e triviais carregam muitos elementos importantes
que nos permitem captar a realidade. Considerar os mais diversos elementos
presentes nas práticas, como a alimentação, o vestuário, a oralidade, a
gestualidade, sonoridade, odores ou sabores, são sinais que permitem decifrar a
diversidade e a complexidade da realidade histórica da população
afro-brasileira. O patrimônio cultural da população negra é composto de bens
materiais e imateriais, que são expressões dessas comunidades, nos mais
diferentes aspectos: objetos, costumes, canções, rituais, encontrados na
religião, na culinária, nos modos de tecer e de vestir. Uma retomada de vozes
que ficaram silenciadas por opressões históricas é fundamental e necessária
para uma compreensão democrática de educação. O primeiro movimento para esta
escuta é o reconhecimento da existência de espaços outros que não o da educação
formal, como portadores de saberes. Para isso, é necessário tomar como imprescindível
para o entendimento desses saberes os nexos entre educação e cultura,
considerando que uma não existe sem a outra, ambas sendo alimentadas e
alimentando-se na arte e na memória (RATTS e DAMASCENA, 2006).
Ao contrário do que se inculca
enquanto senso-comum, a aparente passividade dos negros escravizados não foi
verdadeira. Foram muitas as formas de resistência à escravidão. A forma mais
conhecida foi a dos quilombos. Os quilombos eram espaços para aonde os escravos
que não aceitavam a sua condição, fugiam e lutavam contra a escravidão. Pela
maneira como se contrapunham à escravidão, eles foram vistos como uma proposta
alternativa de sociedade. Nessa perspectiva, tanto a cultura como as práticas
sociais e religiosas foram reinventadas pelos negros a partir da resistência,
de propostas alternativas, de agrupamentos/movimentos organizados. No que tange
a religião, por exemplo, a forma de sobrevivência encontrada foi o sincretismo
(casamento das religiões de origem africana com o catolicismo) o que manteve durante
todo o período escravista, os seus deuses escondidos por trás dos santos
católicos. Desde os primeiros quilombos, formados pelas levas de africanos que
aqui chegaram na condição de escravos, até os mais recentes movimentos em que
lutam pela posse da terra dos seus ascendentes, os negros não pararam de lutar
e resistir contra a escravidão e as mazelas por ela deixada. De um jeito ou de
outro, as organizações negras, como as irmandades, foram espaços de preservação
e sociabilidade para esses grupos. Outros movimentos organizados surgiram na
imprensa, com jornais como Menelik, Alfinete e Clarim da Alvorada. A Frente
Negra Brasileira foi outra organização importante, que contava com cerca de 400
membros que andavam uniformizados e gozavam de um certo prestígio junto às
autoridades e à população em geral. O Teatro Experimental do Negro (TEN) surgiu
a fim de inserir, no teatro brasileiro, o elemento negro como tema, intérprete
ou criador. A Associação Cultural do Negro (ACN), que reuniu nomes como Solano Trindade,
Abdias do Nascimento e Fernando Góis, apesar de ter uma proposta de aglutinar
vários segmentos culturais do país, tinha também a preocupação de construir uma
ideologia para o negro brasileiro. As escolas de samba também foram e são
consideradas importantes centros que congregam negros, proporcionando a eles um
espaço de sociabilidade e interação cultural (SANTOS, 2006).
Os profissionais da educação infantil
não têm realizado um trabalho que contemple a diversidade racial existente na
sociedade. Este silêncio reforça a legitimidade de procedimentos
preconceituosos e discriminatórios no espaço escolar e, a partir dele, para
outros âmbitos sociais, confirmando o direito de crianças brancas e não brancas
a exercerem a discriminação racial de crianças negras; no cotidiano escolar
ocorre uma desvalorização sistemática das características estéticas das
crianças negras, paralelamente a valorização de um modelo estético branco; nas
escolas de Educação Infantil, a atenção, o carinho, o afeto e os elogios são distribuídos
de maneira desigual, e a categoria – raça - regula o critério de distribuição;
a escola é um espaço que não efetiva, de fato, a inclusão positiva do grupo
negro. A criança negra vive na escola um sistemático processo de exclusão; a
pré-escola oferece poucas condições ambientais estimulantes para o
desenvolvimento intelectual, mental e afetivo de crianças negras. Considerando
o exposto, os objetivos de um Projeto de Intervenção, na perspectiva de início
de um processo de intolerância ao preconceito, ao racismo e às desigualdades
sociais, perpassam pela: valorização da a comunidade negra, contribuindo para a
elevação de sua auto-estima; obtenção dos mecanismos indispensáveis para o
conhecimento de um Brasil fortemente marcado pela cultura africana, na
expectativa de mudança da mentalidade preconceituosa; conhecimento da história
e da geografia da África; reconhecendo a constante presença da marca africana
na literatura, na música, na criatividade, na forma de viver, de pensar, de
andar, de dançar, de falar, de rir, de rezar e de festejar a vida; conhecimento
da história do Brasil contada sob a perspectiva do negro, com exemplos na
política, na economia e na sociedade em geral (CAVALLEIRO, 2006).
A primeira atitude do educador frente
ao conteúdo dos livros didáticos e paradidáticos deve ser a de identificar a
sua ideologia, com o fim de se posicionar a favor ou contra. No que diz
respeito às ideologias racistas, o posicionamento deve ser contrário a estas.
Caso não seja identificada e refletida, a ideologia racista será perpetuada.
Também cabe ao educador, eleger livros que contemplem a diversidade
étnico-racial da escola, bem como de nossa sociedade e, nessa tarefa, não
escolher os que reforçam imagens preconceituosas, discriminatórias e
depreciativas, mas sim, os que: apresentem ilustrações positivas de personagens
negras; cujos conteúdos remetam ao universo cultural africano e
afro-brasileiro; possibilitem aos leitores o acesso a obras onde habitem reis e
rainhas negras, deuses africanos, bem como os mitos afro-brasileiros; cujas
tessituras realizadas durante a leitura possam construir a elevação da
auto-estima das crianças negras; representem sem estereótipos a população negra
brasileira (SOUSA, 2006).
Uma atitude necessária ao professor em
relação a qualquer instrumento que sirva como mediador entre o aluno e o
conhecimento é o questionamento sobre sua natureza. É importante que o
professor tenha consciência da estrutura que o organiza. Não se pode ficar à
deriva de um material e não estar atento ao conjunto de intenções que nele
estão contidos. Por vezes, torna-se necessário problematizar junto aos alunos
sobre essas intenções. Refletir sobre os conteúdos impressos em um livro, por
exemplo, vai além da reflexão das páginas escritas. As imagens, a seleção de
conteúdos dos textos, a ordem de prioridade e o espaço ocupado pelos temas
dizem aquilo que importa estudar e saber, do conhecimento que gera valor. Por
outro lado, a ausência de imagens, a confirmação de lugares inferiores na
escala social, o espaço destinado a certos temas, também dizem, mas aquilo que
não importa estudar e saber, do desconhecimento que também gera valor. A
prática pedagógica, por meio de seus instrumentos, pode favorecer as intenções
e possibilidades de reconhecimento de identidades positivas, ao fornecer, por
exemplo, modelos positivos às crianças e aos jovens. A criança e o jovem negro
têm o direito constitucional de se virem representados e referidos enquanto
indivíduo e grupo social. Assim, povoar o imaginário de nossos alunos com
histórias que os remetam a valores partilhados pela humanidade, vividos por
personagens negros, alimentará todos os discentes do sentimento de igualdade e
ao estudante negro, em especial, oferecerá parâmetros positivos de identidade e
de auto-estima. Essa é uma prática pedagógica da maior importância na
constituição de sujeitos que a escola ajuda a construir. Um dos princípios que
devem orientar os temas, os projetos e as atividades pedagógicas em relação à
questão do negro na escola é a desconstrução do preconceito racial e a
reafirmação de uma auto-estima positiva da população negra e mestiça. Ensinar e
aprender sobre e na diversidade, propor situações de aprendizagem que sejam
desafiadoras e que tragam novos conhecimentos são cuidados que se deve ter quando
o que se estuda vem carregado de imagens e crenças baseadas no preconceito e na
discriminação. A construção da identidade da criança e do jovem precisa do
apoio de imagens confirmadoras positivas. A escola pode ser um lugar
facilitador desse encontro com imagens e referências identitárias positivas
para as crianças e jovens negros. Estar atento ao que se oferece como material
para os alunos, quais modelos de vida e de beleza que as imagens afirmam é uma
tarefa diária de planejamento de aula. Para planejar uma aula, organizar um
programa ou projeto de estudo, é preciso contar com a intenção firme de
democratizar a imagem e os exemplos positivos e reais da presença da população
negra e mestiça na nossa história e no nosso cotidiano (LOPES, 2006b).
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disponível em: http://www.efdeportes.com/efd119/historia-e-cultura-afro-brasileira-alguns-subsidios.htm
Silvio muito bom !
ResponderExcluirInteressante olha a matéria :
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/10/1352688-morre-aos-95-anos-em-salvador-o-artista-plastico-mestre-didi.shtml
Mestre Didi foi um dos principais artistas brasileiros a trabalhar a relação entre a cultura popular e a erudita.
Supremo sacerdote do culto à terra na religião nagô, Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi, deixou uma vasta obra literária, mas sua presença na cena contemporânea se deve a produção de esculturas, em geral compostas por uma trama complexa de búzios, couro e nervuras de palmas enfeitadas.
obrigado pela dica, caro André!
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