Há
poucos dias, no concorrido e sempre receptivo espaço do JC “Café com
Política”, com a presença de educadores, autoridades e outros
convidados, foi lançado o inédito e e promissor “Programa Ágora”, e,
por ser oportuno e necessário principalmente “agora” nos nossos tempos
é que devemos esperar todos nós - em virtude de sua magnitude e
abrangência - seja realmente implantado e desenvolvido nas escolas
estaduais, municipais, particulares e faculdades a partir de Março de
2014. Como prova e cientes de que a consciência e o domínio do saber
não têm exclusividade para determinados tempos, mas são eternos ou
perenes, os elaboradores responsáveis pelo referido programa foram
buscar a inspiração na Grécia Antiga, no sempre vivo e atual
Aristóteles.
Pois as “ágoras” eram os espaços públicos (praças) utilizados para a
participação política, onde os cidadãos livres discutiam, aprovavam ou
rejeitavam as ações do governo, daí nascendo a democracia, que é o
governo do povo pelo povo e para o povo. Aristóteles (384-322 a.C.) o
imortal filósofo grego, grande conhecedor do ser humano, já afirmava que
o jovem, em geral, não é bom ouvinte para os assuntos relacionados à
política, pois lhes são distantes e obscuros, fato que se constata,
principalmente no momento presente em que estes são dominados pelo
mundo digital representado pelos celulares, iphones, ipads e outros
aplicativos.
Em verdade os jovens estão motivados e interessados na comunicação e na
descoberta digital e não na política, no exercício da cidadania. Daí
concluir-se que a assimilação ou incorporação dos conhecimentos ou
preceitos que levem à mudanças comportamentais, isto é, à educação que
constrói o homem cidadão, considerando-se e sem poder recusar ou ignorar
a modernidade, tem que seguir o método de gota à gota, que requer
paciência e tempo. Sabedores e muito conscientes da realidade mundial e
da necessidade premente em nosso País, os elaboradores do aludido
Programa Ágora pensaram quando e como começar, continuar sem finalizar,
porque a formação do homem cidadão não tem término ou fim, mas deve
ocorrer e durar a vida toda.
Com esta visão de tempo o Programa Ágora estabelece 4 grupos, a saber:
Grupo I, que abrange a educação infantil; II, do 1º ao 5º ano do ensino
fundamental; III, do 5º ao 9º ano, e Grupo IV, do ensino médio ao
superior. Quanto aos seus objetivos específicos, o Programa estabelece
que ao final do Grupo III, isto é, do ensino fundamental, o jovem tenha a
formação básica para o exercício da cidadania. E que no Grupo IV se dê a
consolidação do absorvido anteriormente.
O Programa Ágora não deverá intervir ou alterar o currículo da escola em
qualquer dos grupos enumerados, pois constituir-se-á de atividades
extraclasses que deverão acontecer mensalmente em um espaço de duas
horas, agendado a critério da escola e da faculdade, que indicarão um
representante para os contatos que se fizerem necessários de ambas as
partes. A metodologia a ser desenvolvida será através de atividades
lúdicas para os grupos I e II e palestras e discussões para os demais.
De acordo com o cronograma do Programa, ainda neste mês, ocorre o
recrutamento do pessoal que atuará e o seu treinamento irá até março,
quando terão início as atividades de transmissão do conteúdo.
Rebuscando o conteúdo do Programa Ágora encontrei termos indesejáveis e
contundentes como “poder”, “causas e consequências da corrupção” e
outros alentadores como aprendizado emocional, de cidadania, ética,
moral e justiça. Para êxito do Programa, é imprescindível a aceitação e
adoção total por parte das escolas e faculdades. Contemplando, acima de
tudo, as futuras gerações, pois certamente seus resultados advirão a
médio e longo prazos. Oxalá milhares de escolas e comunidades de nosso
País adotem e implantem um programa igual a este: “Ágora”!
O autor, professor Joaquim Eliseo Mendes, é membro da Academia Bauruense de Letras
publicado no Jornal da Cidade em 07/10/13- Coluna Opinião
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