terça-feira, 8 de outubro de 2013

Batra e Programa Ágora

JC na Escola e Batra no Programa Ágora

Joaquim Eliseo Mendes
Há poucos dias, no concorrido e sempre receptivo espaço do JC “Café com Política”, com a presença de educadores, autoridades e outros convidados, foi lançado o inédito e e promissor “Programa Ágora”, e, por ser oportuno e necessário principalmente “agora” nos nossos tempos é que devemos esperar todos nós - em virtude de sua magnitude e abrangência - seja realmente implantado e desenvolvido nas escolas estaduais, municipais, particulares e faculdades a partir de Março de 2014. Como prova e cientes de que a consciência e o domínio do saber não têm exclusividade para determinados tempos, mas são eternos ou perenes, os elaboradores responsáveis pelo referido programa foram buscar a inspiração na Grécia Antiga, no sempre vivo e atual Aristóteles.


Pois as “ágoras” eram os espaços públicos (praças) utilizados para a participação política, onde os cidadãos livres discutiam, aprovavam ou rejeitavam as ações do governo, daí nascendo a democracia, que é o governo do povo pelo povo e para o povo. Aristóteles (384-322 a.C.) o imortal filósofo grego, grande conhecedor do ser humano, já afirmava que o jovem, em geral, não é bom ouvinte para os assuntos relacionados à política, pois lhes são distantes e obscuros, fato que se constata, principalmente no momento presente em que estes são dominados pelo mundo digital representado pelos celulares, iphones, ipads e outros aplicativos.

Em verdade os jovens estão motivados e interessados na comunicação e na descoberta digital e não na política, no exercício da cidadania. Daí concluir-se que a assimilação ou incorporação dos conhecimentos ou preceitos que levem à mudanças comportamentais, isto é, à educação que constrói o homem cidadão, considerando-se e sem poder recusar ou ignorar a modernidade, tem que seguir o método de gota à gota, que requer paciência e tempo. Sabedores e muito conscientes da realidade mundial e da necessidade premente em nosso País, os elaboradores do aludido Programa Ágora pensaram quando e como começar, continuar sem finalizar, porque a formação do homem cidadão não tem término ou fim, mas deve ocorrer e durar a vida toda.

Com esta visão de tempo o Programa Ágora estabelece 4 grupos, a saber: Grupo I, que abrange a educação infantil; II, do 1º ao 5º ano do ensino fundamental; III, do 5º ao 9º ano, e Grupo IV, do ensino médio ao superior. Quanto aos seus objetivos específicos, o Programa estabelece que ao final do Grupo III, isto é, do ensino fundamental, o jovem tenha a formação básica para o exercício da cidadania. E que no Grupo IV se dê a consolidação do absorvido anteriormente.

O Programa Ágora não deverá intervir ou alterar o currículo da escola em qualquer dos grupos enumerados, pois constituir-se-á de atividades extraclasses que deverão acontecer mensalmente em um espaço de duas horas, agendado a critério da escola e da faculdade, que indicarão um representante para os contatos que se fizerem necessários de ambas as partes. A metodologia a ser desenvolvida será através de atividades lúdicas para os grupos I e II e palestras e discussões para os demais. De acordo com o cronograma do Programa, ainda neste mês, ocorre o recrutamento do pessoal que atuará e o seu treinamento irá até março, quando terão início as atividades de transmissão do conteúdo. Rebuscando o conteúdo do Programa Ágora encontrei termos indesejáveis e contundentes como “poder”, “causas e consequências da corrupção” e outros alentadores como aprendizado emocional, de cidadania, ética, moral e justiça. Para êxito do Programa, é imprescindível a aceitação e adoção total por parte das escolas e faculdades. Contemplando, acima de tudo, as futuras gerações, pois certamente seus resultados advirão a médio e longo prazos. Oxalá milhares de escolas e comunidades de nosso País adotem e implantem um programa igual a este: “Ágora”!

O autor, professor Joaquim Eliseo Mendes, é membro da Academia Bauruense de Letras

publicado no Jornal da Cidade em 07/10/13- Coluna Opinião

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