Vá para a escola.
Preste atenção na aula.
Faça a lição de casa.
Estude para a prova.
Vai por mim.
É para o seu bem.
Tire notas altas.
Você vai entrar em uma boa faculdade.
Depois faz Pós. Mestrado. Doutorado.
MBA.
Consegue um bom emprego. Depois outro.
E mais outro.
Ganha mal.
Não faz mal.
Engula sapos. Faz parte. Seja responsável.
Sorria.
Você está sendo filmado.
Compre um carro. Case. Tenha filhos.
Poupe. Guarde para a Melhor Idade.
Previdência Privada.
Vai gozar de uma bela aposentadoria.
Vai ser incrível!
Não vai?
Sua alma tem sede — ela anseia por um caminho que faça sentido.
O contínuo escola-emprego engendra um pacto de
infelicidade/mediocridade.
Você percebe?
É como o mundo se organiza para que poucos mandem e muitos obedeçam.
Hoje, mais de 7 em cada 10 pessoas estão insatisfeitas com o próprio
trabalho (pode pesquisar no Google).
Pense nisso: 7 em cada 10!
Estar infeliz com o próprio trabalho — com sua
contribuição ao mundo — virou a norma.
Aí, quando decide não se conformar ao padrão, você coloca a coisa toda
em xeque.
Se faz escolhas inusitadas, ou cultiva atitudes não-conformistas,
se resolve inventar um percurso pessoal não-ortodoxo,
você abala o sistema de crenças social que sustenta a normose.
O colorido faz de conta de perfis sorridentes de Facebook, ou o
sofisticado teatro social nos bares e restaurantes da moda,
que escondem pessoas tristes, confusas, solitárias. Desconectadas de si
mesmas.
Deprimidas, desesperadas — suicidas, às vezes.
Pior que tudo: ao seguir seu próprio caminho com o coração, ao escolher
como, quando e onde quer trabalhar, com quem e como quer se
relacionar, o que quer fazer no seu tempo livre, como, quando e
onde,
por quê,
para quê?
Ao traçar seu destino a partir de quem você é (e não do que esperam de
você)
você abala o senso de identidade de quem acha que a vida é isso aí, que
não tem muito o que fazer, afinal.
Elas dependem de sua infelicidade e de sua mediocridade para se sentirem
em paz com elas mesmas.
Todo mundo junto, reclamando da vida de mãos dadas.
Percebe?
Mas aí você resolve tomar uma atitude, fazer diferente.
Vira um traidor/a.
As pessoas ficam com raiva de você, que se recusou a aceitar.
Que ousou ser protagonista…
da própria vida.
Os rebeldes e os inconformados inspiram — ou terminam
assassinados — por causa de suas ideias e de seu jeito de viver.
Tipo Gandhi. John Lennon. E o cara da caverna do Platão.
Rebeldes e inconformados são muito ameaçadores para quem se acostumou a
viver em meio a mentiras.
Afinal, ninguém quer acordar um dia e dar de cara com isso no espelho.
Que construiu sua trajetória sobre um castelo de cartas.
Agora, se as pessoas de que você mais gosta vão ficar com raiva ou
apavoradas, se vão espernear e fazer de tudo para te deixar com medo.
Para te convencer de que o que você quer é maluquice, que não dá, que é
melhor deixar pra lá. E se vão fazer previsões catastróficas.
Não é porque se preocupam com você.
Também não é porque te odeiam.
Entenda.
É porque estão assustadas.
Você está ameaçando as certezas delas. A glamourização da vida
sem sentido para compensar a desolação espiritual.
Você está rompendo o pacto de mediocridade a partir do qual o rebanho se
resigna coletivamente a uma existência passiva, mediana.
Mas isso é problema delas.
Afinal, a vida é SUA. Você não precisa seguir o rebanho.
Você só precisa acreditar. E só você precisa acreditar.
(No fundo, elas queriam ter a sua coragem.)
Agora, veja: ninguém está lhe prometendo um jardim de rosas. Não é
porque você escolhe seguir as aspirações do seu coração, entregar-se à vida de
peito aberto, agir a partir de seus sonhos, talentos e paixões, da sua ousadia — e da sua
vulnerabilidade, que tudo imediatamente se resolve.
Pelo contrário.
Pode esperar uns altos e baixos.
Tombos e hematomas. Dentes quebrados. Sangue no asfalto.
Como em toda verdadeira aventura.
(Porque a vida deveria ser uma aventura emocionante, recheada de
fracassos, aprendizados e superação — e não uma tarde de domingo no sofá).
Não é?
Então, que você tenha liberdade para experimentar, improvisar e errar.
Que possa cair e se levantar, tantas vezes quanto necessário, na luta para
escrever a própria história.
Pode até morrer tentando, que vale mais a pena.
Como disse Guimarães Rosa,
Viver é perigoso,
porque ainda não se sabe
- porque aprender a viver
é que é o viver, mesmo.
Abrace as certezas,
descarte todo o risco e perigo,
e você também descarta…
a vida.
Nada pior que obter sucesso em um caminho que não é o seu.
Afinal, sua alma tem sede.
Ela anseia por uma vida
que verdadeiramente
faça sentido.
Então, na moral, foda-se.
Vá em frente com suas ideias malucas.
Elas vão ajudar você a se tornar
quem você É.
O mundo precisa,
desesperadamente,
de menos pose
e de mais coração.
Psicologo, Escritor e Criativo Digital apaixonado por
processos de Busca e Transformação
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