Nasce-se, e
nascendo, vive-se. E vivendo, aprende-se. Aprende-se muito, desde muito cedo, é
certo.
Vive-se para se
aprender a viver, é o que parece. Aprende-se a arte de viver ou se aprende a
ciência do viver: pensar, sentir e agir...
Merecer viver,
eis a questão! Fazer-se digno da vida, eis o sentido, pode ser.
Compreender o
significado da vida, apreender sua significação, pressentir as regras relativas
e intuir as leis absolutas. Vive-se e se aprende a viver sempre. Com erros,
acertos, desacertos, arranjos, jeitos e trejeitos.
Pode se aprender
a ser? Ou já nascemos sendo?
Aprende-se
ensinando, e mesmo sem querer se aprende também.
Tempo: grande
círculo no qual giramos, aparentemente nos movemos. Será que saímos do lugar? Mas
não é ele, tempo, que se move e passa... nós é que, talvez, estejamos nos movendo.
Tempo que é mestre, carrasco, amigo e enganador, também é, às vezes, só tempo perdido.
Tempo que é mestre, carrasco, amigo e enganador, também é, às vezes, só tempo perdido.
Eternidade:
ausência de tempo, ausência de movimento, sem início, nem fim.
Para sentir-se
fora do tempo, livre do tempo, é preciso apenas parar. Na ausência de
movimento, cessa o tempo. Mas onde é que há movimento?
Na mente há
muito movimento. Cada pensamento, cada lembrança, cada imagem projetada, um
movimento.
A dualidade: Outro
mestre na vida. Discernir o justo no injusto, o bom gosto no pior desgosto, a
alegria bem no fundo da tristeza, a ânsia e a apatia, o ânimo e o cansaço, beber
o caldo e engolir o bagaço.
Compreender a
dualidade é esperar no desespero, é ver loucura na sanidade, involução na
evolução, é ver progresso quando há regresso.
Tudo é vida que
segue. E vai, até concluir a parábola e retornar ao ponto de partida. Para que
mesmo se nasce e se morre?
E para que se
ganha e se perde?
A luta é sabor
da vida, às vezes salgado, às vezes doce, ora amargo, ora azedo, e ainda não é
tudo. Espera-se mais da vida, além da decepção e das vitórias vãs. Espera-se mais
que quimquilharias e bugigangas, juntadas na estante como troféus.
Mas tudo isso que chamamos 'vida', qual
antecâmara e vestíbulo da realidade, é apenas a nossa pré-escola. Temos ainda muito que aprender.
Quando se aprende a
'morrer' ainda vivendo, é que se começa a viver, e a aprender, desaprendendo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário