sábado, 26 de novembro de 2016

o divã e a espiritualidade

Qual a diferença entre um “bom divã de psicanalista” e um “encontro com a espiritualidade"?

by flaviosiqueira

A mente encontra respostas em um bom divã.
Mas somos mais do que a mente e as respostas mentais são insuficientes.
Posso interromper processos adoecidos, desfazer confusões e isso é ótimo, mas não é sobre isso que falo. Aquietar-se é mais do que um ritual mental.
É uma condição interior que está ligada ao jeito de olhar a vida como um todo. É como percebo Deus em mim, como vejo que sou parte do todo e que o todo faz parte de mim, que estamos vinculados e permito que essa percepção tangencie minha caminhada, molde meus valores e acalme minhas inquietudes.
É transcender a mente, sabendo de que os processos de “iluminação” não são processos conscientes, mentais, intelectuais ou sistemáticos, mas acontecem em dimensões muitas vezes incognoscíveis.
É a percepção de que somos seres fragmentados que se relacionam com o absoluto e por isso mesmo permanecem abertos para enxerga-lo aonde ele se manifesta, aonde ele está, livre de apontamentos intelectuais/doutrinários.
É o encontro consigo mesmo e a constatação de suas limitações que lhe projeta para o além, para o que não cabe em nós, ainda que esteja em nós.
Enxergar-se faz parte do processo, compreender a mente é importante, mas não creio que seja caminho suficiente para uma vida espiritual.
O que eu tenho tentado fazer é simplesmente lembrar as pessoas que o caminho começa dentro, em como me enxergo e consequentemente enxergo o próximo.
Em como enxergo o próximo e consequentemente o mundo.
Em como enxergo o mundo e consequentemente a vida.
Em como enxergo a vida e consequentemente Deus.
No mais, faço de tudo para estimular uma busca individual, pessoal e consciente.

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