O
que nós normalmente chamamos de mente é a mente iludida, um vórtice turbulento
de pensamentos chicoteados pelo apego, raiva e ignorância. Esta mente, ao
contrário de consciência iluminada, está sempre sendo levada por um engano após
o outro.
Pensamentos
de ódio ou anexo de repente surgem sem aviso, desencadeados por
circunstâncias, como um encontro inesperado com um inimigo ou um amigo, e
se não forem imediatamente dominados com o antídoto adequado, eles rapidamente
se enraízam e proliferam, reforçando o predomínio habitual de ódio ou de
fixação na mente e na adição de mais padrões cármicos.
No
entanto, por mais forte que esses pensamentos possam parecer, eles são apenas
pensamentos e acabarão por se dissolver de volta para o vazio. Depois de
reconhecer a natureza intrínseca da mente, esses pensamentos que parecem
aparecer e desaparecer todo o tempo já não podem enganá-lo. Assim como a forma
das nuvens, passam por um tempo, e depois se dissolvem de volta para o céu
vazio, tão iludidos pensamentos surgem, permanecem por um tempo, e, em seguida,
desaparecem no vazio da mente... na realidade nada aconteceu.
Quando
a luz solar incide sobre um cristal, luzes de todas as cores do arco-íris
aparecem, mas eles não têm nenhuma substância que você possa apreender. Da
mesma forma, todos os pensamentos em sua infinita variedade – devoção,
compaixão, nocividade, desejo – são totalmente sem substância. Não há
pensamento que seja algo diferente do vazio, se você reconhecer a natureza
vazia de pensamentos no momento em que surgem, eles vão se dissolver. Então,
apego e ódio nunca serão capazes de perturbar a mente. Emoções iludidas
entrarão em colapso, por si mesmas. Não há ações negativas sendo acumuladas, de
modo que não seguirão sofrimentos.
Dilgo
Khyentse Rinpoche.
FONTE: sobrebudismo.com.br/
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