Você poderá ler a seguir,
uma interessante e instigante dissertação que mescla ciência e filosofia
(metafísica), levando-nos a reflexões profundas e a especulações extremamente
ousadas sobre o que é a realidade, sobre como a 'enxergamos' e como 'construímos'
a realidade aparentemente externa a nós, a partir de nossas próprias convicções
profundas e quase sempre inconscientes...
Para quem assistiu ao
filme-documentário "Quem Somos Nós?", por certo se lembrará das falas reproduzidas abaixo.
Essa leitura também pode ser feita em complementação à importante reflexão que já iniciamos antes com dois outros textos ("Você manda em seu corpo e em sua mente?"), disponível em AQUI e TAMBÉM AQUI
Essa leitura também pode ser feita em complementação à importante reflexão que já iniciamos antes com dois outros textos ("Você manda em seu corpo e em sua mente?"), disponível em AQUI e TAMBÉM AQUI
Segue o texto integral:
Realidade, cérebro e emoção
Por que continuamos recriando a mesma realidade?
Por que continuamos tendo os mesmos relacionamentos? Nesse mar infinito
de possibilidades que existe à nossa volta, por que continuamos
recriando as mesmas coisas?
É possível estarmos tão condicionados a nossa rotina, tão condicionados à
forma como criamos as nossas vidas, que compramos a ideia de que não
temos controle algum?
Fomos condicionados a crer que o mundo externo é
mais real que o interno. Mas na ciência moderna é exatamente o
contrário. O que acontece dentro de nós é o que vai criar o que acontece
fora.
Experimentos científicos nos mostram que se conectarmos o cérebro de uma
pessoa a computadores e Pet (tomografia por emissão de pósitrons)
scanners e pedirmos para olharem para determinados objetos, podemos ver
certas partes do cérebro sendo ativadas. Se pedirmos para fecharem os
olhos e imaginarem o mesmo objeto, as mesmas áreas do cérebro se
ativarão como se estivessem vendo os objetos. Então os cientistas se
perguntam: Quem vê os objetos, o cérebro ou os olhos? O que é realidade?
É o que vemos com nosso cérebro? Ou é o que vemos com os nossos olhos?
A verdade é que o cérebro não sabe a diferença entre o que vê no
ambiente e o que se lembra, pois os mesmos neurônios são ativados. Então
devemos questionar: O que é realidade?
Somos bombardeados por grandes quantidades de informação que são
processadas pelos seus órgãos sensoriais. O cérebro processa 400 bilhões
de bits de informação por segundo, mas só tomamos conhecimento de 2000
bits. Esses 2000 bits são sobre o que está ao nosso redor, nosso corpo e
o tempo.
O cérebro não sabe a diferença entre o que vê no ambiente e do que se
lembra, pois ele acessa a mesma rede neural. Cada área neural conectada
está integrada a um pensamento ou memória. O cérebro constrói todos os
conceitos através de memórias associativas.
Por exemplo, ideias, pensamentos e sentimentos são construídos e
interconectados nessa rede neural e todos têm uma possível relação. O
conceito do sentimento amor, por exemplo, está guardado nessa vasta
rede neural, mas construímos o conceito do amor a partir de muitas
outras ideias diferentes. Algumas pessoas têm o amor ligado ao
desapontamento então quando pensam em amor, experimentam a memória da
dor, mágoa, raiva e até ira. A mágoa pode estar ligada a uma pessoa
específica que remete à conexão do amor. Criamos modelos de como
enxergamos o mundo exterior. Quanto mais informações temos, mais
refinamos nosso modelo de um jeito ou de outro.
Quem está no comando quando controlamos nossas emoções?
Sabemos
fisiologicamente que as células nervosas que se ativam juntas ficam
conectadas. Se você praticar algo sempre, essas células terão um
relacionamento longo. Se você sempre ficar com raiva ou sempre ficar
frustrado, ou sempre sofrer e se fizer de vítima, estará reconectando e
reintegrando a rede neural constantemente e essa rede neural terá um
longo relacionamento com todas as outras células nervosas, levando a uma
identidade.
As células nervosas que não se ativam juntas, não se conectam mais. Elas
perdem seu relacionamento, pois sempre que interrompemos um processo de
pensamento que produz uma resposta química no corpo, as células
nervosas que estavam ligadas começam a quebrar o seu relacionamento.
Quando começamos essa interrupção e observamos respostas não estimuladas
por uma reação automática, mas sim o efeito que essa interrupção
produz, deixamos de ser uma pessoa emocional e consciente de seu corpo e
sua mente, que está respondendo ao se ambiente como se fosse algo
automático. Isto quer dizer que as emoções são coisas ruins? Elas são
"desenhadas" para reforçar quimicamente sua memória. É para isso que
servem. Toda emoção vem da química de imagens gravadas.
Existe uma área do cérebro chamada de hipotálamo que parece uma pequena
fábrica. Ele reúne certos materiais químicos que se combinam com certas
emoções. Alguns materiais são chamados de neuropeptídeos, pequenas
cadeias de aminoácidos. O corpo é uma unidade de carbono que produz
cerca de 20 diferentes aminoácidos para formular sua estrutura física. O
corpo é uma máquina de produzir proteínas. No hipotálamo temos pequenas
cadeias de proteínas. Se as juntarmos com certos peptídeos e hormônios
neurais, eles combinarão com os estados emocionais que sentimos
diariamente. Existem materiais químicos para raiva, para tristeza, para
vitimização, para desejo, para todos os estados emocionais pelos quais
passamos. No momento em que sentimos um estado emocional em nosso corpo
ou em nosso cérebro, o hipotálamo imediatamente combinará o peptídeo e o
liberará através da pituitária diretamente na corrente sanguínea. No
momento em que atinge a corrente sanguínea, ele acha seu caminho para
diferentes partes do corpo. Todas as células do corpo possuem receptores
externos. Uma célula pode ter milhares de receptores externos. Quando
um peptídeo se atraca numa célula, ela aciona um sinal e reage. Esses
receptores servem para receber informações. Um peptídeo ligado a uma
célula muda a célula em várias formas. Ele dispara uma cascata de
eventos bioquímicos que pode até alterar o núcleo da célula.
Vícios emocionais
Minha definição sobre vício é bem simples. É algo que você não consegue
parar. Criamos situações para suprir as necessidades bioquímicas das
células do nosso corpo, situações que satisfaçam nossas necessidades
químicas. Um viciado sempre precisará de um pouco mais, para poder
satisfazer sua necessidade química. Se você não consegue controlar seu
estado emocional, você está viciado naquilo. Então você pergunta se as
emoções são ruins? Elas não são ruins, são a vida. Colorem a riqueza de
nossas experiências. O problema são os nossos vícios. As pessoas não
percebem que quando descobrem que são viciadas em emoções não é algo
apenas psicológico, mas também bioquímico.
A heroína utiliza os mesmos receptores nas células que as nossas emoções
usam. É fácil constatarmos que se nos viciamos em heroína, podemos nos
viciar em qualquer peptídeo neural. Em qualquer emoção.
Se bombardeamos a célula com a mesma atitude emocional e química
repetidamente, quando essa célula resolver se dividir, produzindo uma
célula irmã ou filha, a nova célula terá mais receptores para aqueles
peptídeos neurais (emocionais) em particular, e menos receptores para
vitaminas, minerais, nutrientes e até para liberação de toxinas. O
envelhecimento resulta em uma produção inapropriada de proteínas. Nossa
pele perde elasticidade, colágeno é uma proteína. O que acontece com
nossas enzimas? Passamos a não digerir muito bem. Então realmente
importa o que comemos? A nutrição tem algum efeito se as células não
possuírem receptores após 20 anos de abusos emocionais, elas receberão
ou absorverão os nutrientes necessários para a saúde.
Pessoas "normais" que acham sua vida entediante, ou sem inspiração, são
assim, pois nunca tentaram ganhar conhecimento que as inspirassem.
Estão tão hipnotizadas pelos seus ambientes, pela mídia, pela televisão,
por pessoas que ditam ideias e parâmetros que todos lutam para imitar,
mas que ninguém consegue alcançar em termos de aparência física,
definições de beleza e valor. As pessoas se rendem para essas ilusões e
vivem acreditando nelas, na mediocridade. Vivendo essa ilusão suas almas
podem nunca aparecer para que possam mudar.
Mas se a alma vier à tona a pessoa passa a se perguntar se existe algo
além disso, ou por que estamos aqui? Qual é o propósito da vida? Para
onde iremos? O que acontece quando morremos? Se começarem a fazer tais
perguntas, podem começar a interagir e a flertar com a percepção de que
estão tendo um colapso nervoso. Mas na verdade são os seus velhos
conceitos que estão começando a desmoronar.
Estamos num novo território do cérebro reconectando-o e reconfigurando-o
para um novo conceito, isso nos renova e nos transforma por completo.
Se eu mudar as minhas idéias eu mudo as minhas escolhas, se eu mudo as
minhas escolhas a minha vida muda. Mas por que não consigo mudar? Por
causa dos meus vícios. Por que não quero perder as coisas pelas quais
estou quimicamente ligado, pessoas, lugares, eventos com os quais tenho
ligação química. Por que com eles eu tenho a emoção química da alegria.
Daí vem o drama humano.
Criação de realidade
Se estou consciente desenhando meu destino, se do ponto de vista
espiritual estou conscientemente aceitando a ideia de que nossos
pensamentos podem afetar nossa realidade e assim nossa vida, pois
realidade é igual a vida, então eu faço um pequeno pacto quando crio o
meu dia. Eu digo: "Estou tirando esse tempo para criar o meu dia, e
assim estou afetando o campo quântico. Se existem mesmo observadores me
vigiando o tempo todo e se existe um aspecto espiritual em mim, então me
mostrem um sinal de que prestaram atenção nas coisas que criei. E façam
com que aconteçam do jeito que espero. Que eu fique surpreso com a
minha habilidade de sentir essas coisas e que eu não tenha dúvidas que
venham de vocês."
Temos que formular o que queremos e nos concentrar tanto nisso, temos
que nos focar e ter tanta consciência disso, que perdemos a noção de
quem somos. Perdemos a noção do tempo. Perdemos a noção de identidade.
No momento em que estamos totalmente envolvidos nessa experiência,
perdemos a noção de quem somos, a noção de tempo. Aquilo que estamos
vendo é a única coisa real. Todos já tiveram essa experiência quando
puseram na cabeça que queriam muito algo. Isso é a física quântica em
ação, é a manifestação da realidade é o observador em pleno efeito.
Como podemos medir os efeitos? Temos que viver nossas vidas e ver os
efeitos. Reparar se algo mudou. E se algo tiver mudado nos tornamos os
cientistas da nossa vida. Que é a razão de estarmos aqui.
Por Dr. Joe Dispenza
Dr. Joe Dispenza é bioquímico, neurofisiologista, doutor em medicina quiroprática, pós graduado em neuroquímica, anatomia, fisiologia e genética
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