O lugar que estamos procurando, onde reside a felicidade, é o
contentamento.
Num restaurante, olhamos ao redor e vemos alguém comendo
uma salada que parece deliciosa, um belo bife suculento, um pedaço de
pizza derramando queijo ou um bolo duplo de chocolate com chantilly e
morangos. Então, chamamos o garçom e dizemos “Quero aquilo”. Quando o
prato chega, ele não é tão saboroso quanto imaginávamos. Porque o que
queríamos não era a comida – era o contentamento que vimos na outra
pessoa.
Se não soubermos o que fazer para encontrar o
contentamento mental não conseguiremos ficar felizes nem mesmo com o que
comemos. Comer no melhor restaurante do mundo não fará nenhuma
diferença. Existe alguém em uma aldeia na Índia comendo curry em uma
tigela de barro que talvez esteja bem mais contente que nós. Quando
encontramos o par de sapatos que queremos, por um breve momento nos
sentimos contentes. Quando esse momento passa, no entanto, partimos
novamente para outra: o sabor da comida não está bom, as roupas não
estão bem ajustadas, os lençóis são muito ásperos, a água do banho não
está quente o bastante. Precisamos de filmes melhores, livros mais
excitantes, um novo relacionamento. Precisamos viver num planeta
diferente.
O Desejo
O desejo é uma criatura com apetite insaciável. Por sua
própria natureza não pode jamais se satisfazer, pois está enraizado na
agressão de sempre procurar alívio fora de nós. Essa expectativa sempre
resulta em desapontamento. É a mente que nos coloca em apuros.
Reconhecer de que maneira nos metemos em apuros é inteligência. O payu –
saber quando parar – tem por resultado o contentamento. Esse
contentamento é como estar perdido em uma floresta e, finalmente, saber
como sair dela. E a confiante força que se desenvolve por saber que já
temos aquilo que precisamos nos torna ternos. Quando estudei no Nepal,
com Tulku Urgyen, um dos antigos mestres do Tibet, fiquei tremendamente
impressionado por algo que ele me disse: “Sendo agressivo, você pode realizar algumas coisas, mas com ternura você pode realizar todas.”
Texto extraído de “Governe seu mundo: Estratégias Antigas para a Vida Moderna", por Sakyong Mipham
FONTE: http://sobrebudismo.com.br/o-lugar-que-estamos-procurando-onde-reside-a-felicidade-e-o-contentamento-sakyong-mipham/
Nenhum comentário:
Postar um comentário