O que são as tais "Ilhas de Plástico"?
Publicado em 20 abr 2018
A Grande Porção de Lixo (nome oficial) é uma região do oceano Pacífico em que, devido a dinâmica natural das correntes marítimas, muitos poluentes sólidos tendem a se concentrar.
Dos 1,8 trilhão de objetos contáveis que flutuam ali, 94% são microplásticos – tão pequenos e leves que tornam a água turva, opaca. É um sopão, e não uma ilha no sentido geográfico. Os outros 6% são uma mistura de itens visíveis, com mais de cinco centímetros. Apesar de bem mais esparsos, são esses os que correspondem a boa parte do total de 79 mil toneladas de lixo que compõem a tal "ilha".
A maior parte é constituída de material de pesca (redes são 46% do total, linhas de náilon, armadilhas...), seguido de garrafas, sapatos, patinhos de borracha etc. Cerca de 20% disso tudo foi parar lá graças ao tsunami de 2011 no Japão, de acordo com estudo publicado em março deste ano.
A maior parte é constituída de material de pesca (redes são 46% do total, linhas de náilon, armadilhas...), seguido de garrafas, sapatos, patinhos de borracha etc. Cerca de 20% disso tudo foi parar lá graças ao tsunami de 2011 no Japão, de acordo com estudo publicado em março deste ano.
O tamanho real dessa mancha de poluição é difícil de estimar, pois ela vai aos poucos se diluindo no trecho de oceano mais limpo do entorno. A estimativa é de que tenha cerca de três vezes o território da França.
O fato dessa mancha de poluição não ser sólida não mudam as gravíssimas consequências de sua existência para a biodiversidade marinha.
Leia mais em: https://super.abril.com.br/ciencia/the-great-pacific-garbage-patch-isnt-what-you-think-it-is/
ILHAS DE LIXO NO MUNDO
Nos oceanos, existem ao todo cinco grandes "ilhas de plástico" flutuante que ameaçam
boa parte da vida marinha, com efeitos inclusive sobre o
clima. Algumas destas manchas de lixo — como a do Pacífico Norte —
têm uma superfície como a França, Espanha e Alemanha juntas
Tais
ilhas de plástico são o resultado de
mais de seis décadas de descargas aos oceanos. Durante todos
estes anos, pusemos em circulação 8,3 bilhões de toneladas deste
polímero em termos globais, conforme estimativas da Universidade da
Califórnia. O mais preocupante é que mais de 70% são agora resíduos que colapsam os depósitos de lixo e os mares do planeta.
COMO SE FORMAM AS ILHAS DE PLÁSTICO DOS OCEANOS?
Estas gigantescas concentrações de lixo estão formadas majoritariamente por microplásticos de menos de cinco milímetros que flutuam no interior das correntes rotativas
e ficam presos nestes imensos redemoinhos, agrupados pelas correntes
internas. O resultado disso é que as cinco maiores ilhas de plástico do
mundo coincidem com os principais vórtices oceânicos: os dois do Pacífico, os dois do Atlântico e o do Índico. Também há ilhas de plástico em outros mares do planeta, como o Mediterrâneo ou o do Caribe, embora sejam muito menores e mais dispersas que as citadas anteriormente.
A primeira destas cinco manchas de lixo — a do Pacífico Norte — foi descoberta em 1997 pelo oceanógrafo norte-americano Charles Moore.
Três delas foram encontradas no Atlântico Norte em 2009, no Índico em
2010 e no Pacífico Sul em 2011. Em 2017, confirmou-se a existência da
última no Atlântico Sul.
CONSEQUÊNCIAS DAS ILHAS DE PLÁSTICO NO PLANETA
A
Organização das Nações Unidas (ONU) está advertindo desde há muito
tempo a comunidade internacional sobre os danos causados pelo lixo
oceânico na economia e no meio ambiente. Estes resíduos destroem os ecossistemas marinhos ao provocarem a morte de mais de um milhão de animais por ano. Além disso, encarecem em milhares de milhões de dólares a conservação dos oceanos prevista inicialmente pelo Convênio sobre a Diversidade Biológica da ONU.
Da
mesma forma, o plástico oceânico compromete a subsistência e a
prosperidade de muitas pequenas comunidades que vivem da pesca,
prejudica a qualidade do ar, contamina a atmosfera e contribui para o aquecimento global. Neste sentido, pesquisadores
da Universidade do Havaí descobriram em 2018 que o polietileno — um dos
plásticos descartáveis mais utilizados — emite gases de efeito estufa, como o etileno e o metano, quando se descompõe ao sol.
Organizações como o Greenpeace denunciam que o plástico flutuante significa tão só 15% do total, enquanto 85% permanece escondido debaixo da água, em profundidades de até 11.000 metros
ou, inclusive, preso no gelo do Ártico.
O lixo oceânico prolifera de
tal forma que até o Fórum Econômico Mundial (WEF) prevê que em 2050 os
oceanos poderiam conter mais toneladas de plástico do que de peixes.
COMO ACABAR COM AS ILHAS DE PLÁSTICO?
Acabar com o plástico dos oceanos é uma tarefa tão urgente como difícil de tratar. Apesar de já existirem algumas iniciativas engenhosas em andamento, são projetos que propõem soluções em pequena escala.
Estas tentativas são louváveis, mas insuficientes para um problema que,
além de tecnologia, requer pesquisa científica, ação política e
cooperação internacional, entre outros aspectos.
Porém, está em nossas mãos fazer algo para evitar que a situação piore com práticas simples tais como:
- Reduzir o consumo de plásticos — reutilize tudo o que puder e recicle sempre, quer seja em contêineres ou em pontos limpos —.
- Apoie as organizações que trabalham para erradicar o plástico oceânico.
- Contribua para a divulgação do problema e conscientize as pessoas que vivem perto de você.
- Participe de jornadas de limpeza em mar aberto e áreas costeiras para a recuperação e reciclagem de resíduos.
- Alerte as autoridades sempre que você ficar sabendo ou presenciar infrações relacionadas com a gestão dos resíduos plásticos.
Ilha de lixo no oceano Pacífico aumentou 100 vezes de tamanho
Área de 'lixão' no meio do oceano é maior que a de Minas Gerais. Poluentes estão atrapalhando a sobrevivência da vida marinha.
O enorme redemoinho de lixo plástico flutuante do norte do Pacífico
aumentou cem vezes nos últimos 40 anos, revelou um artigo que será
publicado nesta quarta-feira (9). Cientistas alertam que a "sopa" de
microplástico - partículas menores a que cinco milímetros - ameaça
alterar o ecossistema marinho.
No período entre 1972 e 1987, nenhum microplástico foi encontrado em amostras coletadas para testes, destacou o artigo publicado no periódico Biology Letters, da Royal Society.
Mas atualmente, os cientistas estimam que a massa de lixo conhecida entre os cientistas como "Giro Subtropical do Norte do Pacífico (NPSG, na sigla em inglês) ou Grande Mancha de Lixo do Pacífico, ocupe uma área maior que o estado de Minas Gerais.
"A abundância de pequenas partículas plásticas produzidas pelo homem no Giro Subtropical do Norte do Pacífico aumentou cem vezes nas últimas quatro décadas", destacou um comunicado sobre as descobertas feitas por cientistas da Universidade da Califórnia.
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), 13 mil partículas de lixo plástico são encontradas em cada quilômetro quadrado do mar, mas o problema é maior no Norte do Pacífico.
As partículas plásticas estão sendo aspiradas pelas criaturas do mar e pelas aves e a mistura é rica em produtos químicos tóxicos.
O estudo diz que o NPSG fornece um novo hábitat para insetos oceânicos, denominados "gerrídeos", que se alimentam de plâncton e ovos de peixes e, por sua vez, viram comida de aves marinhas, tartarugas e peixes.
Os insetos, que passam toda a vida no mar, precisam de uma superfície dura onde depositar seus ovos, antes limitada a itens relativamente raros, como madeira flutuante, pedras-pome e conchas marinhas.
Se a densidade do microplástico continuar a crescer, o número de insetos aumentará também, alertaram os cientistas, "potencialmente às custas de presas como o zooplâncton e os ovos de peixes".
No período entre 1972 e 1987, nenhum microplástico foi encontrado em amostras coletadas para testes, destacou o artigo publicado no periódico Biology Letters, da Royal Society.
Mas atualmente, os cientistas estimam que a massa de lixo conhecida entre os cientistas como "Giro Subtropical do Norte do Pacífico (NPSG, na sigla em inglês) ou Grande Mancha de Lixo do Pacífico, ocupe uma área maior que o estado de Minas Gerais.
"A abundância de pequenas partículas plásticas produzidas pelo homem no Giro Subtropical do Norte do Pacífico aumentou cem vezes nas últimas quatro décadas", destacou um comunicado sobre as descobertas feitas por cientistas da Universidade da Califórnia.
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), 13 mil partículas de lixo plástico são encontradas em cada quilômetro quadrado do mar, mas o problema é maior no Norte do Pacífico.
As partículas plásticas estão sendo aspiradas pelas criaturas do mar e pelas aves e a mistura é rica em produtos químicos tóxicos.
O estudo diz que o NPSG fornece um novo hábitat para insetos oceânicos, denominados "gerrídeos", que se alimentam de plâncton e ovos de peixes e, por sua vez, viram comida de aves marinhas, tartarugas e peixes.
Os insetos, que passam toda a vida no mar, precisam de uma superfície dura onde depositar seus ovos, antes limitada a itens relativamente raros, como madeira flutuante, pedras-pome e conchas marinhas.
Se a densidade do microplástico continuar a crescer, o número de insetos aumentará também, alertaram os cientistas, "potencialmente às custas de presas como o zooplâncton e os ovos de peixes".
Por Sonaira San Pedro / Dominique
Nesses depósitos de lixo flutuante já foram encontrados os mais
bizarros resíduos, de cones de trânsito a brinquedos, tênis e malas de
viagem. Metade dessa sujeirada toda é lançada no mar por navios e
plataformas de petróleo. A outra parte deságua nos oceanos trazida por
rios espalhados pelo mundo. O pior é que o desastre ecológico só
aumenta: o volume de plástico no Pacífico mais que triplicou nos últimos
dez anos. "O isolamento poderia fazer desse lugar um paraíso para os
animais. Mas eles rondam a linha do lixo e só têm plástico para comer.
Já encontramos todo tipo de objeto no estômago dos bichos", diz o
pesquisador Charles Moore, da Algalita Marine Research Foundation,
entidade americana que trabalha na proteção da vida marinha.
CORRENTE CONTÍNUA
Pacífico tem "redemoinhos que prendem lixo de todos os oceanos
Correntes marítimas como a Círculo Polar Antártica ligam os três
oceanos da Terra. Assim, grande parte dos resíduos do Atlântico e do
Índico acaba se dirigindo para o Pacífico, mesmo que leve décadas
percorrendo os mares do mundo.
Em algumas regiões do oceano Pacífico, as correntes marítimas se
movimentam em círculos, formando enormes "redemoinhos". O lixo que entra
nessas áreas, após vagar pelos oceanos de todo o planeta, fica preso
nas correntes, formando as duas manchas gigantes de plástico.
O pior é que o lixo boiando na superfície é só uma pequena parte da
sujeira. Com o passar dos anos, pedaços menores de plástico se diluem,
formando uma espécie de sopa nojenta. Resultado: as manchas têm camadas
com até 10 m de profundidade de lixo.
EFEITOS COLATERAIS
Lixo das manchas detona dieta dos animais
CARDÁPIO IMPRÓPRIO
Pesquisadores já encontraram tartarugas que comeram isqueiros, peixes
engasgados com linhas de pesca e pássaros marinhos mortos com o
estômago lotado de plástico ingerido na região das manchas.
ALTERAÇÃO HORMONAL
O lixo forma resíduos tóxicos que confundem os receptores hormonais
de alguns animais. Há espécies que tiveram queda na produção de esperma e
nascimento de mais fêmeas.
INTOXICAÇÃO À MESA
Ao comer peixes que passaram por essas regiões, o ser humano ingere também os produtos tóxicos absorvidos pelos animais.
SOLUÇÃO DIFÍCIL
Problema maior é eliminar "sopa plástica" abaixo da superfície.
Pesquisadores ainda quebram a cabeça para encontrar um jeito de se
livrar desse lixo. Apesar de trabalhoso, retirar os resíduos da
superfície seria a parte mais fácil. O problema é o que está abaixo
dessa camada. Como o plástico se quebra em pedaços quase microscópicos,
remover essa "sopa plástica" significaria tirar também a água do mar com
micro-organismos vivos, o que causaria um impacto ambiental ainda
maior. Uma possível saída seria criar uma substância que fizesse uma
faxina na região.
Grandes navios soltariam milhões de litros de um solvente especial.
Essa substância teria que ser biodegradável e atóxica, para não
interferir na vida marinha local.
O solvente quebraria as moléculas dos microscópicos pedaços de
plástico, transformando os em partículas inofensivas para a natureza,
como átomos de carbono.
Mas há um problema: o excesso de átomos de carbono poderia alterar a vida marinha - até mesmo provocando mais mutações em algumas espécies.
Fonte: Teorias e Verdades / Mundo Estranho.
http://www.portaldomeioambiente.org.br/noticias/lixo/7537-ilha-de-plastico-no-pacifico-e-maior-que-os-eua
Nenhum comentário:
Postar um comentário